Particularidades do Espírito Santo Trinitário

 



José Reis Chaves, jornalista e escritor, entre seus livros: "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Ed. EBM-Megalivros, SP, ambos lançados também em Inglês nos Estados Unidos. É professor de português e literatura formado na PUC Minas, e tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, Ed. Chico Xavier. Na TV Mundo Maior: "Presença Espírita na Bíblia"  e  Coluna espírita semanal no diário O TEMPO, de Belo Horizonte

 

Faremos, com o devido respeito, e a exemplo de outros biblistas de todos os tempos, algumas reflexões sobre o Dogma do Espírito Santo Trinitário sob a ótica bíblica.  E há uma evolução inevitável sobre o conceito de Deus, libertando o cristianismo de erros da teologia imatura do passado, imposta pela força e não exposta pela razão, o que se justifica pelo atraso evolucional da humanidade daqueles longínquos tempos dos escritos do Velho e do Novo Testamento.
  Mas elogiemos a sinceridade, a boa intenção e a boa fé dos teólogos daqueles tempos tão carentes dos recursos que, hoje, temos para o estudo sobre Deus, a Filosofia, a Ciência e a Teologia.
 Os escritos bíblicos têm erros que não podemos atribuir a Deus, os quais, inclusive, receberam influência da mitologia, que era como se fosse parte da filosofia e da Ciência daquelas épocas. E não podemos dizer literalmente que a Bíblia é a palavra de Deus, mas sim sobre Deus. Um exemplo de mitologia na Bíblia é que a palavra grega ‘logos’ significa também demiurgo na mitologia greco-romana, o qual era o intermediário entre os deuses e a humanidade. E João Evangelista chamou Jesus de ‘Logos’, que é também o intermediário entre Deus e os homens. “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.”  (1Timóteo 2:5).
 A instituição da Santíssima Trindade começou com a divinização de Jesus no Concílio Ecumênico de Nicéia (325). E conforme as Trindades Pagãs, faltava ainda um terceiro deus para a Cristã igualar-se a elas. E, então,  o Espírito Santo de são Paulo: “Por acaso não sabeis vós que vosso corpo é templo do Espírito Santo (é melhor tradução: “dum” espírito santo...” (1 Coríntios 6: 19), que é uma espécie de substantivo ‘coletivo’ de todos os espíritos humanos, foi interpretado pelos teólogos como sendo aquele do Dogma da Terceira Pessoa Trinitária. No início, houve muita confusão sobre essa questão. Ora diziam “o Espírito Santo”, ora “um espírito santo” de alguém (Ver os textos bíblicos em grego traduzidos para o português entre parênteses). E são Jerônimo preferia dizer “um espírito bom”. Mas o Espírito Santo do Dogma Trinitário foi tanto divulgado que ele ficou até mais conhecido e mais falado do que o próprio Santo Espírito do Deus único, Pai  de Jesus e de todos nós.
 E aqui surge uma pergunta: qual dos dois é o mais importante: o ‘coletivo’ de Paulo da Terceira Pessoa Trinitária, muito falado nas preces e rituais, e que foi declarado pelo Dogma ser também Deus e que habita em nosso corpo como sendo a nossa alma ou centelha divina, o qual, pois, representa toda a humanidade, ou seria o Espírito Santo de Deus Pai? Creio que Deus Pai é o mais importante. E isso não é blasfêmia!
 PS: “Presença Espírita na Bíblia”, na TV Mundo Maior, com este colunista e, também, sua tradução do Novo Testamento completo e com notas inéditas. Contato@editorachicoxavier.com.br  31 3637–1048.

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