Voando para a praia



 José Renato Nalini  Reitor da UNIREGISTRAL e docente da Pós-Graduação da UNINOVE. Foi Secretário da Educação do Estado de São Paulo-2016-2018


A partir de 2025, talvez se possa ir de São Paulo a qualquer praia do litoral paulista, com um carro voador. O aceno foi feito por John Rodgerson, presidente da Azul Linhas Aéreas. Ele acha bizarro que o brasileiro leve seis horas para ir da capital a Bertioga, uma distância de apenas 114 quilômetros. 

Considerando que São Paulo possui cinco vezes o número de helipontos de Nova Iorque, é muito mais simples fazer essa viagem num carro voador. A empresa alemã Lilium pode oferecer essa aeronave elétrica, para concorrer com o helicóptero. A capital conta com 196 helipontos de acordo com a Anac – Agência Nacional de Aviação Civil, dos 1.265 distribuídos por todo o país. Em 2018, São Paulo possuía 674 helicópteros. 

A vantagem é que o preço da viagem com o carro voador custaria um quarto da viagem com helicóptero. Ela custa por volta de 2 mil reais, ou cerca de 400 dólares. Já o carro cobraria 514 reais, ou 100 dólares. 

A Azul encomendou duzentas e vinte aeronaves à Lilium, cada qual podendo transportar sete pessoas, ou seja: piloto e seis passageiros. Há outros modelos que estão sendo produzidos para até dezesseis pessoas. A viagem seria mais acessível por esse meio de transporte que o CEO da Azul chama de “uber dos céus”.

Outro benefício é em relação à poluição. O veículo não utiliza combustível fóssil, como os helicópteros. Uma viagem de cem quilômetros com helicóptero despeja cinquenta quilos de dióxido de carbono na atmosfera. Já o carro voador é cem vezes mais seguro e mais silencioso do que um helicóptero. A Azul já tem expertise com pequenos aviões, que levam até nove passageiros.

Investiu na aquisição dos duzentos e vinte carros um bilhão de dólares, ou cinco bilhões de reais. Cada veículo custa cerca de 25,7 milhões, enquanto o helicóptero custa entre 36 e 46 milhões de reais. 

Como toda novidade, atrairá os sequiosos de estarem “up to date” em relação a mais essa possibilidade de deslocamento. E se o carro voador se mostrar seguro, rápido e mais barato, tem tudo para pegar. 

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