Mesmo antes do aval da entidade, equipe poderá utilizar o novo piso e a previsão da inauguração é o próximo dia 16
30 jan 2020
10h01
atualizado às 10h01
O Palmeiras vai marcar para o fim de fevereiro a
vinda de um laboratório credenciado pela Fifa para avaliar e certificar a
qualidade do novo gramado sintético que será usado pelo time tanto no
Allianz Parque como na Academia de Futebol. As obras para a troca do
piso estão em fase mais avançada e a previsão é o estádio ter condições
de receber uma partida no dia 16, contra o Mirassol, pelo Campeonato
Paulista.
Apesar da visita do laboratório ser apenas no fim de
fevereiro, isso não impede a realização de um jogo antes da emissão do
certificado internacional de qualidade. A estreia do novo gramado em um
jogo do Estadual depende principalmente da conclusão da obra e da
vistoria da Federação Paulista de Futebol (FPF). A entidade tem
acompanhado os trabalhos e vai realizar uma inspeção final logo depois
do fim da instalação.
"Nós já estamos bem antecipados com essa obra. O que era
para entregar só no começo de março, se não chover mais eu poderia
entregar até em 5 de fevereiro. Vamos torcer para o tempo ajudar", disse
ao Estado o presidente da Soccer Grass, Alessandro
Oliveira. A empresa é a responsável pela obra na Academia de Futebol e
no Allianz Parque. "A gente trabalhou desde o início para realizar o
jogo do dia 20 (contra o Guarani), mas como nós tivemos algumas
evoluções, hoje o trabalho não é mais focado no dia 20, mas sim no dia
16", explicou o diretor de operações do Allianz Parque, Mike Willian.
A empresa responsável por certificar o gramado do
Palmeiras é a Sports Labs. O laboratório sediado na Escócia é um dos
sete do mundo credenciados pela Fifa para fazer o trabalho de aferição
de qualidade do campo. A Sport Labs também trabalha com aferição de piso
de outros modalidades esportivas, com o histórico de parcerias com a
Federação Internacional de Basquete (Fiba), Associação Internacional de
Federações de Atletismo (IAAF), Federação Internacional de Tênis (ITF),
entre outras.
O teste a ser realizado nos campos do Palmeiras tem o
intuito de verificar se o piso consegue reproduzir a qualidade
encontrada nos melhores gramados naturais. Os escoceses vão avaliar
critérios como velocidade e quique da bola e resistência a torções e
movimentos de chuteiras. "Se fizermos esses mesmos testes em outros
estádios do Brasil, poucos vão serão totalmente aprovados. Aqui só tem
aprovação se estiver 100%. Se a bola deslizar um pouco a mais do que o
previsto, não sai a certificação", explicou o presidente da Soccer
Grass.
MUTIRÃO
A reportagem visitou o Allianz Parque nesta semana para
conferir o andamento da instalação da grama sintética. A fase atual é de
colar os blocos de grama no piso, trabalho realizado pelos funcionários
em turnos madrugada adentro. A operação costuma terminar por volta das 5
horas da manhã pois o forte calor de verão faz os rolos do campo
sofrerem contração térmica. Como a grama é fabricada na Holanda, dois
funcionários vieram do país para coordenar a obra, que teve início dia
12 de janeiro.
O campo do estádio será forrado por 27 blocos de grama,
cada um com 78 metros de comprimento e 4 metros de largura. O trabalho
final é o de colocação do preenchimento das fibras de grama com um
material sintético e importado da Itália chamado de TPE (elastômero
termoplástico). A obra na Academia de Futebol terminará depois do
estádio porque o solo precisou passar por mais reparos para poder
receber as camadas de grama.
O objetivo do Allianz Parque é que o novo gramado
permita conciliar melhor as agendas de jogos e de shows, sem fazer com
que o time precise recorrer a outros locais para mandar suas partidas.
Quando a arena receber eventos musicais, o gramado será coberto e
protegido por um tablado. Após a desmontagem do palco, será preciso
realizar uma limpeza com um imã especial para remover restos de produtos
metálicos. Em até seis horas o piso poderá receber uma partida.
As trocas vão custar R$ 10 milhões e a garantia da grama
é de oito anos, porém a estimativa é de não precisar realizar outra
troca em até 15 anos. Como a manutenção consiste em escovagem e vai
dispensar luz artificial e irrigação, a arena terá uma grande economia.
"Nós fazíamos três trocas de gramado a cada ano com um custo de R$ 350
mil. A gente estima que agora no ano a gente deve ter uns R$ 2 milhões
de economia", disse o diretor de operações do Allianz Parque.
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