Cidades chamadas ao heroísmo



            *José Renato Nalini

            O município brasileiro foi guindado à condição de entidade federativa. Isso tem de valer alguma coisa, principalmente em períodos de crise como o que ora o Brasil enfrenta.

            A cidade tem de ser reinventada após a pandemia. O caminho é a busca da sustentabilidade. E a pandemia mostrou que ela é viável. O uso da eletrônica, da informática e de todas as tecnologias disponíveis é um convite à criatividade. Quantos trabalhos continuaram a ser feitos e assim prosseguirão, mesmo se um dia estivermos livres da Covid?

            Cada prefeito tem de formar em sua cidade um Comitê para a implementação da Agenda 2030. Formado por cidadãos voluntários, sem a necessidade de criação de mais uma estrutura que sobrecarregue os contribuintes. Há, em cada município, um pugilo de indivíduos devotados, sensíveis e solidários. Todos conhecem aqueles que trabalham sem fazer alarde, sem busca de faróis, benefícios políticos ou reconhecimento.

            As prefeituras terão de pensar em fornecer conectividade para todos, principalmente os mais humildes e despossuídos. Reciclar seus professores e usar a monitoria inversa, fazendo com que alunos se encarreguem não só de transmitir desenvoltura digital a seus mestres, mas também de ajudar os colegas que não conseguem acompanhar muito bem as aulas.

            Todos os prédios municipais têm de trocar seu sistema de energia tradicional por solar. Todo terreno baldio tem de ser preenchido com vegetação, seja para formar hortas comunitárias, pomares ou, simplesmente, para repor o verde destruído por uma ignorante concepção do que deva ser o progresso.

            Os veículos têm de adotar combustíveis limpos. Os jovens têm de ser estimulados a criar startups verdes, para resolver problemas aparentemente insolúveis e para se animarem a serem unicórnios! Há muito a ser feito. Qual será a primeira cidade brasileira a ser inteiramente ESG?             Cada município brasileiro tem uma vocação peculiar e esta tem de ser estimulada, até para criar uma saudável emulação entre todos. Mais uma vez, viva Franco Montoro: “As pessoas não nascem na União ou nos Estados; nascem nos municípios!”.

 

*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022

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