Opções para quem faz parte do alto grupo de risco As estratégias de prevenção contra o câncer de mama: testes genéticos e cirurgia de redução de risco são opções para quem tem histórico na família – entenda exatamente como esses processos funcionam

 Mulheres que têm familiares próximos com câncer de mama fazem parte do grupo de alto risco para a doença e podem tomar medidas preventivas que reduzem em até 80% a probabilidade de desenvolverem a patologia. O mapeamento genético também é eficaz para a adoção de reposição hormonal, quando necessária

 

 

Dra.  Mariana Rosario, ginecologista e mastologista

 

São Paulo, 29 de junho de 2022 – A mamografia e o ultrassom de mamas são as formas mais eficientes para se detectar o câncer de mama em estágio inicial e, assim, realizar-se o tratamento o mais cedo possível, com alta perspectiva de cura. Porém, realizar esses exames não significa que a mulher não desenvolva a doença, afinal, eles são feitos para que se obtenha um diagnóstico e seja possível adotar um tratamento.

 

Em se tratando de câncer de mama, porém, há uma modalidade de exame que permite que ações sejam tomadas para que a paciente aumente em até 80% a chance de não desenvolver a doença: trata-se do mapeamento genético (cujo nome pode variar de um laboratório para o outro), indicado para mulheres com histórico pessoal ou familiar de câncer de mama hereditário. “Quando uma mulher tem familiares próximas, como mãe e irmãs, com a doença, pode realizar o mapeamento e saber se carrega os genes que a farão desenvolver também o mesmo problema”, diz a mastologista Mariana Rosario, do corpo clínico do hospital Albert Einstein e com formação em Mastologia pelo Instituto Europeu de Oncologia, em Milão, na Itália.

 

Segundo a médica, se a mulher carrega esses genes, ela pode optar pela cirurgia de redução de risco, que é a remoção de 80% a 90% das mamas, para que se elimine a possibilidade de desenvolvimento do câncer no mesmo percentual. “As mamas são removidas e reconstruídas e a paciente passa a fazer acompanhamento, porque o risco se reduz a 20% ou 10%. É uma atitude que pode salvar a vida dessa mulher”, enfatiza a médica.

 

Os testes genéticos costumam mapear mais de 20 tipos de marcadores, sendo o mais conhecido deles o BRCA (dos tipos 1 e 2). “Quem carrega esse gene tem alta probabilidade de desenvolver o câncer de mama. É preciso, porém, que a parente com câncer também seja testada, então, se ela já faleceu, o teste é invalidado”, alerta a médica.

 

Os mesmos testes também podem ser utilizados no mapeamento do câncer de ovário.

 

 

Reposição hormonal

 

Realizar o mapeamento genético é importante também para as mulheres que precisam de reposição hormonal mas têm casos de câncer de mama na família. “Até bem pouco tempo atrás, a reposição era completamente desaconselhada, porque o estradiol pode aumentar o risco do desenvolvimento do câncer de mama. Porém, se a mulher não carrega esse gene, podemos optar pela terapia de reposição hormonal”, diz a médica.

 

Ela explica que, neste caso, apenas os hormônios bioidênticos são indicados. “Além de serem os mais parecidos com os que temos naturalmente no organismo, eles são implantados conforme a dose que as mulheres precisam, de forma individualizada”, diz a médica.

 

A terapia de reposição hormonal é de extrema utilidade em alguns momentos da vida, especialmente na menopausa, quando os níveis hormonais caem e muitas mulheres desenvolvem problemas de saúde como a Síndrome Metabólica, aumentando o risco cardíaco. Elas também podem ter insônia, depressão e outros problemas que vão além dos mais comuns, relatados por quem passa por uma transição leve do período fértil para o não-fértil.

 

Sobre a Dra. Mariana Rosario

 

Formada pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra. Mariana Rosario possui os títulos de especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela AMB – Associação Médica Brasileira, e estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, de Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo. É membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e especialista em Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto. É membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.

 

Possui vasta experiência em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, tanto em Clínica Médica como em Cirurgia Oncoplástica. Realiza cursos e workshops de Saúde da Mulher, bem como trabalhos voluntários de preparação de gestantes, orientação de adolescentes e prevenção de DST´s. Participou de inúmeros trabalhos ligados à saúde feminina nas mais variadas fases da vida e atua ativamente em programas que visam ao aprimoramento científico. Atualiza-se por meio da participação em cursos, seminários e congressos nacionais e internacionais e produz conteúdo científico para produções acadêmicas.

 

Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.

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