Saúde chama atenção para prevenção da doença que evolui de maneira silenciosa e tem acompanhamento disponível pelo SUS
Quando foi a última vez que você foi ao oftalmologista para uma visita de rotina? Saiba que manter o acompanhamento médico pode prevenir vários problemas, inclusive uma doença silenciosa que atinge mais de 900 mil pessoas no Brasil: o glaucoma. Nesta quarta-feira (26/5), no Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, o Ministério da Saúde alerta para a importância do diagnóstico precoce da doença que não tem cura, mas que pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata. A doença causa aumento da pressão interna do olho e alteração irregular no fluxo de sangue dentro do órgão, o que pode afetar o campo visual e levar até a cegueira permanente.
A recomendação é procurar um médico oftalmologista ao menos uma vez ao ano para que seja feita uma avaliação completa da visão. Quanto mais cedo for descoberto o glaucoma, maior a chance de tratá-lo. O tratamento pode ser feito com colírios, cirurgias ou uso do laser. Os exames para o diagnóstico, oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelecidos pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), avaliam a estrutura dos olhos, o campo de visão e o nível de pressão ocular.
No Brasil, a estimativa é que mais de 35 milhões de pessoas tenham algum problema que cause dificuldade para enxergar. Destes casos, pelo menos 900 mil têm o diagnóstico de glaucoma. A doença atinge, no mundo, cerca de 64,3 milhões de pessoas, entre 40 e 80 anos. A projeção é de que, até 2040, esse número aumente para 111,8 milhões.
Atendimento no SUS
Atualmente, o SUS oferece 19 procedimentos para acompanhamento, avaliação e tratamento do glaucoma. Para serem encaminhados aos Serviços de Atenção Especializada, os pacientes devem, primeiro, procurar uma das 41,7 mil Unidades de Saúde da Família espalhadas por todo o país. As pessoas com diagnóstico confirmado devem ser acompanhados por um médico oftalmologista.
Esse acompanhamento começa cedo: todas as crianças, quando nascem, também realizam nas maternidades públicas o Teste do Olhinho. É um exame simples, rápido e indolor, capaz de detectar alterações no eixo visual. O teste avalia o reflexo da luz que entra no olho do bebê. Se for identificada alguma alteração, o recém-nascido é encaminhado para um especialista. A identificação precoce aumenta a chance de desenvolvimento normal da visão ao longo da vida.
Para os casos mais graves, em que há indicação, também é possível fazer transplante de córnea pelo SUS. Em 2020, foram realizados 7.334 procedimentos deste tipo no país. Em 2021, entre janeiro e maio, 436 transplantes foram realizados em todo o Brasil.
Os pacientes podem ter acesso aos medicamentos necessários para o tratamento do glaucoma por meio do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF). (por Nathan Victor/MS)
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