Generosidade nos ecossistemas empresariais





            *José Renato Nalini

            O tema reaparece nos ecossistemas de negócios, à luz da agenda ESG. Hoje há preocupação com o design de sua rede de fornecedores, de revendedores e de usuários. O mundo contemporâneo se utiliza de uma logística formidável e movimenta milhares de pessoas.

            Quantos serão os players necessários para um negócio?

            É preciso criar uma cadeia de suprimentos e uma cadeia de parceiros para que essa rede tenha valores e atinja realmente o cliente?

            Esse tema foi desenvolvido por Cláudio Garcia numa das reuniões do G100, grupo liderado por Rodrigo Romero. Ecossistema de negócios é um acordo intencional entre duas ou mais entidades, focado em criar e compartilhar valor coletivo para um conjunto comum de clientes.

            A visão tem de ser a longo prazo. Muda-se a lógica da competição. No ecossistema, o seu competidor são outros ecossistemas.

            Problemas empresariais como demanda fragmentada, fornecimento fragmentado, ausência de coordenação entre suppliers, ausência de confiança,  dificuldade de correspondências, ausência de co-inovação, devem ser levados em consideração. Por exemplo: a automatização de uma casa, o “google home”, funcionava desarticuladamente. Um ecossistema coordena os fornecedores e hoje tudo funciona de forma adequada.

            Essa filosofia pode ser utilizada por serviços tradicionais, como os antigos cartórios, hoje as eficientes delegações estatais extrajudiciais. Aos poucos, tudo começa a funcionar de forma coordenada e o ecossistema tem o objetivo de solucionar pequenos problemas, tornar cada vez mais célere e eficiente a prestação a elas afeta, como o registro e as notas.

            A juventude precisa estar atenta e ser esclarecida sobre como aprimorar sistemas e não perder o bonde da História. Ninguém mais consegue trabalhar sozinho. Quem não acordar para isso vai ficar falando sozinho. O mundo do trabalho precisa do orquestrador, ou seja, aquele que consegue harmonizar uma série de ofertas desconcatenadas. Um cérebro que consiga redesenhar a empresa e fazê-la atender de melhor forma o seu cliente ou usuário. Esse profissional não é produzido pela educação convencional, baseada na memorização de dados. É alguém que brotará de uma incansável curiosidade e estimulado em suas habilidades socioemocionais. Alguém generoso, que partilhe suas descobertas e não seja egoísta, ensimesmado e sozinho. É aqui que entra a generosidade, valor tão esquecido em nossos dias.

*José Renato Nalini é Diretor-Geral da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da Academia Paulista de Letras.

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