Alguma chance no futuro?




*José Renato Nalini


Antigamente, havia certa previsibilidade quando se falava no futuro.
A promessa de um diploma era a chave para a abertura de todas as
portas. Os pais ousavam sonhar com futuro róseo para seus filhos.
Gerações passadas haviam sofrido as consequências de duas Guerras
Mundiais. Acenava-se com o mundo em paz, rumo ao crescente
progresso. Chegou-se até a vaticinar a chegada de uma “era do ócio”.
Ninguém saberia o que fazer com tanto tempo livre, dispensados os
humanos de trabalho, porque a humanidade teria atingido o seu mais alto
nível civilizatório.
Lamentavelmente, não é o que ocorre. Os Estados Unidos
costumam ser o espelho do mundo menos desenvolvido. Sempre foi
padrão para os brasileiros. Converse com qualquer americano e veja o que
eles pensam de seu país hoje. Os pais já não podem prometer um futuro
melhor aos filhos. Houve empobrecimento geral. A classe média foi
achatada e chegou à pobreza. Esta foi empurrada para a miséria. Nada
prenuncia melhores dias.
Quando se verifica o rol das profissões que desaparecerão, é
desanimador. Mais de setecentas ocupações deixarão de existir. Em seu
lugar virão coisas como as trinta e três opções a seguir. Deixo em inglês,
pois esse idioma hoje não é uma segunda língua. É “a” língua. É o código
de comunicação universal. Sem inglês não se consegue falar com o
restante do mundo.
Nossas escolas estão preparadas para oferecer ao mercado: 1.
Gamification designer; 2. Digital architect; 3. Avatar manager; 4. Virtual
reality experience designer; 5. 3D printer design specialist; 7 computer
personality designer; 8. Personalitu rogrammer; 9. Neighborhood watch
officer; 10. Remote drone pilot; 11. Drone dispatcher; 12. Energy storage;
13. Body part engineer; 14. Nano medic; 15. Neuro-implant technician; 16.
Organ farmer; 17.tele-sergeon; 18. Healthcare navigator; 19. Memory
augmentation/nostalgist; 20. Child designer; 21. Remote health care
specialist; 22. Amnesis surgeons; 23. End of life therapist; 24. Rewilder; 27.
Localizer; 28. Ecosystem auditor; 29. Vertical farmer; 30. Waste data
handler; 32. Climate controller; 32. Extinction revivelists; 33. Biomimicricy
designer?
É óbvio que não é só disso que a humanidade vai necessitar. Ela
precisa – e a pandemia mostrou – de enfermeiros, cuidadores, médicos,
nutricionistas, fisioterapeutas, médicos. Médicos bons, com prática e
senso humanitário. A humanidade vai continuar a padecer, vai continuar a
sofrer e quem conhece o ser humano, de maneira a minimizar suas dores
e sofrimento, é só um outro ser humano. Não há inteligência artificial que
supra a falta um coração misericordioso.
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação
da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-
2022.

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