Coelhos: conheça curiosidades sobre esses animais Eles são uma excelente opção para quem busca pets mais independentes


 

De olhos vermelhos, de pelo branquinho... 

foto/freepik/pereslavtseva

Os coelhos costumam ser lembrados na época da Páscoa, mas são uma excelente opção de animal de estimação para tutores que têm pouco espaço ou tempo para se dedicar à criação do animal. Mas não se engane, eles precisam de cuidados, estímulos, espaço adequado e exercícios físicos diários.

“Os coelhos são silenciosos, inteligentes, extremamente limpos e de fácil treinamento, fazem suas necessidades sempre no mesmo lugar e ocupam pouco espaço. Além disso, como são animais de hábitos crepusculares, quando o tutor chegar em casa, ele estará lá, no momento mais ativo do dia, pronto para dar e receber carinho (dependendo do comportamento de cada um). Os coelhos são mais sutis ao demonstrar afeição pelo tutor, e muitos não gostam de carinho e colo”, diz Frederico Fontanelli Vaz, coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera.

Os ancestrais do coelho doméstico (Oryctolagus cuniculus) são provenientes do oeste da Europa e nordeste da África. Atualmente, o coelho europeu é o mais comum no planeta.

Existem mais de 50 raças de coelhos domésticos, de tamanhos e pesos diferentes. No geral, esses animais pesam, em média, dois quilos -- mas há raças que podem pesar de 800 gramas a até 20 quilos. Na natureza, eles vivem entre quatro e cinco anos; criado em ambiente doméstico, podem viver de 6 até 13 anos de vida.

A seguir, confira algumas curiosidades sobre esses animais:

Não são roedores

Apesar do hábito desses bichos de roer alimentos e objetos, como móveis, eles não são inseridos taxonomicamente na ordem Rodentia, que inclui roedores como ratos, hamsters e chinchilas. Os coelhos pertencem à ordem Lagomorpha (uma ordem de pequenos mamíferos herbívoros, que também inclui as lebres, tapitis e lebres assobiadoras).

Ao contrário dos roedores, que possuem um par de dentes incisivos superiores, os lagomorfos possuem dois pares (um par é bem menor) -- mas os dentes de ambos crescem sem parar e precisam ser desgastados com alimentos ou outros objetos. Os coelhos também têm patas traseiras diferentes, e orelhas bem maiores e mais longas que as dos roedores.

São muito férteis

Os coelhos são muito férteis e uma fêmea pode dar à luz até 40 filhotes por ano. Cada gestação de coelho dura cerca de 30 dias, e podem nascer de 4 a 10 filhotes. Não à toa, o coelho é associado à fertilidade e à prosperidade, por isso tornou-se um símbolo da Páscoa. E não, eles não põem ovos!

Uma situação curiosa ocorreu quando coelhos foram introduzidos na Austrália no século XIX. Como a reprodução do animal é muito rápida e a espécie não tinha predadores na região, acabou se tornando uma praga para a agricultura local. O consumo excessivo de pastagem e erosão do solo fez com que inúmeras fazendas fossem abandonadas.

Hábitos de higiene

Os coelhos são extremamente independentes quando o assunto é sua higiene pessoal, não gostam de ambientes sujos e conseguem se limpar sozinhos, assim como os gatos. Os banhos são contraindicados para esses animais e podem até deixá-los doentes-- exceto quando aprontarem e acabarem se sujando muito, com substâncias ou materiais difíceis de serem limpos pelo próprio bichinho. Nesse caso, o ideal é lavar e limpar a área com água morna, cortar os pelos sujos, ou dar banho com xampus secos, específicos para a espécie.

Hábitos alimentares

Os tutores de coelhos devem ficar muito atentos à alimentação desses animais, oferecendo principalmente verduras escuras. A suplementação pode ser realizada com ração peletizada (1% a 2% do peso vivo ao dia). Frutas e legumes podem ser fornecidos apenas como petiscos. A ração deve ser específica para coelhos -- jamais deve-se oferecer rações de cachorro ou gato.

Outro hábito bastante curioso é que os coelhos ingerem cecótrofos, muito confundidos com as próprias fezes dos animais. Os cecótrofos são ricos em nutrientes essenciais, com tamanho menor que 0,5mm e mais úmidos que as fezes, que são maiores e subproduto da digestão e absorção dos nutrientes. Essa ingestão é normal e inclusive contribui para a saúde deles: os nutrientes da comida que não foram absorvidos totalmente pelo organismo do animal retornam ao coelhinho ao fazer essa ingestão.

Correm bastante e têm visão 190º

Na natureza, como esses animais são presas fáceis para predadores, podem correr até 45 km/h, e seus saltos podem chegar a 1 metro de altura. As lebres podem alcançar até 80 km/h. Pela necessidade de fugir dos predadores, eles também costumam estar sempre alertas, prestando atenção principalmente a barulhos e sons.

Outra característica que ajuda os coelhinhos no habitat natural é o fato de terem os olhos posicionados nas laterais da cabeça, permitindo a eles terem visão 190º do ambiente. Mas essa característica acaba bloqueando a visão do seu próprio nariz -- para ajudar nesse quesito entram em ação os bigodinhos (vibrissas) do animal, que funcionam como sensores do ambiente, pois são extremamente sensíveis ao toque.

Segurança para o pet em casa

O especialista acrescenta que antes de adotar um coelho, o tutor deve pesquisar bastante sobre o animal e adaptar a casa, além de tomar alguns cuidados para que o bichinho não destrua móveis, fios e outros objetos, causando frustração ao tutor ou problemas entre os habitantes da residência.

“É importante garantir uma ambientação adequada ao coelho na gaiola e fora dela. Proteger fios elétricos é essencial para preservá-los e proteger os pets. Oferecer tapetes antiderrapantes e espaço suficiente para correr e se exercitar algumas horas ao dia. Coelhos também se adaptam a fazer suas necessidades em bandejas sanitárias (iguais às que os gatos usam). Importante também planejar locais como túneis e tocas para que ele possa se esconder (lembre-se que coelhos são presas); além de deixar à disposição madeira não tratada e feno, para que ele possa roer e, assim, desgastar os dentes. Além da alimentação adequada, lembre-se de deixá-lo em ambientes limpos. Por fim, castre os animais caso queira adotar um casal de macho e fêmea, para controle reprodutivo, e para prevenir doenças e modular seu comportamento”, conclui.

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