Área tecnológica como ferramenta para a gestão pública


Elo com profissionais é estratégico para enfrentar desafios das cidades

 

 

*Eng. Civ. Lígia Mackey

 

Por falta de um planejamento urbano eficiente, as cidades brasileiras ainda enfrentam diversos problemas estruturais, incluindo em áreas básicas, como saneamento, drenagem e mobilidade. A tecnologia pode ajudar, mas a necessidade de atualização constante aumenta o desafio. A cada dia surgem também novos problemas, bem como novas soluções. Nesse cenário, a troca de experiências é estratégica. Não só entre gestores públicos e entidades, mas também com os profissionais da área tecnológica. Eles trazem para a mesa um olhar técnico, ferramenta valiosa para ajudar a administração pública a encontrar saídas inovadoras para questões cada vez mais complexas.

 

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP) entende sua responsabilidade com os municípios, em especial, os 645 do Estado. Por isso, nos últimos anos, tem se aproximado do poder público, colocando seus mais de 370 mil profissionais registrados à disposição para contribuir com o debate propositivo para o desenvolvimento de cidades inteligentes, que são aquelas que conseguem usar, efetivamente, a tecnologia a favor da sustentabilidade e da melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. O Conselho também tem investido na capacitação constante dos profissionais registrados, essencial para que eles entendam e saibam usar da melhor forma as inovações disponíveis.

 

É consenso entre os especialistas em desenvolvimento urbano que a área tecnológica deve participar ativamente da elaboração de projetos para as cidades. O amparo técnico que profissionais capacitados pode dar para os gestores é um primeiro passo importante para corrigir erros históricos e construir ambientes urbanos que atendam as necessidade de uma população crescente. Com esse foco, o Crea-SP está realizando, este ano, uma série itinerante de eventos que promovem a conexão entre os profissionais e os gestores públicos: o Fórum de Políticas Públicas. A iniciativa deve percorrer várias regiões do estado de São Paulo nos próximos meses, conectando os problemas das cidades com os agentes de solução.

 

primeira edição aconteceu em Taubaté, no dia 19 abril, e reuniu especialistas para falar sobre mobilidade urbana, um tema especialmente importante para municípios de todos os portes. Com o adensamento populacional é prioritário encontrar alternativas para a circulação de pessoas e de cargas e, para isso, é preciso pensar em engenharia de tráfego, gestão de rotas, macro e microdrenagem, transporte público e muito mais. Todos esses temas estiveram na mesa, de onde saíram encaminhamentos interessantes.

 

Falar sobre os problemas e desafios é importante, mas a busca precisa ser sempre a de conseguir extrapolar o campo de debate e chegar a saídas práticas para resolvê-los. A participação de profissionais preparados, com experiência para desenvolver ou aplicar soluções existentes, é fundamental para isso e a multidisciplinaridade que o Crea-SP pode levar para essas conversas é estratégica para chegar lá. O Conselho é esse elo e tem se colocado cada vez mais como tal, não só facilitando a integração entre poder público e seu corpo técnico, mas também atuando como agente fomentador do debate.

 

*Lígia Mackey é engenheira civil e presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP)

 

Sobre o Crea-SP - Criada há 90 anos, a autarquia federal é responsável pela fiscalização, controle, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades dos profissionais das Engenharias, Agronomia, Geociências, Tecnologia e Design de Interiores. O Crea-SP está presente nos 645 municípios do Estado, conta com cerca de 370 mil profissionais registrados e 95 mil empresas registradas.

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