Cenário positivo para o mercado logístico em 2021

 


Após um 2020 com muitas incertezas, especialistas apostam em crescimento para o mercado logístico, impulsionado pela aceleração digital

Pouco mais de um ano após a chegada da COVID-19 no País, diversos mercados tiveram que se adaptar diante de tantas mudanças e incertezas trazidas pela pandemia. No entanto, a crise trouxe com ela uma grande aceleração digital e a necessidade de as empresas aumentarem sua presença digital. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) o comércio eletrônico apresentou 68% de crescimento em 2020, atingindo R$ 126,3 bilhões com 11% de participação de mercado.

O Relatório E-commerce no Brasil, apresentado em abril de 2021 pela Conversion, mostra que o comércio eletrônico registrou, em março, mês que completa 1 ano de pandemia, 1,66 bilhão de acessos, o que marca um aumento de 40% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já com relação a fevereiro deste ano, o e-commerce teve aumento de 11,05%. Dos 15 setores analisados, 10 tiveram aumento de mais de 30% no YoY (Year over Year), como Importados (+91,72%), Pet (+88,04%), Casa & Móveis (+86,62%) e Farmácia & Saúde (+65,22). Dos 217 sites analisados, mais de 70% tiveram aumento anual e mensal.

Willian Rigon, diretor de Marketing da Urban Systems comenta que o comportamento das pessoas mudou: “o uso do e-commerce durante a pandemia se expandiu para segmentos antes mais usualmente utilizados na loja física. Alimentos, saúde, presentes e etc, que eram preferidos no ponto de venda, em virtude do fechamento de lojas e shoppings, migrou parte do público para a compra virtual. Agora os estabelecimentos físicos buscam uma reinvenção ou melhoria na experiência para trazer de volta os seus consumidores”.



Demanda crescente

Em 2021, as vendas online e a digitalização seguem sendo uma alternativa para amenizar os impactos econômicos, com a tendência de aumentar ainda mais a demanda por logística. Segundo dados da 6ª rodada da Pesquisa de Impacto no Transporte – Covid-19, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT)*, a maioria das empresas entrevistadas acreditam que não haverá mudanças no cenário nos próximos seis meses. Das 580 organizações de cargas e passageiros de todos os modais de transporte ouvidas, 28,6% estão otimistas e vislumbram um crescimento da demanda no setor.

A digitalização também chegou com tudo na logística de transportes, tornando-se uma opção que reduz custos, melhora o processo de entregas e apresenta informações em tempo real. Alguns especialistas em tecnologia acreditam que digitalizar os serviços de um negócio pode ser a salvação para não falir.

Galpões e condomínios logísticos

Estudo da Colliers International Brasil*, analisou a performance e projetou um 2021 positivo para o setor de galpões e condomínios logísticos no Brasil. O mercado de condomínios logísticos de alto padrão no Brasil apresentou absorção bruta de 783 mil m² entre julho e setembro de 2020. É o maior volume de inventário locado dos últimos 5 anos. Destaque para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que juntas foram responsáveis por aproximadamente 65% de todo inventário nacional locado. E-commerce e varejo seguem como principais setores que mais alugaram no trimestre.



O estudo da Colliers também aponta que, considerando ampliações e novos condomínios logísticos, o território brasileiro recebeu 10 novos empreendimentos, sendo três localizados em São Paulo, três em Minas Gerais, um na Bahia, um no Espírito Santo, um Rio de Janeiro e um Rio Grande do Sul. Vale ressaltar que o estado de Minas Gerais é o destaque deste trimestre, com participação de 37% do inventário nacional entregue. Com as novas entregas, o inventário de condomínio logístico no Brasil encerrou o período com 16.491 mil m² de área construída.

A taxa de vacância teve queda de 1 ponto percentual, 16%. De acordo com Rogério Luz, gerente da divisão de logística da Colliers Internacional, com o início da vacinação da população, diminuição das restrições de circulação, retomada do emprego e melhora da economia, a aposta é que o mercado logístico continue aquecido em 2021. “Estimamos que a taxa de vacância fique próxima a 15% e a absorção líquida se mantenha no patamar de 2020, sendo impulsionada, principalmente, pelos setores de e-commerce, transporte e varejo”, analisa.

“Pelos nossos estudos e pesquisas recentes, conseguimos notar que a população das grandes cidades, e consequentemente dos principais mercados consumidores, venceram a barreira do consumo online. Muitos consumidores que não tinha o hábito do consumo online, ou apresentava menor frequência, tiveram na pandemia uma alteração no seu modelo de consumo, privilegiando o comércio online e consequentemente, aquecendo o setor logístico e de distribuição. A tendência é a comodidade manter esse consumo”, conclui Rigon.



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Conteúdo elaborado pela Redação Urban Systems Fontes: Abcomm,  Relatório Conversion, CNT e Colliers

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