Por que espírito humano é espírito santo?

 José Reis Chaves, jornalista e escritor, professor de português e literatura formado na PUC Minas, colunista espírita semanal no diário O TEMPO, de Belo Horizonte 



Se pensarmos bem, todo ser vivo é divino, principalmente o humano, que foi criado à imagem e semelhança de Deus, o que é reforçado por outro texto bíblico: Ao criar o corpo de Adão do pó da terra,Deus soprou (figuradamente) em suas narinas a sua alma vivente.

 Os teólogos e bispos antigos imaturos divinizaram Jesus Cristo no polêmico Concílio de Niceia, em 325, convocado e dirigido por Constantino. Elesusaram a expressão de que Jesus Cristo foi ‘gerado e não criado’ por Deus, o que é um jogo de palavras com o mesmo significado!Os que foram contráriosà divinização de Jesus eram ameaçados por Constantino. E, assim, foi aprovado o dogma de que Jesus Cristo é também Deus ou da ‘mesma substância’de Deus  (em grego: “Homoousios”), o que deu origem ao Credo Niceno-Constantinopolitano), citado nas missas. Foram contra eleÁrio e seus comandados. Santo Atanásio liderou os teólogos que defendiam a ideia de que Jesus Cristo era de substância ‘semelhante’ à de Deus eque eraexpressa pela palavra grega “Homoiousios” (Note-se que este vocábulotem um ‘i’ a mais).Havia, ainda, uma outracorrente apoiadapela grandemaioria dos teólogos e que, em grego,era “Anomoios”, a qual pregava que Jesus Cristo era de ‘substância diferente’ da de Deus.Mas, como vimos, foi vitoriosa a apoiada por Constantino: ‘Homoousios’ (‘mesma substância’ de Deus).Será que Deus tem mesmo ‘substância’?

Com a divinização de Jesus, para a formação da Santíssima Trindade, ficou faltando ainda uma terceira pessoa. Então, os teólogoscriaramo Espírito Santo Trinitário. Mas São Paulo, 350 anos antes, o havia imaginado diferentedo Trinitário, dizendo: “Não sabeis vós que vós sois templo de Deus que habita em vós?” (1 Coríntios 3: 16). Realmente, os espíritos que somos, como já vimos, são gerados por Deuscomo se fossem sopros Dele. Várias correntes religiosasdenominam-nos de‘centelhas divinas’ ou ‘emanações divinas’. Para outras são o Cristo Interno de cada um de nós. E, então, através desse Cristo Interno de nós, ou de deuses relativos,ecom sua própria identidade humana de cada um de nós, e nãocom a identidade divina do Deus único e absoluto, é que nós somos santuários de Deus.Outras partes bíblicas confirmam essa verdade: “Vós sois deuses” (Salmo 82;  João 10: 34; e Colossenses 1: 27).Para saber mais: meu livro “A Face Oculta das Religiões”, editado também em Inglês nos USA.

Como vimos, sePaulo se referiu ao Espírito Santo que somos, mais ou menos, uns três séculos antes de os teólogos instituírem o Espírito Santo Trinitário, Paulose referiu mesmo foi ao Espírito Santo que cada um de nós é, e não ao Trinitário, que nem sequer ele conheceu!

 PS: 1) Tradução do Novo Testamento completo por este colunista, sendo destaque as notas inéditas lineares. Informação: contao@editorachicoxavier.com.br  e 31 - 3635-2585; 2) “O Cristo de Paulo de Tarso”, de José Lázaro Boberg, também da Ed. Chico Xavier.

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