Estamos vivendo tempos violentos!

 


Dr. Flávio Rodrigo Masson Carvalho – PhD Psicopedagogo - ABPp Nº de Inscrição: 13397 equilibriumtc@hotmail.com 


Estamos vivendo uma Crise, e dentro desta Crise existem várias crises, e uma das facetas desta imensa Crise é a Violência. Estamos vivendo tempos violentos.

A toda hora, em qualquer telejornal, em todos os noticiários falam e mostram imagens da violência desenfreada, da corrupção sem controle, que a anos estamos acompanhando, e essa crise infindável que assola o Brasil, principalmente no Rio de Janeiro.

Constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, que obriga essa pessoa a fazer o que lhe é imposto: violência física, violência  psicológica. A violência em muitas formas é evitável. Existe uma forte relação entre os níveis de violência e os fatores modificáveis, como a pobreza concentrada, a desigualdade de renda e de gênero, o uso nocivo do álcool e a ausência de relações seguras, estáveis e estimulantes entre as crianças e os pais. As estratégias que abordam as causas subjacentes da violência podem ser eficazes na prevenção da violência.

Esta Pandemia é uma violência! Ser obrigado a ficar trancado em casa é uma violência! As mortes por Covid 19 é uma violência! Perdermos a esperança é uma violência!

A violência acontece  quando alguém ou um grupo de pessoas utiliza intencionalmente a força física ou o poder para ameaçar, agredir e submeter outras pessoas, privando as de liberdade, causando algum dano psicológico, emocional, deficiência de desenvolvimento, lesão física ou até a morte.

A violência afeta a mente e a vida de todos nós, um dos efeitos mais cruéis da violência é o medo que se espalha entre as pessoas, sendo a insegurança uma das principais causas de transtorno mental. Dessa forma, analisaremos os sentimentos de medo e insegurança diante dos fatos violentos, medo e segregação social.

Os problemas ligados à violência são numerosos, complexos e de natureza distinta. A violência está ainda enredada em problemas conceituais referentes à distinção entre: Poder X Coação – Vontade Consciente X Pulsão – Determinismo X Liberdade.

Violência é toda ação cometida ou omitida que implique a morte de uma ou mais pessoas ou que lhes inflige, de maneira intencional ou não, sofrimento, lesões físicas, psíquicas ou  morais contra a sua vontade ou com o concurso da mesma.

Por que agimos de forma violenta?

Por que somos, em princípio, contra a violência e, em certas ocasiões, a praticamos?

Em que situações a violência pode ser praticada?

Podem existir uma fundamentação racional e uma justificação moral da violência?

O poder da violência nem sempre se traduz em violência do poder. Existem formas de poder que são exercidas de maneira não violenta.

Para o psicanalista Paulo Roberto Ceccarelli, pesquisador em psicopatologia fundamental e professor da PUC-BH, o momento histórico atual não é mais violento que os anteriores”. Ceccarelli, que é professor visitante do curso de mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Pará, esteve em Belém, onde ministrou a conferência “Violência e cultura” no mês de setembro. As teses defendidas por Ceccarelli, doutor em psicologia pela Universidade de Paris VII, vão de encontro ao que comumente se pensa a respeito da violência na atualidade. Segundo ele, a violência é um dado presente desde sempre na história da humanidade; a destrutividade e a violência são inerentes ao humano. “Nossa tendência em pensar que vivemos um momento particularmente violento deve-se a nossa vaidade e ao fato de que é agora que vivemos e é agora que somos ameaçados”, explica. 

Todo ser humano precisa de referências para construir o conjunto de valores que vai orientar sua conduta. É obvio que os pais são de fundamental importância na construção desse conjunto de valores, que Ceccarelli chama de “sistema de valor ético-moral”. No entanto, numa família mal estruturada, a criança pode passar a buscar em outras fontes as referências para a construção de seu universo psíquico.

Uma dessas fontes alternativas, talvez a principal delas, é a televisão. “Cenas que evocam violência, agressividade, aquelas que sugerem relações baseadas na desconfiança, na falta de solidariedade e outras tantas, podem incentivar comportamentos e propor ‘valores éticos’ divergentes daqueles necessários para a construção de uma estrutura social calcada no respeito e no direito do cidadão”, afirma Ceccarelli no texto “Violência e TV”.

Por incrível que pareça a violência tem seu aspecto positivo, pois a violência promove os levantes revolucionários, as guerras de libertação, e promove também uma ação catalítica. 

É comum se pensar a violência apenas em seus aspectos físicos, tais como: torturas, agressões, homicídios, roubos, ferimentos, mortes, etc. Mas existem outros tipos de violência, e deixar de sonhar é uma forma de violência. Quem deixa de sonhar comete uma violência contra si mesmo.

Nosso modo de compreender e definir a violência depende: Valores sociais, regras culturais, ordenamentos normativos e circunstâncias históricas. 

A questão é: Como encontrar respostas ou saídas para o insano, a brutalidade, a selvageria? O espanto e a perplexidade são as únicas armas que nos restam diante da tragédia, do atroz, do mal radical?

“A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”, Jean-Paul Sartre,

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