Ano Novo, Esprança e Paz

 

Pe. Edvagner Tomaz da Cruz, Reitor do Seminário Diocesano de Jales e

Adm. Paróquia São Luiz Gonzaga


 

O início de um Novo Ano vem marcado como um tempo de festas, confraternizações e encontros. Tempo também de avaliações e planejamentos, tempo para orações, esperando por dias melhores e abençoados. Com o início de um novo ano descortinam-se novos sonhos, novas oportunidades, ou ao menos, a esperança renasce com o brilhar fulguroso dos primeiros dias dos 365 que se cumprirão.

Numa pesquisa realizada pela consultoria Cause e o Instituto Ideia, esperança foi eleita pelos brasileiros como a palavra do ano de 2022. Isto revela o quanto estamos carregados de sonhos e projetos de um novo modo de vida, porque a palavra esperança vem do latim spes e significa esperar, confiar em algo positivo, viver e esperar com disposição para mudanças. Esperança expressa temas filosóficos (por exemplo, o que eu posso esperar?) e teológicos (uma das três virtudes teologais) e, deste modo, um tema inerente ao ser humano.

Esperança de dias de paz, de vivência e respeito aos valores universais de fraternidade, vida digna para todos, respeito ao próximo e muitos outros. O Papa Francisco, em sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2023, com o tema “Ninguém pode salvar-se sozinho. Juntos, recomecemos a partir da Covid-19 a traçar sendas de paz”, aponta para tais valores que a humanidade é convidada a não se esquecer.

O fio condutor da reflexão da Mensagem do Papa Francisco é analisar sobre as mudanças causadas pela Covid-19, o luto, a dor e, a lição mais importante, de “tomar consciência de que sozinhos não vencemos, precisamos uns dos outros e que nosso maior tesouro é a frágil fraternidade”. Parece até um pesadelo sem fim, algo inacreditável, que nem bem o mundo conseguiu vencer a pandemia e vem uma Guerra que está desestabilizando a todos. São mais de 300 dias de guerra, destruição e morte entre irmãos. Certamente, “não era essa a estação pós Covid que a humanidade merecia ou ansiava passar”, afirmou o Papa.

Aproximando um pouco mais o olhar à realidade atual, é possível perceber outras situações desagradáveis, como por exemplo, as crises morais e sociais, as crises políticas e econômicas, o desrespeito pelo outro, o abandono da religião, a fome que mata muitas pessoas, a falta de emprego ou salário digno para muitos, a crise humanitária e migratória que vivem alguns países e a crise ambiental. E ainda, ao pensar no futuro, uma parcela da população pensa em si mesmo, no seu próprio mundo, e o outro não significa quase nada.

O ano se inicia e, com ele, a esperança por dias melhores, dias de cura da humanidade corrompida pelo pecado, dias de reconstrução de laços de fraternidade e solidariedade, dias de paz e de justiça. O convite é feito pelo próprio Deus, que nos dá o exemplo de viver o amor infinito e misericordioso (Cf. Evangelho de João 13,15) como passo seguro neste novo ano.

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