Ministério da Justiça revela um dos autores de ameaças a Jean Wyllys

O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou ter identificado, neste sábado (26), um dos autores de ameaças ao deputado federal Jean Wyllys (PSol-RJ). Na última quinta-feira, o parlamentar anunciou que vai renunciar ao mandato e deixou o país devido a ameaças que sofreu.
O suspeito, segundo o governo, é Marcelo Valle Silveira Melo, já conhecido da Polícia Federal (PF). O investigado é um analista de sistemas de 33 anos, membro de grupo autointitulado "Homens Sanctos", conhecido por fazer ameaças pela internet. Melo, segundo o ministério, fazia as ameaças a Jean Wyllys sob o nome falso de Emerson Setim.
Melo já foi preso duas vezes, a última em maio de 2018. O Congresso em Foco tenta contato com o advogado Rui Barbosa, que defendia à época da última prisão. O espaço está aberto para manifestação do telefone (61) 99223-5216.
Em nota, o governo afirmou que "repudia a conduta dos que se servem do anonimato da internet para covardemente ameaçar qualquer pessoa e em especial por preconceitos odiosos".
No comunicado, a pasta ainda "lamenta a decisão do deputado de deixar o país", mas nega que tenha havido omissão do Estado às acusações de Jean Wyllys, como o próprio deputado afirmou em carta escrita ao partido.
Crimes de ódio na internet
O brasiliense Marcelo Valle Silveira Melo é investigado pela Polícia Federal há mais de 10 anos por crimes de ódio. Em 2005, ele foi denunciado por fazer ataques a negros na rede social Orkut. Por esse caso, foi o primeiro condenado por racismo da Justiça Brasileira, em 2009.

Valle, que chegou a ser estudante de Letras-Japonês na UnB (Universidade de Brasília), mas abandonou o curso, recorreu da sentença e não foi preso. Mais tarde, em 2012, quando foi deflagrada a Operação Intolerância, ele foi à cadeia por incitar o ódio a minorias e planejar, conforme a Polícia Federal, um ataque a estudantes da UnB. Ficou preso por um ano e ganhou o direito de responder em liberdade, voltando a fazer ataques pela internet.
Melo foi condenado em 2013 por veiculação de “material de conteúdo racista (com incitação à violência contra negros, homossexuais e mulheres) e contendo apologia aos crimes de estupro, homicídio e abuso sexual contra crianças e adolescentes”, segundo anotou a Justiça à época de sua última prisão no ano passado.

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