Jovens: despertai!


 

José Renato Nalini Reitor da UNIREGISTRAL  e docente da Pós-Graduação da UNINOVE. Foi Secretário da Educação do Estado de São Paulo-2016-2018


O futuro chegou e não encontra mão-de-obra qualificada para o trabalho que as tecnologias exigem. O mercado precisa de técnicos capacitados e eles não existem na quantidade necessária. O descompasso entre a educação formal e as exigências reais é evidente. Por isso é que as grandes empresas já não consideram essencial o currículo, mas a capacidade de se adaptar a novas exigências. A versatilidade do trabalhador. Um atributo negligenciado no ensino tradicional, mais preocupado com o adestramento de crianças e jovens, postos a decorar informações, sem preocupação alguma com suas competências socioemocionais. 

Os jovens que têm condições de enxergar, precisam atinar com essa nova realidade. Precisam mergulhar, urgente e seriamente, na aquisição de conhecimento tecnológico, sobretudo na área das TICs – Tecnologias da Informação e da Comunicação. É nesse setor que o mercado vai procurar os profissionais que a educação formal não entrega. Não basta um curso universitário. É preciso conhecer técnicas e práticas que podem ser adquiridas em alguns meses, desde que haja vontade e empenho.

Uma relação das profissões hoje em alta e que podem remunerar condignamente alguém provido de garra e fibra, mostra o quão diverso é o cenário do mundo laboral nesta terceira década do século 21. Você já pensou em ser líder de live streaming, cuja função é garantir o bom funcionamento das transmissões ao vivo e coordenar a equipe responsável pela live? Ou piloto de drone, que controla  o equipamento para a produção de imagens e fotos aéreas, tão necessárias para inúmeras empresas e para o agronegócio?

Precisa-se também de desenvolvedor full stack, capaz de fazer códigos para a execução das funções de uma aplicação na internet e de pentester, encarregado de conduzir testes de segurança em infraestrutura para prevenir invasões de hackers e exposição de dados. Um arquiteto de soluções desenvolverá adequação e integração de novas soluções personalizadas para empresas e o desenvolvedor front-end cuidará da experiência do usuário na web, desenhando e desenvolvendo páginas na internet. O Brasil e o mundo precisam de engenheiro de dados, que gerencia, otimiza e monitora a captação, armazenamento e distribuição de dados na empresa e de especialista em machine-learning, o desenvolvedor de cálculos, de simulação de cenários de decisão e avaliação de resultados gerados pela simulação. Pense em se tornar um people analytics, aquele que processa a coleta, análise e geração de insights baseados em dados para a gestão de pessoas ou em ser um analista martech, que estabelece a integração entre a tecnologia e o marketing, aliando demandas de vendas e marketing. 

Tudo isso abre um futuro promissor a quem levar a sério o convite do mercado. Acordai, jovens brasileiros! O mundo mudou e a República não percebeu. 

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