FolhaGeral: “Ele fugiu do debate com medo de fazer feio”.

Em eleições
municipais anteriores – em Jales –, o ambiente geral era animado. As regras eleitorais eram menos restritivas e os recursos para as campanhas fluíam generosamente. Os partidos políticos podiam agir à vontade na busca dos seus objetivos.
A atmosfera
eleitoral – que antecedia a data de votação – era quase tão alegre como o carnaval. Havia muita gente nas ruas, distribuindo e recebendo “santinhos”. Não faltavam ofertas de churrascos, regados a cerveja, nas casas de apoiadores de candidaturas.
Para os
analistas lá do botequim da vila, as mudanças são evidentes: hoje há mais regras eleitorais, menos recursos financeiros e um eleitorado amadurecendo politicamente (que não se deixa empolgar facilmente). E também existe a pandemia.
Pelo menos,
é possível que os partidos políticos e seus candidatos estejam economizando cartuchos para queimá-los nas duas semanas que antecederão o pleito. Então, uma boa animação política virá à tona. Mas os eleitores continuarão de olhos aguçados.
O cidadão
Antônio Teixeira – araçatubense de nascimento e jalesense de coração e alma – foi um entusiasta esportivo que deu vida ao futebol profissional jalesense. Conhecido por todos, simplesmente como Teixeira, faleceu em 29 de setembro de 2001.
Dez anos
depois – outubro de 2011 –, os parlamentares municipais aprovaram um projeto, da então vereadora Pérola Fonseca Cardoso (PT), denominando “Praça de Esporte Antônio Teixeira” um pequeno campo de futebol a ser construído no bairro Residencial Big Plaza.
Os gestores
municipais da época – Parini (PT) e Viola (PPS) – não realizaram o campo de futebol. Seus sucessores – Nice (PTB) e Callado (PSDB) – executaram a obra. Mas a Praça de Esporte não foi inaugurada, não foi utilizada e se deteriorou no abandono.
Desse modo,
a tentativa dos legisladores municipais – de homenagear Antônio Teixeira e perpetuar o seu nome – acabou não acontecendo e ficando no esquecimento.
Agora, uma
nova década da morte de Antônio Teixeira se aproxima. Em 2021, os novos vereadores poderão colocar o nome do respeitado cidadão na altura que merece. Outros cidadãos, como ele, têm seus nomes escritos em vias públicas da cidade.
O postulante
a vereador em Jales, Luís Henrique Vicente de Oliveira (DEM), teve sua candidatura indeferida pela Justiça da 152ª Zona Eleitoral por não apresentar a prestação de contas de 2018, ano em que foi candidato a deputado federal pelo Patriota, representando Jales.
Propagandas,
informações e revelações políticas hoje se disseminam de forma variada. O tradicional “boca a boca” continua firme. As redes e páginas eletrônicas se expandem. As outras mídias (rádios, tevês, jornais, revistas) ganham agilidade.
Fica caro
contratar pessoal remunerado para atuar como cabos eleitorais e agentes operacionais. Os partidos políticos têm que contar com militantes não remunerados e tirar o melhor proveito possível das oportunidades de propaganda gratuita.
Dessa forma,
os fluxos de notícias políticas correm livres, fora de qualquer controle. Quando – por exemplo – se ouve dizer que alguém pulou fora do barco de apoio deste ou daquele candidato, fica difícil saber o motivo da decisão.
Em Aspásia,
o candidato a prefeito pelo PSDB, Elias Roz Canos (o “Lia do Bar”), que já foi prefeito do município por duas vezes, renunciou à sua candidatura este ano.
Em 2016,
em Jales, alguns partidos políticos com candidatos fortes (puxadores de votos), em coligação proporcional, conseguiram conquistar cadeiras no Legislativo Municipal. Foi o caso do PSB, que obteve 19, 26 % dos votos válidos.
Em 2020,
partidos sem candidatos fortes (agora sem coligação proporcional) entram enfraquecidos na disputa por votos para eleger seus candidatos ao Legislativo. Resultados ruins em 2020 vão exigir muitos esforços dos partidos em 2024.
Nos 20
municípios que formam as 3 Zonas Eleitorais que compõem a Região de Governo de Jales, até esta 5ª-feira (29) haviam 10 renúncias às candidaturas de vereador, 3 de prefeito e 2 de vice-prefeito. Além disso houve 17 indeferimentos de candidaturas a vereador. Alguns com recursos e houve também dois deferimentos com recursos. Um candidato a vereador renunciou para assumir a vaga de um prefeito renunciante.
Quinta-feira
(dia 29, à noite), aconteceu o bem organizado debate político na ACIJ Jales (SP). Os três candidatos a prefeito foram convidados a participar. Dois candidatos compareceram: Ailton Santana PV (43), sem coligação; Luís Especiato PT (13), sem coligação.
T
ornando
realidade os comentários, não compareceu o candidato: Luís Henrique PSDB (45), com coligação de 8 partidos: PSDB, PP, DEM, MDB, Pode, PSD, PSL e Republicanos. Na abertura do debate, foi registrada sua ausência sem nenhuma nota explicativa.
A atitude do
candidato Luís Henrique – não comparecimento, sem explicação – gerou apenas uma opinião positiva: “Ele agiu como estrategista, fez uma jogada arriscada. Vai tirar da manga um zap para trucar no momento oportuno, antes do dia da eleição.”
É certo que
nenhum candidato é obrigado a gostar, comparecer e participar de debates. No entanto, do jeito que o candidato Luís Henrique fez acontecer, muitas dúvidas povoaram a mente dos que acompanharam o debate. E dúvidas não boas para candidatos políticos.
Infelizmente,
com muito respeito a todos, houve opiniões muito negativas. “Ele se considera melhor dos que os outros”. “Ele ignorou o evento, os organizadores, os candidatos participantes e o público eleitor”. “Ele fugiu do debate com medo de fazer feio”.
Apesar disso,
o debate foi bem conduzido e transcorreu em clima de cordialidade. Ailton Santana (PV) e Luís Especiato (PT) são candidatos que valorizam a educação e o conhecimento, que se comportam com civilidade e não se deixam levar por mazelas políticas.
Cada um
deles representa o seu partido, sem coligações. Isto torna seus discursos diretos e claros. Ailton Santana – sem falsidade – disse claramente que é a sua primeira experiência política. Luís Especiato – com segurança – evitou discurso ideológico partidário.
O grande
defeito de Ailton Santana é a sua inexperiência na política. O grande defeito de Luís Especiato é a sua experiência política. Por isto, ambos vêem a figura do prefeito como um administrador público. Como administrador da prefeitura e do município.
É bom ler
com atenção a lista de secretarias da Prefeitura de Jales: Administração; Agricultura/Pecuária/Abastecimento/Meio Ambiente; Assistência Social; Comunicação; Educação; Esporte/Cultura/Turismo; Fazenda; Obras/Serviços Públicos/Habitação; Planejamento/Desenvolvimento Econômico/Mobilidade Urbana; Saúde.
Pode-se dizer
que a Prefeitura Municipal de Jales é uma grande encrenca. Ela tem um orçamento anual de R$ 175 milhões e um contingente de 1.200 servidores. Sua burocracia é complexa, cheia de normas e números. Muitos problemas aguardam solução.
É incomum
ver um prefeito certo: que sabe liderar pessoas, que sabe mandar e ser obedecido, que sabe enxergar com visão panorâmica, que sabe se manter bem informado, que sabe lidar com conflitos, que sabe tirar proveito da diversidade, que sabe estar onde é preciso.
Atendendo
pedidos, uma nota sobre Jair Bolsonaro. Na quinta-feira (dia 29), o presidente esteve em visita oficial no Estado do Maranhão. Tomou um guaraná de coloração rosa (típico do estado e orgulho dos maranhenses) e fez uma piada. O fato foi transmitido ao vivo pela Internet e causou revoltas. Mais tarde, ele pediu desculpas. Só no Brasil!
Na cidade
de São Paulo (SP), na quinta pesquisa eleitoral divulgada pela XP/Ipespe (na quinta-feira, dia 29), o atual prefeito Bruno Covas (PSDB) subiu de 25% para 27%. Celso Russomano (Republicanos) caiu de 27% para 22%.
Na mesma
pesquisa, Guilherme Boulos (PSOL) subiu de 12% para 16%. Márcio França manteve 8%. Jilmar Tatto (PT) subiu de 4% para 5%. Partidos políticos decidem alguma coisa?



 

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