Páscoa gera boas expectativas para varejo; mas cesta de produtos típicos está mais cara para os consumidores

  economista e especialista em gestão de supermercados, Leandro Rosadas, pontua que o varejista brasileiro espera um aumento de 2,8% nas vendas, em comparação a 2022. Já a educadora financeira Aline Soaper alerta sobre o aumento nos itens da cesta de Páscoa e ensina como economizar

aumento dos produtos típicos da Páscoa


Em datas sazonais, como a Páscoa, sempre há expectativas, por parte dos varejistas, em relação a uma alta nas vendas, e também dos consumidores, que esperam encontrar preços mais convidativos. Para este ano, do lado do varejo, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a expectativa é vender R$ 2,49 bilhões na Páscoa, o que representa um aumento de 2,8% em comparação com o mesmo período de 2022, já descontada a inflação. Do lado dos consumidores, a notícia é que a lista de produtos que compõem a cesta da Páscoa está 14,8% mais cara do que no ano passado, segundo uma pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (Apas). O especialista em gestão de supermercados e economista, Leandro Rosadas, pontua que, para os supermercadistas, a previsão é de um crescimento real de 5% nas vendas, segundo a APAS. Entre os fatores que desencadeiam esse cenário está o aumento do salário-mínimo. Já a educadora financeira Aline Soaper, os consumidores devem estar alertas por conta do aumento nos itens da cesta de Páscoa, com destaque para o bacalhau e chocolates.

“Com o reaquecimento da economia, os supermercadistas, vão receber os consumidores sem a necessidade de seguir as medidas estabelecidas durante a pandemia e os próprios consumidores estão preferindo ir às lojas físicas para fazer suas compras. O que se espera é que a venda de peixes e chocolates continue sendo o carro chefe nessa Páscoa. Para o varejo, é importante que essas expectativas serem positivas e que os comerciantes tornem as vendas o mais atrativas possíveis para atrair os consumidores. Logo, adotar estratégias de divulgação e promoção dos produtos pode fazer a diferença na hora das vendas”, comenta o especialista em gestão de supermercados e economista Leandro Rosadas.

Já para os consumidores, a Páscoa está mais salgada neste ano. Isso porque, a lista de produtos que compõem a cesta da Páscoa está 14,8% mais cara que em 2022, de acordo com uma pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (Apas). Um dos produtos que mais aumentou, segundo a APAS, foi o bacalhau, cujo preço subiu 7,4% no acumulado dos últimos 12 meses. A cebola, contudo, foi quem liderou a alta, com 36,2% de aumento no período. Também ficaram mais caras as cervejas (10,9%), os refrigerantes (15,7%), a batata (11,7%), o arroz (14,7%), o bombom (11,15%) e o chocolate (10,2%). O único produto da cesta que ficou mais barato foi a corvina, que caiu 7%. Esse aumento também foi comprovado, com variações, pelos Procons regionais e órgãos de fiscalização de Direito do Consumidor: em Curitiba (pescados frescos e chocolates, essa variação foi de 11,5%), no Mato Grosso do Sul (119% no preço do bacalhau), Campina Grande (variação dos preços dos pescados pode chegar a 424,48% e dos ovos de chocolate chega a 189,90%).

Diante desses aumentos, a educadora financeira Aline Soaper indica que os consumidores escolham alimentos da estação, dividam a responsabilidade da ceia com outras pessoas da família e não desperdicem. No caso do bacalhau, a sugestão é usar a criatividade e recorrer a outras receitas, utilizando outros tipos de peixes. “O importante é celebrar a data com união da família e a consciência financeira”, aconselha Aline.

Ovos de Páscoa podem ter variação de preços de até 320,46%:

Uma das grandes estrelas da Páscoa são os ovos de chocolate, produtos que apresentaram uma variação de 13% a 18%, em 2023, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Esses aumentos, com variações, se estendem pelos estados e cidades. Um levantamento do Procon-SP mostrou diferenças significativas de até 320,46% nos preços dos ovos de Páscoa, de uma loja para a outra. O Procon de Campina Grande mostrou uma variação 107,53%, em estabelecimentos varejistas, de ovo da mesma marca. O Procon Maceió divulgou que o preço do ovo de chocolate pode variar até 51,65% de um estabelecimento para outro. O Procon Goiás divulgou que os ovos de Páscoa variam até 59% entre lojas. O Procon de Santa Catarina apontou uma diferença de até 45% no valor de um mesmo ovo de Páscoa. O Procon Maceió registrou variação de até 51,6%, no mesmo ovo. E o Procon de Vitória, mostrou diferença de até 30% de preços, entre as lojas.

Segundo a educadora financeira Aline Soaper, quando o assunto são ovos de Páscoa, quem não quer deixar de presentear amigos ou familiares, precisa definir um valor fixo a ser gasto com esses mimos. "Esse valor precisa ser definido com base na realidade de cada família e dividido pela quantidade de pessoas que serão presenteadas. Além disso, é fundamental evitar os parcelamentos, porque apesar das parcelas serem pequenas, elas podem se acumular com outras que já foram feitas anteriormente”, explica Aline Soaper.

Outra dica da educadora financeira é pesquisar e usar a criatividade na hora das compras. “Para quem está com um orçamento apertado, trocar as marcas mais famosas por outras que estão chegando no mercado, com preços mais acessíveis, é uma boa forma de economizar sem deixar de presentear”, aconselha a educadora financeira. E se os ovos de Páscoa estão fora do orçamento, Aline Soaper indica os bombons e as barras de chocolate, além das opções feitas em casa, como forma de manter a tradição da troca de doces nesse período sem gastar muito.

 

Sobre Leandro Rosadas



Leandro Rosadas é economista e especialista em gestão de supermercados, hortifrutis, atacarejos, padarias e açougues. Formado em economia pela UFRRJ, o carioca já atuou como professor universitário e consultor no mercado de varejo. Hoje, Rosadas é considerado uma das maiores referências entre os especialistas do seu segmento, sendo responsável pela formação em gestão de mais de oito mil proprietários de supermercados Brasil afora.

 

Sobre Aline Soaper:



Fundadora do Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal (Efinc), Aline Soaper é formada em Direito, com pós-graduação em Direção e Orientação Educacional. Há sete anos, a carioca atua como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área. Empreendedora desde os 17 anos de idade, Aline era proprietária de uma escola de Educação Infantil, no Rio de Janeiro, em que atendia cerca de 150 alunos e gerenciava uma equipe de 45 pessoas. Ao perceber a dificuldade dos pais em pagar as mensalidades devido aos problemas financeiros, Aline decidiu mudar de vida e se especializar no ramo de finanças pessoais. No ano de 2015, iniciou sua atuação como educadora, oferecendo atendimentos individuais, palestras, treinamentos e cursos para o público-final (empresários, analistas etc). No final de 2018, criou o Efinc, que hoje forma educadores financeiros e consultores de negócios pelo Brasil e o mundo.


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