Partidos aguardam reunião de olho na fatia do bolo


 

Nos Estados
Unidos, o democrata Joe Biden vai ser oficialmente eleito presidente daqui duas semanas (14 de dezembro de 2020, segunda-feira), na reunião do Colégio Eleitoral. Nela, os representantes estaduais votarão nos candidatos vencedores em seus estados. A posse do novo presidente será no dia 20 de janeiro de 2021.
O atual presidente
Donald Trump continua tentando tumultuar o processo eleitoral, juridicamente, visando impedir a vitória de Joe Biden e reverter sua própria derrota. A Justiça do país recebe e estuda as tentativas jurídicas de Trump, mas as vem rejeitando por inconsistência. Tudo indica que Trump vai cair do cavalo. E Bolsonaro, na garupa, vai cair junto.
Este domingo
(dia 29 de novembro), haverá eleição em segundo turno para escolher os prefeitos e vice-prefeitos em 57 municípios com mais de 200 mil eleitores. Nesses municípios, no primeiro turno, nenhuma chapa conseguiu mais de 50% dos votos válidos. Por isto, agora vão concorrer somente as duas chapas mais votadas.
Nesse total
de 57 municípios, há 39 cidades importantes do interior e 18 capitais estaduais. Entre essas capitais está São Paulo, com 12 milhões de habitantes, a mais forte na economia do país. Lá, duas chapas vão se enfrentar: Bruno Covas (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB) contra Guilherme Boulos (PSOL) e Luiza Erundina (PT).
No primeiro
turno, Covas e Nunes obtiveram 32,85% dos votos válidos. Boulos e Erundina obtiveram 20,24% dos votos válidos. Juntos, superaram 11 chapas concorrentes. Bruno Covas é o atual prefeito de São Paulo. Guilherme Boulos é um político novo em ascensão.
Uma pesquisa
registrada na Justiça Eleitoral (SP-09865/2020), divulgada pela Folha de S. Paulo na terça-feira (dia 24), envolveu os candidatos que ficaram em terceiro e quarto lugares no primeiro turno: Márcio França (PSB) e Celso Russomanno (Republicanos).
Dos eleitores
entrevistados que votaram em Márcio França (PSB) no primeiro turno, agora as intenções de voto foram: 45% em Bruno Covas e 41% em Guilherme Boulos. Dos que votaram em Celso Russomanno (Republicanos), agora as intenções de voto foram: 72% em Bruno Covas e 19% em Guilherme Boulos.
Nota-se que
86% dos eleitores de Márcio França (centro-esquerda) vão se dividir entre o PSDB de Covas e o PSOL de Boulos.
Tudo certo,
nada errado. Porém, 91% dos eleitores de Celso Russomanno (bolsonarista) vão prestigiar o PSDB e o PSOL, em vez de rejeitar ambos. É curioso que bolsonaristas votem no PSDB e no PSOL.
Para o doutor
em História Econômica, Vinícius Müller: “No primeiro turno, os eleitores escolhem os candidatos por preferências mais específicas; no segundo turno, escolhem pela negação de um dos candidatos”. Ou seja, o segundo turno é outra eleição, mais objetiva.
Durante o
governo de Michel Temer (MDB), a Receita Federal em Jales perdeu o status de Agência passando a simples Posto de Atendimento.
Na 2ª feira
(23/11), na sessão ordinária do Legislativo, o vereador Vagner Sellis (PSDB), popular Pintinho, lembrou que  “essa agência atende pessoas jurídica e física, atende toda a região e facilita para quem não tem acesso a tecnologia. Ao tentar agendar atendimento, a Receita de Jales não consta como disponível”.
Diz ele que
o questionamento ao prefeito Flávio Prandi (DEM) “é para saber se a agência está fechada, pois os funcionários são do grupo de risco e voltará a funcionar ou se vai encerrar as atividades”.
Se tudo
correr bem, no inicio do próximo ano, quando não mais estará no Legislativo, o vereador Pintinho receberá resposta ao seu questionamento. É só aguardar. Se sair antes...
Em Jales,
no pleito de 2016, foram eleitos para o Poder Legislativo integrantes de 8 partidos políticos: PP (2), PSB (2), DEM (1), PMDB (1), PPS (1), PRB (1), PSD (1) e PSDB (1). Somente o PP não fez parte da coligação “União por Jales”, que apoiou a chapa única.
Como no
Brasil em tudo se dá um jeitinho, inclusive na política, neste ano eleitoral (de 5 de março a 3 de abril) esteve aberta a chamada “janela partidária” para que os vereadores pudessem trocar de partido livremente sem bronca da Justiça Eleitoral.
A composição
partidária dos vereadores se modificou. Quatro partidos – PRB, PPS, PSB e PP – perderam os seus representantes. Dos 8 partidos, só ficaram 4 no Legislativo, que ficou com a seguinte formação: DEM (2), MDB (2), PSD (4) e PSDB (2).
Os resultados
eleitorais deste ano farão o Legislativo jalesense começar suas atividades em 2021 com 7 bancadas partidárias, incluindo o novato Podemos (PODE). A formação partidária será: DEM (1), MDB (1), PODE (2), PP (2), PSD (1), PSDB (2) e PT (1). Somente o PT não integrou a coligação à Prefeitura: “Jales igual para todos”.
Flávio Prandi
(DEM) – em 2017 – assumiu a Prefeitura apoiado por 13 partidos coligados e 8 vereadores eleitos (dos partidos coligados). Era de se esperar que fizesse uma gestão extraordinária. Ou, ao contrário, uma gestão ruim e irresponsável. Mas nada disso aconteceu.
Os analistas
lá do botequim da vila dizem que a candidatura única de 2016 não deixou saudade nos eleitores. E a coligação de 13 partidos, com o nome vistoso de “União por Jales”, foi apenas um teatro eleitoral. Segundo Shakespeare, um “Sonho de uma Noite de Verão”.
Luís Henrique
(PSDB), prefeito eleito, é ganhador de disputa eleitoral, vai assumir a Prefeitura em 2021, apoiado pela coligação de 8 partidos “Jales igual para todos” e 9 vereadores eleitos. Vai ele liderar o grupo para conduzir a política local? O tempo dirá.
Entre os
políticos veteranos em Jales, que decidiram participar do pleito este ano, Riva Rodrigues fez bonito. Ex-vereador, ficou por 2 pleitos sem concorrer. Este ano, quase foi indicado para candidato a vice-prefeito na chapa vencedora. Mostrou que tinha cacife e conquistou uma vaga de vereador pelo Progressistas (PP).
A ex-vereadora
Pérola Maria Fonseca Cardoso, deixou o PT depois de 2 eleições bem sucedidas (em 2008 e 2012), quando teve 1.713 e 1.349 votos. Ingressou no PSDB. Este ano, obteve 327 votos e ficou como vereadora suplente.
Jesus
Martins Batista, se elegeu vereador em 2012 pelo DEM antes se juntar ao PP também é um veterano na disputa. Concorre  ao cargo desde 2004. Participou das 5 últimas eleições sempre com boas votações. Apesar da boa votação mais uma vez ficou pelo caminho.
De acordo
com rumores de bastidores, Jesus Martins pode assumir um cargo relevante na futura administração municipal. Ou, na menor hipótese, indicar alguém da sua confiança. E Pérola Cardoso pode ganhar destaque na Assistência Social do município.
Em toda
a história administrativa do município de Jales, apenas 2 políticos foram eleitos prefeitos quando no exercício do cargo de vereador. O primeiro foi Roberto do Valle Rollemberg e o segundo foi Antônio Sanches Cardoso.
Roberto do
Valle Rollemberg, vereador na 3ª. Legislatura da Câmara (1957 a 1961), se elegeu prefeito para a gestão 1961 a 1965. Antônio Sanches Cardoso (“Professor Rato”), vereador na 11ª. Legislatura da Câmara (1993 a 1996), se elegeu prefeito para a gestão 1997 a 2000.
Desde a sua
emancipação em 1948, Jales teve 17 prefeitos eleitos pelo povo. Na gestão 2001 a 2004, o prefeito José Carlos Guisso morreu em 21 de novembro de 2001. No dia seguinte, assumiu o vice José Antônio Caparroz, que governou até 18 de fevereiro de 2004, quando faleceu.
No período
do governo Caparroz, por problemas de saúde do titular, o vereador Jediel Zacarias assumiu a prefeitura uma vez (de 14 de agosto a 12 de setembro de 2002). O vereador Hilário Pupim assumiu duas vezes (de 18 de março a 14 de dezembro de 2003 – de 18 de fevereiro a 18 de março de 2004).
Finalmente,
em 20 de março de 2004, o vereador Hilário Pupim assumiu o cargo como titular, eleito em eleição indireta realizada na Câmara Municipal de Jales.
Estas citações
históricas podem causar estranheza. Elas servem para lembrar – aos que se elegem vereador e aos vereadores que desejam ser prefeito – que é necessário adquirir preparo, viver experiência e desenvolver aptidão política para empreender com êxito, como  Roberto Rollemberg e o prof° Rato.
Um tucano
disse que o prefeito eleito, Luís Henrique, precisou tirar uns dias férias e seguiu para um descanso a beira-mar. Provavelmente, segundo o tucano, a transição de governo deverá acontecer a partir da próxima semana.
Os ventos
sopram e informam que já está havendo chiadeira entre os partidos coligados que venceram o pleito municipal. Dizem que ao PP, do deputado federal Fausto Pinato (de Fernandópolis), serão destinadas duas secretarias municipais.
O PSDB é
o partido do prefeito eleito. Portanto, o PSDB é dono de todas as secretarias municipais e dos cargos de livre nomeação. Mas o PODE, o DEM, o MDB e o PSD – partidos da coligação – podem querer reivindicar um quinhão.
 

 


Tanto que
um dirigente partidário confidenciou à coluna, que estão aguardando o chamado à reunião com o staff do prefeito eleito para saber, definitivamente, qual  fatia  do bolo caberá  a cada partido,  pelo apoio dado à coligação “Jales igual para todos”, que foi formada por PODE / DEM / PSD / PSDB / REPUBLICANOS / PP / MDB / PSL
O exemplo
dado pelos vereadores atuais da Câmara de Jales foi o de legislar em favor do Poder Executivo. O resultado pode ser avaliado na renovação eleitoral: 70%. Os próximos vereadores devem refletir sobre como vão atuar: em favor do Executivo, sem contestação; ou em favor do Executivo, mas contestando sempre que for preciso.
O calendário
eleitoral determina: até 15 de dezembro = prazo para envio das prestações de conta de campanha dos candidatos e partidos à Justiça Eleitoral; até 18 de dezembro = prazo para diplomação dos candidatos eleitos; em 1 de janeiro de 2021 = dia da posse.
Estão abertas
as apostas para arriscar se o prefeito Flávio Prandi (DEM) ficará ou não desempregado nos próximos dois anos. Tem gente querendo cravar o palpite de que ele vai colaborar com o futuro governo municipal. Mas desconfiam que ele tenha outras intenções.
Nos últimos
anos, entidades importantes vêm alertando sobre a necessidade de aumentar a produção de alimentos no mundo. A população continua crescendo, se concentrando nas cidades, aumentando a renda e buscando mais alimentos de boa qualidade.
A produção
de alimentos vegetais, além de mais diversificada, gera números muito maiores de empregos e rendas. Produzidos de forma limpa e sustentada, eles ganham a preferência dos consumidores sintonizados com a saúde das pessoas e do planeta.
O Brasil é
um grande produtor e exportador de alimentos. Colhe safras recordes de grãos, cana-de-açúcar, café, laranja e muitos outros alimentos vegetais. Jales e região têm ótimas condições de gerar negócios, empregos e rendas nessa agricultura inovadora. Os dirigentes municipais, que logo tomarão posse nas Prefeituras e Câmaras, devem estudar bem este assunto, que só é tratado superficialmente nas campanhas eleitorais.

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