Reflexão de Boa Vontade: Hamlet, Einstein e a imprescindível intuição

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. paivanetto@lbv.org.br www.boavontade.com
Os temas de natureza espiritual devem ser primeiro pressentidos. Porquanto, falam ao coração diretamente, vencendo obstáculos, com maior desenvoltura, se houver bom ânimo e simplicidade de alma. E por nossa parte eterna, quando vigilante e boa, ouve-se a mensagem de Deus com maior clareza. Com frequência se alcança pelo sentimento (na acepção em que é entendido pelos poetas) o que demora a vir pela mente. Despertá-lo é abrir a Alma para o Criador. A intuição é a inteligência de Deus em nós. O próprio Einstein (1879-1955) conta que muitas vezes pensava, pensava, pensava a respeito de um assunto da física, da matemática, da razão, do raciocínio e não conseguia obter resultado qualquer. Ia dormir e, em sonho, como ele mesmo relatou, descortinava-se, diante de si, o monumento do Universo, e, lá, a famosa Equação da Relatividade, E=mc², pairando no espaço. “Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha a vossa filosofia.”  Pôs Shakespeare (1564-1616) estas palavras na boca de Hamlet, que segurava a caveira do amigo: ” Tobeornottobe, thatisthequestion”. (“Ser ou não ser, eis a questão”.) Aqui, uma curiosidade sobre essa frase, constante da peça do brilhante dramaturgo inglês. No Ato 1, Cena 5, lemos: ”There are more things in Heavenand Earth, Horatio, than are dreamtof in yourphilosophy”. (“Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha a vossa filosofia”.) No original inglês, não existe o adjetivo “vã”, como geralmente é acrescentado em algumas versões para o idioma português.

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