Fura-fila: após escândalo de vacinação de filho de vereadora, Câmara de Cassilândia se cala

 


Vereadores não cobraram a prefeitura e não atenderam reportagem sobre caso de fura-fila

Os vereadores de Cassilândia, a 419 quilômetros de Campo Grande, não se pronunciaram sobre o escândalo da vacinação contra covid em dois adolescentes, sendo um deles filho de uma vereadora do município. O caso dos ‘fura-fila’ na cidade já está sendo investigado pelo MPMS (Ministério Público Estadual).

O caso revoltou moradores da cidade, pois o PNI (Plano Nacional de Imunização) proíbe a vacinação em menores de 18 anos. Além disso, o filho da vereadora teria sido contratado pela farmácia em dezembro de 2020.

A reportagem do Jornal Midiamax tentou contato  com os vereadores, mas apenas a vereadora Fernanda Messias de Souza (PATRIOTA) atendeu. Ao ser questionada sobre quais medidas a Câmara iria adotar, prontamente informou que estava “muito ocupada” e que não poderia responder sobre o ‘fura-fila’.

O presidente da Casa, vereador Zé Divino (PSDB) recusou todas as ligações da reportagem.

No perfil oficial da Câmara de Cassilândia, a última postagem é de terça-feira (23), quando a vereadora Sumara Leal (PDT) enviou requerimento à prefeitura questionando sobre a divisão do loteamento  Fazendinha. Nenhum comentário sobre o caso de ‘fura-fila’, que chocou o Estado.

Ainda, na mesma data, foram protocolados requerimentos solicitando recursos de emendas parlamentares para instalação de painéis de energia solar no lar de idosos e outro autorizando a construção do monumento da Bíblia em uma praça da cidade.

Na última sessão da Câmara, na pauta, estava projeto de lei que “ratifica protocolo de intenções firmado entre municípios brasileiros com a finalidade de adquirir vacinas para combate à pandemia do coronavírus: medicamentos, insumos e equipamentos na área da saúde”.

Fura-fila

Em entrevista ao Jornal Midiamax, a vereadora mãe do adolescente vacinado disse que só soube da vacinação do filho de 16 anos, depois da aplicação da dose e negou que influência política tenha facilitado o acesso do menino à vacina.

Assim, ela lembrou que “ele chegou em casa e contou ‘mãe hoje eu tomei vacina’”. Então, ela afirmou não sabia da vacinação e inclusive, não autorizou a aplicação da dose no menor de idade.

A vereadora disse que a responsabilidade foi do secretário. “Não assinei nada e nem fui informada ele iria tomar a vacina. A autorização foi do secretário de Saúde”. Ela lembrou que o garoto de 16 anos estava trabalhando em uma farmácia e recebeu a dose por causa do cadastro que o patrão do adolescente fez.

Por sua vez, o gestor do Fundo Municipal de Saúde de Cassilândia, José Lourenço Marin, disse que a prefeitura entendeu não haver culpa das vacinadoras, que apenas aplicaram as doses em quem constava na lista e que a prefeitura iria acompanhar as investigações do MPMS.

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