A Atuação da Psicologia na Saúde Pública Brasileira e o Setembro Amarelo


 

Por Gabriele Moraes da Silva,  Psicóloga/CRP 06/188855

Em 1946 a Organização Mundial da Saúde (OMS), definiu saúde como, um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade. Essa definição trouxe a possibilidade de um olhar mais abrangente do significado da palavra, e a inclusão e percepção de que o bem-estar psicológico não se exclui quando se trata desse assunto.

Historicamente a psicologia é vista com atuação mais voltada ao indivíduo, seu atendimento de forma privada, e muitas vezes chegando somente a determinados grupos sociais. Hoje em dia essa visão tem tomado outras formas, visto que foram sendo criadas leis que garantem esse acesso.

Ainda assim, há muitos pontos que devem ser melhorados, pois apesar dos avanços, de acordo com o estudo realizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2011), nota-se que tanto usuários quanto profissionais da saúde, possuem certa dificuldade para compreender a prática psicológica como sendo fundamental nas intervenções à saúde. A pesquisa aponta que o estigma do setting terapêutico, devido a todos os fatores históricos e corriqueiros, dificulta o entendimento das formas de atuação e das intervenções psíquicas que os profissionais podem utilizar dentro da saúde pública (CFP, 2011). Se fazendo necessário, mais informações para a população e capacitação aos profissionais.

Campanhas como o “Setembro Amarelo” buscam explanar sobre os cuidados com a saúde mental, e sobre o auxílio profissional para pessoas que se encontram em sofrimento psíquico. Porém, há muito trabalho para ser feito nesse quesito, visto que é preciso muito mais que um mês para refletir sobre o assunto, sendo necessário a busca por atenção à saúde mental, o ano todo.

A falta de informação e políticas que abrangem tais necessidades, prejudica o acesso e implementação do saber psicológico na saúde pública, empobrecendo seu caráter integrativo e multidisciplinar. Com isso, é urgente a criação e inserção de leis que acolham as demandas sociais da atualidade, reconhecendo a importância do papel do profissional psicólogo na atenção básica, como profissional que está na saúde pública, como agente de saúde coletiva, lutando pela cidadania diante das propostas governamentais em saúde (Bernardes & Guareschi, 2010).

Os cuidados à saúde psicológica não deve mais se restringir a determinados grupos de pessoas ou meses específicos, mas sim, estar inserido na sociedade, na qual tenham cidadãos que estejam atentos uns aos outros, e que possam buscar atendimento profissional quando houver essa necessidade.

 

Psicóloga: Gabriele Moraes da Silva

CRP: 06/188855

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