Entenda como funciona o projeto governamental do carro popular


Especialista do Cesuca explica qual o tipo de carro que o governo se refere quando se trata do plano

 No dia 25 de maio de 2023, o Governo Federal anunciou medidas para diminuir o preço de carros comercializados no Brasil com preços de até R$ 120 mil. Com o objetivo de atrair novos compradores, o projeto do “carro popular” está dando o que falar e gerando bastante dúvidas. Mas afinal, qual o propósito desse novo plano? 

Segundo a professora do curso de Administração do Centro Universitário Cesuca, Deisi Diel Weber, o projeto é uma tentativa do governo para impulsionar a economia brasileira, atendendo a fortes pressões da indústria automobilística para recriar incentivos no setor, que vem enfrentando quedas sucessivas de vendas nos últimos anos. Por meio da redução de impostos, com a concessão de créditos as montadoras, objetiva-se estimular as vendas desse segmento, que já foi responsável pela geração de aproximadamente 130 mil postos de trabalho no Brasil. 

“Foi lançado, deste modo, no dia 6 de junho, a Medida Provisória de 1.175, que concede créditos tributários a montadoras de carros, ônibus e caminhões, preservando 101 mil empregos diretos e mais 1,2 milhão indiretos”, comenta. 

Weber ressalta que o programa será custeado por meio de créditos tributários concedidos aos fabricantes, que se comprometeram a repassar a diferença ao consumidor. “Estima-se um valor de R$ 1,5 bilhões para custear o programa, dos quais R$ 700 milhões ocorrerão por meio de crédito tributário para a venda de caminhões, R$ 500 milhões para carros e R$ 300 milhões para vans e ônibus. O programa tem um prazo de duração de 4 meses, período em que as montadoras projetam vender 120 mil unidades a mais. Os descontos variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil para modelos de até R$ 120 mil (entre 1,6% e 11,6% do valor antigo)”, explica. 

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) já divulgou 11 montadoras e 34 modelos em 232 versões que aderiram ao programa de descontos para carros populares. Renault Kwid e Fiat Mobi lideram com descontos de R$ 8 mil, que é o teto do programa, mas as montadoras podem a qualquer momento incluir outros modelos, desde que comuniquem o MDIC. Há casos em que algumas montadoras oferecem descontos extras por conta própria, e os descontos, na prática, chegam a R$ 14,5 mil. 

Entendendo a redução 

A porcentagem de redução estabelecida pelo Governo depende do cumprimento de três critérios: social (menor preço), ambiental (carros que poluem menos e possuem maior eficiência energética – nível de emissão de carbono) e densidade industrial (porcentagem das peças que foram produzidas no Brasil, garantindo predominância da geração do emprego na indústria brasileira). 

“Desse modo, carros flex que possuem gasto energético de menos de 1,40 MJ/km, custam menos de R$ 70 mil e com mais de 75% de suas peças nacionais são credenciados a receber a maior fatia do desconto, de R$ 8 mil”, explica Deisi. 

A pontuação maior está prevista para modelos movidos a etanol do que para carros flex, que podem ser abastecidos com qualquer mistura de etanol e gasolina. Porém, não há modelos vendidos no Brasil que utilizam motores do tipo. Veículos movidos somente a gasolina não são citados, mas não existem também nessa faixa de preço. 

“Importante destacar que o termo ‘carro popular’ é comumente utilizado para descrever veículos de baixo custo e acessíveis à população em geral. No Brasil, historicamente os carros populares são caracterizados por terem preços mais acessíveis, menor tamanho, motores menos potentes e menos recursos de luxo em comparação com carros de segmentos superiores. Mas, nos últimos anos, em virtude de exigências técnicas, não se consegue mais produzir carros com preço menor. Hoje o modelo mais simples vendido no Brasil é o Renault Kwid, avaliado em R$ 69 mil reais”, contextualiza. 

Por fim, a professora do curso de Administração do Cesuca finaliza dizendo que: “O incentivo à produção e compra de veículos populares no Brasil tem sido uma estratégia adotada por vários governos para estimular a indústria automobilística e tornar o transporte pessoal mais acessível à população. Isso ocorre por meio de políticas fiscais, como a redução de impostos e incentivos para a produção de carros com baixo custo”. 

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