Abstenção de jovens nas urnas aponta não identificação de pautas destinadas à faixa etária


 

8 milhões de pessoas entre 16 e 29 anos não votaram no 1º turno. Campanha incentiva o voto consciente "para que jovens do Brasil não envelheçam antes de prosperar"


Na reta final para o segundo turno das eleições presidenciais, quando o foco das campanhas é conquistar eleitores indecisos ou que pretendem não votar, cada voto contribui na disputa acirrada que se desenha nos resultados das pesquisas de intenção.

O eleitorado jovem foi representado por 36,6 milhões de pessoas entre 16 a 29 anos no 1o turno, cerca de 30% dos 118.229.719 votos válidos. A taxa de abstenção, entretanto, foi de 8.100 milhões de pessoas, um contingente relevante a ser conquistado, tanto pelo montante que pode contribuir significativamente para o resultado final, quanto pela pela mão de obra que impulsiona a economia do País de hoje aos próximos 30 anos. 

“Muitos jovens ainda não se sentem representados pela política que está sendo feita no Brasil, mas a sociedade civil, governo e candidaturas precisam evidenciar que o voto de cada um importa e ajuda a eleger candidatos e candidatas que representem suas ideias nas urnas, e que tenham dentre as suas pautas a criação de um Política de Estado para as juventudes”, diz Mariana Resegue, coordenadora do Atlas das Juventudes, maior plataforma de dados sobre pessoas dessa faixa etária no Brasil.

De acordo com a terceira edição da pesquisa Juventudes e a Pandemia, produzida pelo Atlas e instituições parceiras, respondida por 16.326 jovens de 15 a 29 anos de idade de todos os estados do país, as três áreas prioritárias para garantir o voto de jovens são, respectivamente: Educação, Saúde, Economia, Trabalho e Renda. 

63% respondeu que votará no candidato que priorizar a Educação, enquanto 

56% determinou que a Saúde é a área de maior interesse; e 49% apontou que quem tiver propostas com mais ênfase em Economia, trabalho e renda, terá seu voto.

“É preciso considerar a urgência da implementação da agenda para as juventudes no Brasil, para o presente e o futuro do País, e isso só será possível com o voto consciente, escolhendo o candidato que mais esteja comprometido com a criação de uma política de Estado para as juventudes. Se isso não for prioridade, vamos envelhecer antes de prosperar, condenando o futuro do País”, diz Marcus Barão, também coordenador do Atlas das Juventudes e atual presidente do Conjuve (Conselho Nacional da Juventude).

Barão alerta para a importância de se aproveitar o potencial do bônus demográfico que o Brasil vive hoje, com 50 milhões de jovens - pessoas entre 15 e 29 anos - em sua melhor fase de produção e desenvolvimento.  

“Não vamos dar conta. Teremos uma massa de pessoas empobrecidas e não educadas, e, consequentemente, uma economia de menor valor agregado, mais desigualdades, com um sistema de saúde e  previdência social que não se sustentam”, completa. 

O Atlas das Juventudes criou neste ano, o Juventudes do Agora, iniciativa cujo objetivo final é a construção de uma política de Estado para os jovens no Brasil. Durante todo o ano, a proposta fez campanhas de mobilização para chamar a atenção das juventudes para exercerem seu direito de voto, e segue reforçando o chamado para os jovens comparecerem às urnas no dia 30.

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