Carência ou excesso? Tente escutar a sua planta!



Por Valter Casarin

As plantas de nossa casa podem não falar, mas ainda assim nos alertam quando algo está faltando ou está errado. Se soubermos vê-lo a tempo e entendermos sua mensagem, o que nem sempre é fácil, devemos admitir, podemos na grande maioria dos casos corrigir antes que sua sobrevivência seja comprometida.

O ponto mais delicado diz respeito às deficiências indiretas. É o caso quando uma planta apresenta deficiência de um nutriente, não porque sua quantidade seja insuficiente no solo, mas porque outro elemento, por seu excesso ou ausência, impede a assimilação.

Na iniciativa Nutrientes Para Vida (NPV), temos como missão destacar essas questões, assim como informar a população a respeito da relevância de fertilizantes para o aumento da qualidade e segurança da produção alimentar, colaborando com melhores quantidades de nutrientes nos alimentos e consequentemente, com uma melhor nutrição e saúde humana.

Abaixo vamos apresentar alguns exemplos, veja. 

Deficiência ou excesso de água

A deficiência de água é bastante fácil de detectar: ??os caules ou folhas são moles e caem. O solo é seco, não só na superfície, mas também nas raízes. A solução é simples: água!

Muita água é mais grave do que pouca. Resumimos dizendo que é mais fácil adicionar água a uma planta do que remover. O excesso de água se manifesta como apodrecimento das raízes, as folhas ficam amarelas e caem. Para tentar salvar a planta, três dicas:

pare de regar até que as coisas melhorem. Isso só é adequado se o excesso de água for de pouca importância

remova e instale a raiz em turfa seca para que absorva o excesso de umidade.

mude o substrato e replante em melhores condições após o corte das pontas das raízes.

Tudo isso só funciona se você não intervir tarde demais.

Luz insuficiente

Isso é bastante comum para plantas de interior ou de estufa, mas também é possível para plantas que, ao ar livre, são sombreadas por plantas vizinhas. Isso é especialmente ruim para mudas jovens cultivadas debaixo de cobertura.

A luz insuficiente é manifestada por caules finos e excepcionalmente longos. A planta está exausta crescendo em altura tentando encontrar a luz de que precisa. Acontece também que ele cresce desequilibrado, o lado da luz sendo muito mais desenvolvido do que o lado da sombra.

Possibilidades de soluções

traga a planta o mais próximo possível de uma fonte de luz natural, especialmente no inverno.

vire as plantas regularmente para que cada lado receba a mesma quantidade de luz.

plantar plantas de sombra na sombra e plantas de sol no sol.

Deficiência ou excesso de nitrogênio

O nitrogênio é o nutriente que faz a folhagem crescer lindamente. Se o nitrogênio for insuficiente, a folhagem torna-se pálida ou mesmo amarela de maneira bastante uniforme, especialmente nas folhas mais baixas e mais velhas, porque o pouco nitrogênio disponível é disponibilizado principalmente às folhas jovens. É com a carência de nitrogênio que percebemos que a folhagem desenvolve pouco e a planta não cresce. Existem várias maneiras de adicionar nitrogênio. Todos os fertilizantes completos contêm nitrogênio.

Muito nitrogênio também não é bom. As plantas crescem excessivamente com folhagem excessivamente tenra e tornam-se vulneráveis ??a doenças e pulgões. A produção de flores e frutos será reduzida ou mesmo inexistente.

Deficiência de fósforo

O fósforo é essencial para uma boa floração e frutificação. A sua insuficiência também se manifesta na folhagem que adquire tonalidades roxas ou violetas. O crescimento é desacelerado.

Para adicionar fósforo, pode-se usar fertilizantes minerais, especialmente aqueles com maior teor de fósforo. A farinha de ossos e o esterco de frango também são ricos em fósforo.

Deve-se notar também que o fósforo só pode ser assimilado sob certas condições. Portanto, apenas adicionar não é suficiente. O pH deve ser verificado: a assimilação do fósforo é otimizada quando o pH é próximo de neutro.

Deficiência de potássio

Este elemento fortalece a resistência das plantas ao frio, à seca e às doenças. Promove o desenvolvimento de órgãos de reserva (tubérculos). Se insuficiente, as bordas das folhas ficarão amarelas ou marrons e as folhas às vezes serão vistas se enrolando de cima para baixo. São as folhas novas que são afetadas primeiro. A deficiência de potássio é encontrada principalmente em terrenos arenosos ou frequentemente irrigados.

A fonte mais comum de potássio é o cloreto de potássio, mas o sulfato e o nitrato de potássio podem ser utilizados. As cinzas de madeira é uma fonte natural de potássio.

Deficiência de magnésio

O magnésio promove a absorção de outros nutrientes. Sua deficiência se manifesta por uma forma de clorose: as folhas ficam amarelas entre as nervuras, principalmente as mais velhas.

Sulfato de magnésio pode ser um caminho para resolver a deficiência.

Cuidado, às vezes é o excesso de cal que torna o magnésio inassimilável. Nesse caso, é necessário interromper a aplicação de calcário e não regar com água dura. O excesso de potássio também impede a absorção de magnésio.

Deficiência de cálcio

Deficiência bastante rara que se manifesta pelo fato de as folhas permanecerem pequenas e às vezes enroladas nas pontas, principalmente nas folhas novas.

O cálcio pode ser fornecido com a aplicação de calcáriol. Isso também modifica o pH do solo, que se torna menos ácido.

Falta de ferro

Esta situação manifesta-se clorose nas folhas mais novas, que ficam amarelas, exceto as nervuras que permanecem verdes.

Na maioria das vezes, não é o solo que está carente de ferro, mas sim 

Comentários