'Top Gun: Maverick' salva 2022 ao superar filmes ruins de Disney e Sony

 

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'Top Gun: Maverick' salvou o cinema em um ano complicado
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Quinta-feira, 29/12/2022
 
'Top Gun: Maverick' salvou o cinema em um ano complicado
Divulgação/Paramount
 
  

Renan Martins Frade

Depois de 2020 e 2021 marcados pelo pior da pandemia, parecia que o cinema triunfaria em 2022. Afinal, com as pessoas vacinadas e o fim das restrições, os estúdios poderiam voltar a encantar o público. Só que não foi isso exatamente o que aconteceu.

Sim, tivemos "Top Gun: Maverick" finalmente chegando à tela grande após sucessivos adiamentos - e explodindo de sucesso de crítica, público e financeiro. Foram arrecadados quase US$ 1,5 bilhão nos cinemas de todo o mundo, a 11ª maior bilheteria da história.

Porém, de resto o que se viu foi um grande esvaziamento dos filmes arrasa-quarteirão, os blockbusters, no calendário dos cinemas. Em parte por um excesso de zelo dos grandes estúdios, ainda preocupados com a pandemia, mas também por conta das sucessivas reestruturações pela qual esses grupos estão enfrentando - que o diga a Warner Bros., que em 2022 passou por uma grande fusão com a Discovery.

Até mesmo o streaming teve um ano desafiador, emplacando ainda menos longas-metragens memoráveis.

Ao mesmo tempo, muito do que acabou vindo a luz do dia em 2022 ficou devendo. Na Disney, a Marvel Studios manteve o ritmo e lançou três filmes - que foram sucessos moderados e, em termos de qualidade, revelam uma certa saturação da fórmula da Casa das Ideias. O mesmo se repetiu em outras divisões do grupo: a Pixar parece ter perdido parte de seu brilho, enquanto a 20th Century Studios teve passos em falso com longas como "Amsterdam".

Ok, nem tudo foi perdido para o conglomerado do Mickey: houve os lançamentos de "Avatar: O Caminho da Água", "O Menu" e "Red: Crescer é Uma Fera" - esse último, inexplicavelmente, apenas no Disney+. Porém, pensando no volume de novidades, é pouco.

A Sony Pictures também acumulou suas falhas, com a bomba "Morbius" e o esquecível (ainda que divertido) "Trem Bala". Ao menos o estúdio se redimiu com "A Mulher Rei", que, se não foi um grande sucesso de bilheteria, tem méritos artísticos e, principalmente, de diversidade.

Tudo isso abriu caminho para filmes menores conquistarem algum espaço - se não necessariamente de público, ao menos na lista de melhores do ano.

"Tudo Em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" fez sucesso ao brincar com a fórmula do multiverso, usada nos blockbusters, para criar uma comédia dramática do absurdo, cheia de aventura. E o cineasta Jordan Peele, de "Corra", se arriscou com o seu mais ambicioso projeto, o ótimo (ainda que controvertido) "Não! Não Olhe!".

Para 2023 o cenário na tela grande deve ser outro. A Warner Bros. prepara "The Flash" que, dizem, tem tudo para ser ótimo, enquanto a Marvel Studios deve engrenar uma nova fase que inclui "Guardiões da Galáxia vol. 3" e "As Marvels". Já os favoritos ao Oscar, como "Tár", "Os Fabelmans" (de Steven Spielberg) e "Babilônia" chegam aos cinemas logo em janeiro.

Enquanto o novo ano não começa, o Na Sua Tela desta semana faz uma retrospectiva com os melhores filmes de 2022 - todos disponíveis para assistir nas plataformas de streaming ou nos cinemas.

Fica, desde já, os votos de um grande 2023, cheio de saúde, amor, realizações e, claro, de grandes filmes!

O melhor do cinema em 2022

AVATAR: O CAMINHO DA ÁGUA

'Avatar' retorna com uma história que nos leva aos mares de Pandora
Imagem: 20th Century Studios/Divulgação
  • Assista ao trailer
  • Onde: nos cinemas - clique para comprar ingresso
  • O que tem de bom: Poucos filmes representaram um passo tão grande na chamada sétima arte quanto o primeiro "Avatar", de 2009. Demorou, mas o diretor James Cameron retorna a esse universo com uma produção que busca mimetizar o mesmo impacto. Se a tecnologia não é mais surpreendente, o resultado na tela grande continua sendo belo - com um verdadeiro mergulho em um incrível universo ficcional. Dessa vez somos convidados a explorar o lado aquático de Pandora, embutindo uma mensagem de preservação de nossos mares e oceanos aqui na Terra. Em relação ao primeiro longa, há substancialmente mais ação, enquanto a mensagem pacifista se perde dentro de um enredo bélico. Por outro lado, Cameron vai fundo na representação da família e da união dos povos, superando suas diferenças. Somando tudo isso temos um filme longo (de 3h12 de duração) e que pode se tornar cansativo em certos momentos, mas que vale pela experiência imersiva e, principalmente, pelas reflexões que traz.
  • O que te faz sentir: ameaça, coragem
  • Extra direto do Splash: 13 anos no forno: ator de 'Avatar' esqueceu que voltaria para sequência
  • A opinião de Roberto Sadovski:"Não existe uma tomada sequer em 'O Caminho da Água' que não seja absolutamente surpreendente. Não existe, no cinema moderno, nenhum diretor operando no mesmo nível de Cameron quando o assunto é quebrar as barreiras da tecnologia e reescrever a maneira como ela é usada para contar uma história." (leia a crítica completa)

TOP GUN: MAVERICK

'Top Gun: Maverick' é o maior sucesso da carreira de Tom Cruise
Imagem: Divulgação/Paramount Pictures
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  • Onde: UOL PlayParamount+Telecine
  • O que tem de bom: Após 36 anos do sucesso de "Top Gun: Ases Indomáveis", Tom Cruise retorna aos céus com "Top Gun: Maverick". O filme traz de volta aquele ar farofa do cinema arrasa-quarteirão dos anos 1980, mas com pitadas de outras franquias, como "Star Wars" e "Velozes & Furiosos". Na história, descobrimos que Maverick (assim como o seu intérprete, Cruise) praticamente não envelheceu e continua fazendo as mesmas peripécias por aí. Porém, às vésperas dos pilotos se tornarem obsoletos, a Marinha precisa do ex-instrutor para uma missão importante - que inclui treinar uma nova geração de ases indomáveis. Tudo isso envelopado por uma ótima direção de Joseph Kosinski, que faz uma bela homenagem ao realizador original (o falecido Tony Scott) enquanto imprime um ar mais atual. A produção foi um sucesso extraordinário nos cinemas, muito por conta desse misto de nostalgia, do peso da estrela de Tom Cruise e, claro, por ser uma grande experiência cinematográfica. Vale ver ou rever, agora no conforto de casa.
  • O que te faz sentir: empolgação, nostalgia
  • Extra direto do Splash: Como 'Top Gun 2' usa inteligência artificial para recriar voz de Val Kilmer
  • Opinião de Roberto Sadovski:"'Maverick' é um pedaço de entretenimento que supera de longe o "Top Gun" original. Os avanços visuais criados pelo diretor Tony Scott quase quatro décadas atrás, que cravaram seu filme como um pedaço da história pop, são aqui substituídos por foco, intensidade e uma dose cavalar de nostalgia." (leia a crítica completa)

AFTERSUN

As memórias da relação entre pai e filha são as bases de 'Aftersun'
Imagem: Divulgação/MUBI/O2 Play
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  • Onde: nos cinemas; na MUBI em 6 de janeiro
  • O que tem de bom: Situado no final dos anos 1990, "Aftersun" é a tocante lembrança de uma viagem de um pai com a sua filha, de apenas 11 anos, para a Turquia. Aos poucos, se desenrola na tela uma história de crescimento, mas também sobre a relação paternal e, o mais importante, sobre a depressão. Dessa forma, aquele ar de nostalgia inunda as cenas, enquanto a diretora Charlotte Wells é extremamente bem-sucedida na criação de uma clima de angústia. Um ótimo exemplar do cinema britânico independente, temperado por ótimas atuações de Paul Mescal ("A Filha Perdida") e da jovem Frankie Corio (uma revelação e que tem tudo para ter uma brilhante carreira pela frente)
  • O que te faz sentir: saudosismo, nostalgia


BATMAN

Robert Pattinson interpreta o Homem-Morcego no interessante 'Batman'
Imagem: Divulgação/Warner Bros.
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  • Onde: HBO Max
  • O que tem de bom: O ano de 2022 não foi muito bom para os fãs de super-heróis e de filmes inspirados nas histórias em quadrinhos - além das patinadas da Marvel Studios e da Sony, "Adão Negro" também prometeu e não entregou. Ao menos a DC e a Warner Bros. se salvaram com "Batman". Ainda que exageradamente grande (são quase 3h de duração) e um pouco pretensioso, o longa-metragem acerta ao entregar um Batman pouco experiente e exercitando o seu lado detetive - em uma aventura neo-noir inspirada em "Chinatown" e "Seven: Os Sete Crimes Capitais" que envolve o espectador. Robert Pattinson funciona muito bem como o Homem-Morcego, enquanto o diretor Matt Reeves (de "Planeta dos Macacos: A Guerra") apresenta algumas mensagens interessantes nas entrelinhas. Mesmo sendo a interpretação do Batman mais soturna e escura de todas, em termos de fotografia, ainda fecha com uma mensagem final otimista.
  • O que te faz sentir: ameaça, surpresa
  • Opinião de Roberto Sadovski:"'Batman' é uma história sobre degradação moral, sobre culpa, sobre uma nova geração pagando por erros do passado. Sobre um vigilante ainda incerto de seus métodos e buscando entender seu papel em uma cidade que aos poucos se esfarela. Tudo isso construído em uma trama de serial killer que poderia sair das mãos de David Fincher (os paralelos com "Zodíaco" não são poucos), executado com a crueza do cinema policial americano dos anos 1970." (leia a crítica completa)

TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO

Michelle Yeoh em 'Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo', um dos melhores filmes independentes de 2022
Imagem: Divulgação/Diamond Films
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  • Onde: para aluguel ou compra em Apple TVLoja Prime VideoGoogle Play e YouTube
  • O que tem de bom: "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" é a abordagem independente para o conceito de multiverso, que ficou famosa nos recentes filmes e séries da Marvel Studios. Aqui, uma mulher de meia-idade com sérios problemas em sua vida pessoal, interpretada por Michelle Yeoh (de "Podres de Ricos"), se torna uma improvável heroína que precisa pular de um universo alternativo para o outro enquanto enfrenta uma versão paralela da própria filha. Descrevendo assim pode parecer um filme confuso, mas, na realidade, trata-se de uma história sobre chances perdidas, dificuldades do dia a dia e de reconexão entre mãe e filha - tudo isso enquanto brinca com nossos sentidos e com as próprias estruturas da sétima arte.
  • O que te faz sentir: surpresa, empolgação

NÃO! NÃO OLHE!

'Não! Não Olhe!' traz o vencedor do Oscar Daniel Kaluuya no elenco
Imagem: Divulgação/Universal Studios
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  • Onde: para aluguel ou compra em Apple TVLoja Prime VideoGoogle PlayYouTube e Claro tv+
  • O que tem de bom: Poucos diretores do atual cinema de terror são tão competentes quanto Jordan Peele. Aqui, o realizador de "Corra!" retorna com uma história surpreendentemente épica, sobre um jovem treinador de animais para cinema e TV, chamado OJ (Daniel Kaluuya, vencedor do Oscar por "Judas e o Messias Negro"), que se vê no meio de uma bizarro enredo envolvendo uma forma de vida desconhecida. Tudo temperado com suspense e mistério, criando algo que assusta não pelos sustos ou pelo sangue, mas sim pela dimensão e pelo clima criados. Dessa forma, com um quê do cinema de Steven Spielberg, Peele evoca temas como a falta de diversidade no audiovisual, a excessiva busca pela fama, a romantização da violência e a incessante (e desnecessária) busca pela perfeição. Se "Parque dos Dinossauros", de Spielberg, evocou os monstros em uma metáfora sobre os humanos desafiando a ciência e a natureza, "Não! Não Olhe" questiona a própria espetacularização. Este é, certamente, o longa-metragem mais comercial da filmografia de Peele.
  • O que te faz sentir: perseguição, pequenez
  • Opinião de Roberto Sadovski:"Em 'Não! Não Olhe!', Jordan Peele se mostra discípulo dedicado do estilo de cinema imortalizado por Spielberg. Seu novo trabalho é um espetáculo de terror e deslumbre, uma ficção científica original que inova mesmo trilhando caminhos familiares. Um filme que tem muito a dizer em suas entrelinhas. Tudo isso sem peças que não funcionam." (leia a crítica completa)

ARGENTINA, 1985

Em 'Argentina, 1985', Ricardo Darín e Peter Lanzani interpretam os promotores do famoso Julgamento das Juntas
Imagem: Divulgação/Amazon Studios
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  • Onde: Prime Video
  • O que tem de bom: Os argentinos não têm medo de olhar para os seus próprios problemas políticos por meio do cinema, nem para o legado sombrio deixado pela ditadura militar que governou o país entre 1976 e 1983. Em "Argentina, 1985" acompanhamos os bastidores do chamado "Julgamento das Juntas", quando os líderes do regime foram levados ao tribunal. É, dessa forma, uma história que não usa imagens fortes para chocar, mas sim os depoimentos das vítimas relatando os abusos e torturas sofridas - algo que tem o mesmo peso e o mesmo gosto ruim na boca. Muito bem executado pelo diretor Santiago Mitre (de "Elefante Branco"), com o ritmo de drama de tribunal que adoramos ver, e com uma ótima atuação de Ricardo Darín como Julio César Strassera, o promotor responsável pelo caso. Um filme duro, muito fiel aos fatos, e que merece ser assistido para que ditaduras assim nunca mais aconteçam - seja na Argentina, seja no Brasil.
  • O que te faz sentir: asco, nojo
  • Opinião de Flavia Guerra:"Pode parecer patriotismo, mas a equipe de 'Argentina, 1985' pode e deve se orgulhar do filme, que conta uma história ocorrida há 37 anos mas que é mais atual que nunca. Em uma semana em que a vice-presidente da Argentina sofreu um atentado e em que os ânimos se acirraram no país, contar a história de como o primeiro julgamento dos ditadores sedimentou o caminho da retomada da democracia argentina nos lembra que a democracia precisa ser constantemente reconquistada e protegida, como comentou o presidente argentino, 'é o evento mais grave da democracia argentina desde a Ditadura'." (leia a crítica completa)

RED: CRESCER É UMA FERA

'Red: Crescer é Uma Fera' é uma grande metáfora sobre a puberdade
Imagem: Divulgação/Disney
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  • Onde: Disney+
  • O que tem de bom: Em 2022 a Pixar lançou dois filmes. Se com "Lightyear" o estúdio frustrou as nossas expectativas, "Red: Crescer é Uma Fera" compensou. De forma divertida, a animação conta a história de amadurecimento de Mei, uma menina de 13 anos que se transforma em um panda vermelho toda vez que passa por uma forte emoção - em uma metáfora sobre as transformações da puberdade e, principalmente, da primeira menstruação. Tudo isso contado de forma fofa, envolvente e divertida, com a qual inúmeras meninas vão se identificar. Ainda que não seja inovador como "Divertida Mente" ou mesmo "Soul", "Red" foi certamente um dos melhores longas animados do ano - e que, infelizmente, foi lançado diretamente no Disney+ e não teve uma merecida passagem pela tela grande do cinema, o que diminuiu a sua projeção.
  • O que te faz sentir: identificação, coragem

PINÓQUIO POR GUILLERMO DEL TORO

'Pinóquio' é uma animação stop-motion que traz a visão de Guillermo del Toro para o clássico
Imagem: Divulgação/Netflix
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  • Onde: Netflix
  • O que tem de bom: O diretor Guillermo del Toro pode ser resumido em uma palavra: fascinante. O cineasta possui um olhar peculiar, gótico e sombrio em suas obras, mas que ao mesmo tempo consegue evocar sentimentos positivos, de esperança. É, certamente, uma visão agridoce da vida. Depois de fazer isso com longas como "A Forma da Água" e "O Labirinto do Fauno", o mexicano nos brinda com a sua reinterpretação do clássico "Pinóquio". Se por um lado ele é mais fiel ao livro do italiano Carlo Collodi quando se comparado à produção da Disney, de outro esta nova adaptação consegue carregar ainda mais em um subtexto político - colocando o fascismo da Itália de Benito Mussolini como pano de fundo. Tudo isso embrulhado em uma animação stop motion que faz jus ao enredo da marionete que queria ser um menino. Para assistir e refletir sobre quem somos e quem queremos ser.
  • O que te faz sentir: aceitação, inadequação
  • Extra direto do Splash: 'Pinóquio': clássico inspira um dos melhores (e um dos piores) filmes do ano


GLASS ONION: UM MISTÉRIO KNIVES OUT

'Glass Onion' traz um elenco estrelado junto com o mistério de "quem matou?"
Imagem: Divulgação/Netflix
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  • Onde: Netflix
  • O que tem de bom: Lançado em 2019, "Entre Facas e Segredos" fascinou por conseguir juntar uma trama de mistério, ao estilo "quem matou?" de Agatha Christie, com um humor refinado e afiado - sem falar do elenco de estrelas em cena. Agora, o diretor Rian Johnson retorna ao mesmo universo e traz de volta o investigador particular Benoit Blanc (Daniel Craig) em um novo mistério - sobre um milionário que leva um grupo de amigos ricos para brincar de detetive em uma ilha particular, onde assassinatos reais começam a acontecer. Sagaz como o primeiro filme, "Glass Onion" usa o seu pressuposto para fazer crítica à forma como as coisas acontecem na alta sociedade e entre os famosos, pegando tipos típicos do meio para criar os seus personagens. A isso, soma-se mais atores e atrizes famosos, como Edward Norton, Kate Hudson, Dave Bautista - além de pontas de gente como Hugh Grant, Angela Lansbury e Kareem Abdul-Jabbar. Imperdível.
  • O que te faz sentir: surpresa, galhofa
  • A opinião de Roberto Sadovski:"'Glass Onion' é uma delícia de filme. Tem um elenco bacana, amarrando com diálogos super espertos uma trama de mistério em que nada é o que parece ser. Traz à frente Daniel Craig, um dos astros mais carismáticos do cinema. É o tipo de experiência perfeita para ser compartilhada em uma sala escura, dividindo as surpresas com um público igualmente entretido." (leia a crítica completa)

O MENU

'O Menu': Anya Taylor-Joy em mais uma grande atuação
Imagem: Divulgação/Searchlight Pictures
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  • Onde: nos cinemas
  • O que tem de bom: O que acontece quando "MasterChef" e "Hell's Kitchen" encontram "Disque M Para Matar"? O resultado, por linhas tortas, é "O Menu". Dirigido por Mark Mylod ("Succession"), o longa traz um casal (Nicholas Hoult e Anya Taylor-Joy) indo até o restaurante super exclusivo do chef Slowik (Ralph Fiennes), que fica em uma ilha isolada. O que começa como uma interessante aventura culinária vai ganhando contornos de terror e de suspense ácido, com um forte comentário social. Ainda que o desfecho não seja surpreendente, é interessante acompanhar o desenrolar da história - e como, nesta vida, somos todos divididos entre aqueles que servem e os que são servidos. Mylod tem o mérito visual de brincar com os clichês dos reality shows culinários, enquanto Taylor-Joy e Fiennes estão impecáveis em cena. A atuação dos dois é extremamente naturalista, com os sentimentos extremamente claros por meio dos olhares. Certamente um filme para se apreciar com os olhos, e que vai abrir o seu apetite da forma mais estranha possível.
  • O que te faz sentir: remorso, vergonha
  • Opinião de Roberto Sadovski:"'O Menu' tem de tudo um pouco. Com senso de humor ácido e afiado, serve sátira urbana e conflito de classes salpicado com o impacto de um filme de terror dos bons. Seu texto se equilibra entre o comentário social esperto e o jorro de sangue. O melhor de tudo? Funciona à perfeição!" (leia a crítica completa)

A MULHER REI

Com 'A Mulher Rei', cinema resgata parte da história africana para uma grande audiência
Imagem: Divulgação/Sony
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  • Onde: nos cinemas
  • O que tem de bom: Dirigido por Gina Prince-Bythewood (de "The Old Guard") e estrelado por Viola Davis (ótima em cena), "A Mulher Rei" é uma história épica que se passa no Oeste da África durante a década de 1820. Davis é Nanisca, uma general responsável por um batalhão de mulheres guerreiras do povo Dahormey, que está em guerra contra o Império Oyo. Mesmo que com liberdades poéticas, conhecemos mais sobre a cultura e a história desses povos - seja por meio dos cantos, das roupas, da política e muito mais. Nem os temas delicados são deixados de lado: o roteiro não foge da polêmica relação daqueles povos com os colonizadores e exploradores portugueses, incluindo a conivência com a escravidão, nem do machismo estrutural que também existia por lá. Por tudo isso, não espere um filme de ação simplista: este é mais um drama que mergulha fundo nas raízes culturais da África e que, de lá, colhe uma história de empoderamento. No final, revela de uma vez por todas que, mais do que descendentes de escravizados, os negros de hoje são herdeiros de reis, rainhas e guerreiros que merecem o seu lugar na história e, porque não, no entretenimento ocidental.
  • O que te faz sentir: coragem, orgulho
  • Extra direto do Splash: Viola Davis: 'Valho tanto quanto as Julianne Moores e as Meryl Streeps'
  • A opinião de Roberto Sadovski:"'A Mulher Rei' é um filme importante. Sem aspas, sem ironia, sem meias palavras. Ao colocar um exército de guerreiras negras em primeiro plano, a diretora Gina Prince-Bythewood esfarela o padrão do cinema de ação e mostra que abrir as portas para representatividade significa um fôlego criativo e financeiro bem-vindo a Hollywood." (leia a crítica completa)


Além desses, vale menções honrosas para os dois melhores filmes brasileiros de 2022: "Medida Provisória" (disponível no Globoplay) e "Marte Um" (em cartaz nos cinemas).

O que tem de novo?

MATILDA: O MUSICAL

Emma Thompson como a vilã - e grande destaque - de 'Matilda: O Musical'
Imagem: Divulgação/Netflix
  • Assista ao trailer
  • Onde: Netflix
  • O que tem de bom: O filme "Matilda", de 1996, é um verdadeiro clássico, com a jovem Mara Wilson encantando gerações no papel-título. O que você talvez não saiba é que a personagem veio dos livros, criada por Roald Dahl - o mesmo escritor de "A Fantástica Fábrica de Chocolate". Em 2010 a história original foi adaptada para o teatro no formato musical, versão que agora ganha as telas após a Netflix comprar a Roald Dahl Story Company, responsável pela gestão dos direitos do autor. Por isso, espere uma versão de "Matilda" um pouco diferente do longa-metragem anterior, com muita música, mais próximo da origem britânica e do olhar um pouco mais sombrio de Dahl. De qualquer forma, no geral, a história continua a mesma: Matilda, aqui interpretada por Alisha Weir, é uma amável e super-inteligente menina que passa a ter sérios problemas com a diretora da escola (Emma Thompson, em grande atuação) - e, em meio aos abusos, descobre que tem o poder da telecinese.
  • O que te faz sentir: coragem, insolência


Além disso, estreia na Netflix nesta sexta (30) o filme "Ruído Branco" (do diretor Noah Baumbach, de "História de Um Casamento").

Dicas do time do UOL

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