O Sermão Profético de Jesus - A Parábola das Dez Virgens (Final)


E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir (Mateus, 25: 10 A 13)



E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. 

E, tendo elas ido comprá-lo… - Uma das grandes dificuldades que temos em nosso momento evolutivo atual é a falta de planejamento e previsão, ou ainda, de coerência. 

Do mesmo modo que aquelas virgens sabiam da importância do azeite para acenderem suas lâmpadas, nós, hoje, sabemos da necessidade de cultivarmos os valores do espírito, por serem estes imperecíveis, e os quais não vamos perder; e ainda, são aqueles que necessitaremos para a conquista da segurança diante da imortalidade. 

Todavia, como elas não se preveniram com o estoque de combustível suficiente, nós também temos tido problemas com a conquista das qualidades libertadoras. Jesus já nos definira: homens de pequena fé. 

Assim, deixamos tudo para última hora, só quando nos é exigido é que preocupamos em dar o que poderíamos com muito mais tranqüilidade termos doado de modo natural, só quando vem a carência é que lembramos dos dias em que tendo em abastança desperdiçamos. 

Todas as manifestações da Vida são planejadas pela administração do Todo Sábio, portanto… 

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: 

há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou…[1] 

Só tendo algo podemos dispor dele na hora em que necessitarmos, a própria economia do mundo nos alerta a respeito. Então, é preciso ter o azeite, não o possuindo necessário se faz sair para comprar, atitude esta que exige uma ação, porém é preciso que a tenhamos no momento oportuno, pois passando o tempo de plantio, é hora de arrancar o que se plantou, e se não houvermos feito devidamente, o que acontecerá? 

…chegou o esposo… - Todos nós atingiremos a meta da evolução que é a perfeição possível de ser conquistada. Para isso etapas terão de ser vencidas, etapas estas com princípio, meio e fim. Em todas elas haverá um ponto culminante. A chegada do esposo define o ápice daquele instante, o momento mais importante, mas, que para que tal se dê é imperioso o preparo, o amadurecimento das questões essenciais. 

Se, entretanto, quando o momento mais importante chegar estivermos cuidando de outras coisas que não do que é primordial, será imprudência, pois não poderemos efetivamente aproveitar o instante. 

O bom senso diz que o encontro com o esposo é o principal instante para a noiva, deste modo, ela para isso se prepara, para que naquele momento possa estar completamente integrada na situação. Porém, se na ocasião ela tiver saído em busca de algo, mesmo em se tratando de algo essencial, a oportunidade passará, e o encontro adiado. 

…e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas… - É a consumação do que já analisamos anteriormente. Aquelas que estavam preparadas, isto é, que souberam aproveitar o momento oportuno de realização, puderam efetivar o encontro tão aguardado. 

Em nosso dia a dia, este preparo é feito a todo instante, o tempo seguinte é conseqüência do tempo presente, é preciso saber da colheita no momento do plantio, e em matéria de Vida Essencial será pedido o que for importante para ela. Sendo que esta economia funciona de modo diverso do que estamos habituados, pois, para no Mundo da Verdade termos, é preciso dar; para vivermos, morrermos para o que é transitório; para sermos o maior, o menor nos fazermos. 

…e fechou-se a porta. – O fechar da porta define o fim daquela fase, quem se preparou pôde entrar, quem não, não teve a mesma condição. É necessário ter passado por todas as etapas. 

Na vida do espírito, as conquistas são por efetivos merecimentos, não há privilégio, só tendo se capacitado pode-se usufruir dela. 

No tempo adequado fecha-se a porta, e se não for possível entrar, só em outro momento, só em outra oportunidade haverá nova chance. 

E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! 

E, depois… - O advérbio depois significa posteriormente, em seguida. Aqui expressa uma oportunidade perdida. Tudo tem o seu momento, se deixarmos passar da hora há sempre uma perda, perda esta que pode ser difícil de reparar. 

O momento presente é sempre a circunstancia adequada, a nós pertence, no sentido de que nele temos toda liberdade de atuar; deixar para depois pode ser atitude perigosa, não sabemos como iremos estar, em quais situações nos encontraremos. Quando há perda de oportunidade é provável que as dificuldades sejam aumentadas, deste modo, é preciso atuar com tranqüilidade, com segurança, e com dinamismo hoje, só assim teremos a certeza de termos feito o melhor. 

… chegaram também as outras virgens… - Chegar também significa que outros já chegaram, e na frente. Em matéria de atingir uma meta evolutiva, teoricamente não há problema, pois evoluir não é apostar corrida, onde só há um vencedor; a atitude de chegar já é positiva, não sendo, deste modo, necessário ser o primeiro. 

Ocorre porém que, se outros já chegaram e em nossa frente, se as circunstâncias foram as mesmas para todos, é sinal de que nos descuidamos, e um descuido trás sempre conseqüências, e neste caso, não são as mesmas positivas. 

Assim, temos que todos iremos chegar, se atrasarmos algumas vezes, as portas podem ser fechadas, e um fechar de portas pode ser visto como um abrir novas circunstâncias, nem sempre favoráveis. No Reino do Senhor não é contado tempo, para Deus, o passado e o futuro são o presente[2], entretanto, se perdemos há perda é nossa, a Vida não contabiliza para ela os prejuízos, estes ficam para cada um de nós de acordo com a opção individual. 

…dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! - Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus[3] já nos alertara o próprio Jesus, definindo que não é a postura à posteriori que vai nos fazer alcançar o objetivo, mas sim o que fizermos no plano das causas é que irá determinar os efeitos. 

Raros são, como já dissemos, aqueles que têm a virtude de agir pensando deste modo, a grande maioria diz Senhor, senhor, numa atitude de lamentação, buscando a Misericórdia, sem ter feito a sua parte. 

Abre-nos a porta é o pedido desesperado de uma nova oportunidade, só quem já passou por um momento de perda sabe que isto significa, principalmente quando o sucesso estava tão próximo, dentro da ordem natural das coisas. 

Todavia, se esta é uma situação que gera dores e lamentações, nem por isso é menos importante para a história evolutiva da criatura; já que, se devidamente compreendida, a reflexão sobre nossos erros projetam-nos num próximo instante a conquistas imperecíveis no plano das realizações superiores. 

E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. 

E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. – Esta é a resposta do Cristo interno quando temos uma atitude em dissonância com a Lei natural. Convivemos num plano de dualidade, onde o amor e o ódio, o bem e o mal, o certo e o errado, convivem juntos trazendo a seu tempo, alegrias e tristezas, saúde e doenças, paz e conflitos. 

O Eu Divino, semente do Incriado em nós, não conhece o desajuste, ou nada que não seja harmonia, toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada[4], disse-nos o Senhor; definindo que só o que é gerado pelo amor permanecerá. 

Assim, quando o noivo diz não conhecer aquelas que atrasaram para o encontro, quer com isto dizer, que só aquele que está em condições, aquele que tem em si só o que foi plantado pelo Pai, estará sintonizado com o seu Ser Superior, e assim capacitado para o Encontro Final. 

Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte,[5] diz-nos o apóstolo ensinando-nos como atingir este momento. 

…eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância[6], é Jesus convidando-nos à vivência de Sua doutrina como fator essencial de promoção espiritual. 

…faze isso e viverás.[7]  

Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir. 

Vigiai, pois… - Esta é uma expressão sempre presente no Evangelho, e já comentada por nós.[8] 

Jesus narra esta e outras parábolas neste Sermão, a fim de que todos pudessem compreendê-Lo com mais clareza. É sua excelente didática mais uma vez presente. 

Ele anteriormente disse aos discípulos o que se daria, e como se prevenir, e ao narrar a parábola, desce aos detalhes, ensina nas minúcias, faz ver aqueles que de outro modo não perceberam. 

…porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir. – Também já comentado, conforme citação anterior, com a diferença de aqui, por estar detalhando, Ele diz que nem o dia nem a hora serão sabidos, quando anteriormente Ele falara só no dia. É mais uma vez Jesus mostrando a nossa ainda incapacidade de compreendermos a Vida nas minúcias. 

Ora Ele se refere ao Filho do Homem, ora ao Senhor[9], mostrando-nos que ambos são a representação da nossa consciência renovada, que quando Cristificada[10] pela vivência evangélica, definirá o momento desta volta tão aguardada. 

Texto extraído do Livro:

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Para os outros estudos acesse: Espiritismo e Evangelho

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