Paciente cura ferida crônica com uso de membrana de celulose superior à pele de tilápia

 Produto já tem liberação da Anvisa e regenera a pele em tempo
recorde, além de eliminar a dor

 


Após uma necrose intestinal, Débora Karine Balestra dos Reis Oliveira (foto), de 39 anos, desenvolveu uma ferida profunda, resultado de quase seis meses na cama do hospital. A escara, ou lesão por pressão, ficou aberta por três anos em um tratamento que envolveu diversas tentativas de medicamentos. Até que Débora conheceu a membrana de celulose desenvolvida por uma empresa brasileira. Chamada de Membracel, a membrana promove a regeneração da pele em tempo recorde.
“Fiz todo tipo de tratamento e somente a membrana conseguiu fechar a ferida. Tive uma escara de lesão por pressão no nível mais avançado, chegando a deixar exposto o osso do cóccix e me causando muita dor. Além de cicatrizar, a membrana ajudou no controle da dor”, conta Débora. Após um curto tempo utilizando a membrana, a cura veio e a ferida fechou.
A membrana de celulose cristalina tem efeito parecido com o da pele de tilápia, com a vantagem de ter a certificação da Anvisa e, inclusive, FDA (liberação internacional). Além disso, já está disponível no mercado e em vários hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Conhecido como Membracel, o produto tem tecnologia 100% nacional, desenvolvida pela indústria paranaense Vuelo Pharma. Ele é capaz de substituir temporariamente a pele, além de isolar as terminações nervosas, diminuindo a dor e acelerando o processo cicatricial.
Em 2020 a membrana se popularizou ainda mais, com a utilização por pacientes que sofreram com o novo coronavírus e as lesões causadas por dias seguidos de internamento. “Além das escaras, o produto também auxilia em casos de queimaduras de segundo grau, escoriações e úlceras vasculares. É versátil, multiuso e já está disponível em todo o Brasil”, detalha Thiago Moreschi, sócio diretor da Vuelo.

 



As feridas crônicas são uma das principais causas de afastamento pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e já atingem cerca de 5 milhões de brasileiros, gerando alto custo de tratamento para a saúde pública. Estudos já realizados no país apontam a alta prevalência e incidência de feridas principalmente em pessoas idosas, muitas vezes comprometendo severamente a qualidade de vida.
São consideradas feridas, ou úlceras, as lesões na pele em que a reparação da integridade anatômica e funcional não acontece em um período de três meses. Além das escaras no caso dos acamados, as principais causas de feridas são a insuficiência venosa e a diabetes, com complicações em 84% dos casos, segundo estudos norte-americanos, o que pode levar até a amputações.

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