Homem foi preso pela operação 'Black Dolphin' dentro de casa, em Rio Preto (SP), onde estava com o filho de 5 anos.
Por G1 Rio Preto e Araçatuba
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Um técnico em informática de 43 anos foi preso na manhã desta quarta-feira (25) em São José do Rio Preto (SP) durante a Operação Black Dolphin, que investiga uma quadrilha de pornografia e exploração sexual infantil. Segundo a polícia, o suspeito é considerado o chefe da organização criminosa.
O homem foi preso dentro de casa, onde estava com o filho de 5 anos. A criança foi entregue para os avós. Com o suspeito, a polícia apreendeu máquinas fotográficas, computadores e pen drivers. O homem foi flagrado armazenando material pornográfico infantil.
De acordo com a polícia, no início da tarde, o homem pagou uma fiança de R$ 5 mil e foi liberado. Ele responderá pelo crime em liberdade.
Nesta manhã, a Polícia Civil cumpriu 14 mandados em várias bairros de Rio Preto - onde uma outra pessoa também foi presa - e em outras cidades da região. Em Bálsamo (SP), um homem de 66 anos também foi preso na operação e foi levado para a delegacia em Rio Preto.
Homem preso durante a operação Black Dolphin em Rio Preto — Foto: Arquivo Pessoal
Em Araçatuba (SP), dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos, um no bairro Vila Aeronáutica e um no bairro São João. Policiais apreenderam computadores e pen drivers.
A ação foi coordenada pelos policiais de Rio Preto e cumpriu mandados em quatro estados brasileiros, MG, RJ, RS e SP. Ao todo, foram cumpridos 222 mandados de busca e apreensão, além cinco de prisão.
O objetivo da ação foi localizar arquivos digitais compartilhados na chamada deep web, conhecida como internet invisível para atividades ilegais, como a exploração sexual infantil.
Ao todo, 53 pessoas foram presas na operação em todo o país, sendo algumas delas em flagrante.
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Investigação
Segundo a polícia, a investigação começou em 2018, quando os policiais descobriram um homem que pretendia vender a sobrinha para criminosos na Rússia.
Ainda de acordo com as investigações, o plano dele era levar a criança para a Disney da Europa e entregá-la aos criminosos na Rússia, alegando que ela teria desaparecido no parque.
A partir desse suspeito de 2018, os policiais começaram a monitorar a deep web, se infiltrando em mais de 20 comunidades desse perfil, e descobriram uma rede de predadores sexuais, principalmente infantojuvenis, que produzem, vendem e compram vídeos de crianças em situações de vulnerabilidade sexual.
De acordo com a polícia, foram encontradas mais de 10 mil contas de e-mails para esse tipo de crime. Além disso, foram encontradas mais de cinco clouds (nuvens) exclusivas com imagens de abusos infantis. As nuvens estavam abrigadas em países do leste europeu.
Policial investiga computador apreendido durante operação Black Dolphin — Foto: Arquivo Pessoal
Nome da operação
Segundo a polícia, o nome da operação foi escolhido em razão dos investigados afirmarem que as leis brasileiras “são ridículas” e que não haveria prisão, no Brasil, capaz de segurá-los. Somente a prisão Colônia 6 Russa, conhecida como Black Dolphin, seria capaz de detê-los.
A prisão, localizada na fronteira com o Cazaquistão, é conhecida por abrigar presos condenados à prisão perpétua e pelo rigor no tratamento dos detentos.
Um dos locais alvo da operação no interior de SP — Foto: Divulgação/Polícia Civil de SP
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