Durante a abertura da 46º Exposição Internacional de Animais, a Expointer, que ocorreu no dia 1º deste mês, em Esteio, RS, Carlos Fávaro, Ministro da Agricultura e Pecuária anunciou recursos abundantes para as cooperativas do estado, para que enfrentem o atual endividamento em que a maioria delas se encontram.
De acordo com Fávaro, os recursos serão disponibilizados pelo BNDES nos próximos 30 dias, mas ressaltou a importância de que parte desses recursos também seja empregada em adequações sociais e ambientais, para que possam minimizar os efeitos das mudanças climáticas na próxima safra.
"Depois de passar por três graves crises climáticas, mesmo depois de uma crise internacional de preço de commodities achatado, crise do leite, das carnes, crise dos grãos, mesmo assim, a Expointer consegue ser a maior feira do Brasil, mostrando a força do povo gaúcho", destacou o ministro.
De acordo com levantamento realizado pela Symmit Agro e publicado no jornal O Estado de S. Paulo (Estadão) em junho de 2023, o Rio Grande do Sul é responsável por cerca de R$ 116 bilhões em faturamento agropecuário, sendo a soja responsável por 43% do VBP (valor bruto da produção agropecuária) do estado, seguido pela produção de frango.
De acordo com João Fossaluzza, vice-presidente da Atto EXP Empresarial, estas iniciativas vindas do Governo Federal são um grande estímulo não somente para a produção agropecuária em si, mas também uma maneira de forçar que os produtores rurais gerem cada vez menos impactos ao meio ambiente.
"Precisamos estar cada vez mais preocupados com as questões sociais e ambientais, o chamado ESG. Além dessas iniciativas do Governo, que forçam os produtores ao cumprimento de determinadas normas, existem também diversas instituições financeiras que facilitam o acesso ao crédito para produtores rurais que se comprometem com determinadas metas. Quando se adotam medidas favoráveis ao meio ambiente, demonstrando compromisso com os objetivos de desenvolvimento sustentável, os pedidos de crédito dos produtores podem ser muito mais facilmente aprovados, e com juros baixíssimos, cerca de 3 ou 4% ao ano, por meio de fundos de investimentos internacionais, por exemplo", explica Fossaluzza, especializado em captação de recursos financeiros para o agronegócio.
Apesar de os juros anunciados pelo ministro Fávaro serem um pouco maiores, na casa dos 7,5 a 8% ao ano, o presidente da pasta mencionou que essa linha de crédito poderá ser dolarizada pelas cooperativas, com prazos para pagamento de até 5 anos. "Em hipótese alguma vamos deixar que um produtor brasileiro não use a melhor janela para plantio na sua propriedade, na sua região. Então nós vamos regionalizar o calendário do plantio do grão", enfatizou o ministro ao mencionar que está tratando de perto também a respeito da regionalização do calendário de plantio de soja, maior responsável pelo VBP gaúcho, para melhor atender às necessidades particulares das entidades agropecuárias da região.
João Fossaluzza explica que são vários os processos pelos quais precisam passar os produtores rurais para obtenção dessas linhas de crédito oferecidas pelo Governo Federal. Além, claro, de depender de um agente financeiro, os produtores precisam cumprir uma série de requisitos, como, mas não somente isso, comprovar a capacidade de pagamento, por meio das colheitas, daquele crédito tomado; a necessidade de estar em dia com as obrigações fiscais; deve dispor de garantias suficientes para cobertura do risco da operação e apresentar ao agente financeiro um cadastro classificado como 'satisfatório' pelo BNDES - daí a importância em contar com uma assessoria financeira especializada, capaz de providenciar tudo quanto necessário à aprovação do pedido de tomada de recursos, como a Atto EXP Empresarial.
"O Brasil voltou ao cenário internacional e a demanda é muito grande, o que gera oportunidades para vender mais, gerando empregos no Brasil. Precisamos buscar alternativas de custos. A equipe do BNDES entendeu a lógica e essa linha vem solucionar demandas dos produtores gaúchos.", finaliza o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Comentários
Postar um comentário