Departamento de Gerontologia da UFSCar empenha esforços para regulamentação da profissão na área

 Gerontólogos têm atuação em diversos setores com foco na qualidade do envelhecimento


Regulamentar uma profissão é importante não apenas para os profissionais como também para a sociedade que se beneficia dos serviços e produtos gerados a partir de determinado conhecimento. É com atenção a esse princípio que o Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tem empenhado esforços para regulamentar a profissão do gerontólogo. As ações têm apoio da Reitoria da Universidade, de profissionais e dirigentes de outras instituições e de entidades que representam essa categoria profissional.
O gerontólogo estuda o envelhecimento de forma ampla e multidimensional, sempre sensível às transformações demográficas e novas demandas de serviços e produtos destinados à população envelhecente, que é cada vez mais presente e participativa. De acordo com os professores Letícia Guarisco e Juliana Ansay, chefe e vice-chefe do DGero, e Keika Inouye e Fernando Vasilceac, coordenadora e vice-coordenador do curso de Gerontologia da UFSCar, o gerontólogo não atua somente na atenção direta aos idosos e suas famílias, mas principalmente na gestão e na oferta de serviços e produtos destinados ao público sênior. "Atua como articulador em equipes multidisciplinares da área da saúde, da educação e social, uma vez que é capaz de identificar demandas e oportunidades, tendo em vista a qualidade de vida e o envelhecimento saudável, mesmo diante de casos de fragilidade ou finitude", enumeram. Com isso, os docentes explicam que o gerontólogo é um profissional preparado para atender atuais e futuras demandas do envelhecimento individual e populacional, com foco na oferta e gestão de serviços, desenvolvimento de novos produtos, proposição e implementação de políticas públicas nas áreas da saúde, da educação e social com vistas a proporcionar um melhor envelhecer. 
No Brasil, os primeiros cursos de bacharelado em Gerontologia surgiram na Universidade de São Paulo (USP), em 2006, e na UFSCar, em 2009. O curso de Gerontologia da UFSCar é aprovado do MEC e os primeiros egressos têm atuado em cenários diversos tanto da velhice saudável quanto fragilizada, como na gestão de instituições de longa permanência para idosos, operadoras de saúde, consultorias, formulação de tecnologias, educação em saúde, gestão hospitalar, empreendedorismo, regulação em saúde, gestão de projetos, além de trabalhar com gestão de casos, políticas públicas e na área de pesquisa, dentre outros setores e campos.

Regulamentação
A regulamentação da profissão do gerontólogo é importante assim como a regulamentação das demais profissões. Os docentes citam diversos benefícios que o processo pode oferecer à sociedade: "valorização da longevidade com qualidade de vida; reconhecimento da importância do gerontólogo no fortalecimento das políticas públicas voltadas ao envelhecimento e de seu papel social, agregando valor ao aluno formado pela nossa Universidade; geração de oportunidades e empregos; respaldo legal à atuação profissional; fortalecimento de associações de classe e sociedades científicas, tão importantes para consolidação de novas práticas e disseminação do conhecimento; garantia à população beneficiada pelo trabalho do gerontólogo de que o serviço prestado tem amparo legal e fundamentação jurídica".
Para a UFSCar - instituição de ensino voltada à excelência -, a regulamentação da Gerontologia como profissão permite aos alunos do curso a participação em editais voltados à formação e prática profissional, e naqueles destinados à educação continuada, como as residências multiprofissionais. Nesse contexto, a chefia do DGero e a coordenação do curso apontam que o Departamento sempre apoiou a Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) na busca pela regulamentação da profissão, acompanhando os trâmites no Senado e Câmara dos Deputados. "Participamos de inúmeras reuniões em Brasília em parceria com o curso da USP, articulamos junto à Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e defendemos a importância deste profissional em audiências públicas", reiteram os docentes, destacando o apoio da Reitoria da UFSCar no auxílio do deslocamento da equipe e mediação de uma audiência recente com o deputado Vitor Lippi, em que os docentes do DGero esclareceram a necessidade de regulamentação desses profissionais.  
Atualmente, o processo está em discussão na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (CDDPI) da Câmara dos Deputados e, em audiência recente com a relatora da Comissão, deputada Thereza Nelma, representantes da UFSCar e de outras instituições defenderam a regulamentação e tiveram um retorno positivo do posicionamento da relatora. No entanto, novas revisões no projeto de lei (PL 9.003/2017) e outras audiências públicas serão necessárias para conclusão deste processo, que deverá passar por outras comissões.

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