Bom dia! Há quem fuja da política como o diabo da cruz, mas o fato é que ela nos persegue como uma cobra na caça à sua presa. Como um animal político – parafraseando Aristóteles –, a gente se posiciona politicamente de diferentes maneiras diante da sociedade: na roupa que vestimos, no corte de cabelo, na música que curtimos, na comida que consumimos, na causa que apoiamos... Não se trata apenas do voto na urna, embora este seja o símbolo maior da democracia, a pior forma de governo com exceção de todas as outras, na definição do inglês Winston Churchill. Eu realmente não planejava falar de política hoje, mas como fugir de uma segunda-feira repleta de fatos políticos? No mesmo dia em que caíram o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, balançou no cargo, depois de participar de audiência pública no Senado para se explicar sobre nota técnica com posição contrária ao passaporte vacinal e à obrigatoriedade da vacinação infantil contra a covid-19. Ao justificar a nota, a ministra responsabilizou a ‘Geni’ predileta dos poderosos de plantão: a imprensa. Alegou necessidade de resposta à ‘confusão’ criada por TV, sem citar qualquer veículo. Já a queda de Milton Ribeiro se dá no momento em que o governo tenta minimizar o desgaste – em ano eleitoral – em meio a graves denúncias que envolvem dois pastores em esquema de liberação de verbas e pagamento de propina. Se a farinha é pouca, amigo, meu pirão primeiro, diz o ditado. Assim, o Centrão viu a oportunidade de avançar sobre mais ministérios e a Petrobras, como mancheteou O Globo na edição de domingo. O general Silva e Luna também caiu, da presidência da Petrobras, mas o governo se apressou para indicar o economista Adriano Pires para a posição. Fritado em um contexto de sucessivos aumentos no preço dos combustíveis, Silva e Luna rezou a cartilha do mercado – recentemente, compartilhou com acionistas R$ 101,4 bilhões de resultado de 2021 – e pagou a conta de um presidente que busca a reeleição. Adriano Pires assume como um porta-voz da privatização, que deve manter a política de preços da Petrobras em sintonia com as diretrizes do mercado. Em ano eleitoral, é natural que a agenda política ganhe mais movimento e interesse público, mas não tem como fugir dessa pauta se queremos evoluir na pauta ESG, pois ela depende da adoção e desenvolvimento de políticas públicas. É isso que direciona o investimento na cultura que a gente consome, a política de educação que orienta nossas escolas, o combate à corrupção nas estruturas do governo, a origem da carne que a gente come e vende para outros países, o preço do combustível que movimenta o nosso país e guia os valores de produtos e serviços no Brasil. |
Comentários
Postar um comentário