Karatê: mais que um sonho olímpico


Hanshi Robert Burgermeister (foto), presidente da International Seishinkai Karate Union (ISKU)
e Flávio Rodrigo Masson Carvalho - equilibriumtc@hotmail.com

Este projeto começou em 1994, e foi o principal objetivo do Congresso Mundial Seishinkai em 1996, em Osaka, quando Soke Tatsuno convidou todos os países para vir ao Japão e apoiar a World Karate Promotion Foundation (WKPF) e as Olimpíadas. Sem os esforços do falecido Soke Tatsuno, o Karatê não estaria nas Olimpíadas de hoje.

Em 1996 residia em Jales, e fui convidado pelo Soke Kunio Tatsuno para grandioso evento. E a partir desse momento estabeleci contato com Soke Tatsuno, vindo depois a ser membro da International Seishinkai Karate Union (ISKU).

O sonho olímpico tornou-se realidade e o karatê terá sua estreia no Japão em 2020. Há um aspecto negativo, mas também há uma oportunidade ao mesmo tempo.

O aspecto negativo é que os Jogos Olímpicos acontecerão apenas a cada 4 anos, e somente um grupo muito pequeno e privilegiado por país (10 competidores, 10 árbitros, assim, no máximo 20 pessoas) será autorizado a participar dos Jogos, e todos os milhares de karatecas em um país não terão ganhos com isso. Além disso, esse pequeno grupo privilegiado de participantes se concentrará apenas em alguns kata "chamativos" que eles realizarão repetidamente nas semifinais e finais, e praticarão exatamente isso e nada mais. O Karateka que participa dos torneios regularmente sabe disso, são sempre as mesmas pessoas que realizam o mesmo kata em todos os torneios.

Mas que valor terá o Karatê para os milhares de alunos e professores que não participam dos Jogos Olímpicos?

O karatê é mais do que apenas um time-kata sincronizado. Se os dojos se concentrarem na educação tradicional, como Kihon, Budo e Reigi, Bunkai, autodefesa e talvez até mesmo Kobudo, que faz parte do currículo de alguns estilos de Okinawa, então o Karatê não só terá mais popularidade através dos Jogos Olímpicos, mas também será revivido em seus valores tradicionais.

A ISKU trabalha no Mundo inteiro, desenvolvendo um Karatê em todos as suas vertentes, o Karate esportivo, com seus torneios, mas divulga também o Karate Tradicional, com suas tradições e ensinamentos, visando não somente desenvolver um atleta, mas promovendo o desenvolvimento de melhores seres humanos.

A ISKU possui hoje hoje 300 faixas pretas ("Yudansha") registradas mundialmente no kai desde 1999. A International Seishinkai Karate Union (ISKU) é um Entidade global e representa o estilo Motobu-ha Shitoryu. A ISKU possui agora filiais em cerca de 35 países e 8 Estados dos EUA com mais de 40 professores mestres certificados nas fileiras de 14 Hanshi, 13 Kyoshi, 5 Renshi, 7 Shidoin, bem como 37 professores com a licença Shihan.

É uma honra, e um grande orgulho fazer parte da ISKU, sendo um de seus Diretores, juntamente com minha esposa Eliana Chiuchi Masson Carvalho e o Shihan José Carlos Moreno dos Santos, de Fernandópolis, que é meu Sensei.

O Karatê-Do é mais que um sonho olímpico!

E a ISKU nos ensina que a vida é um ciclo de incontável de "altos e baixos" que devemos aceitar. "Sete vezes abaixo, oito vezes acima" significa que não importa quantas vezes você caia de joelhos em sua vida, você sempre deve se levantar e continuar.

Tem um ditado japonês que diz:"se cair sete vezes, levante oito vezes mais forte".

Esta é a filosofia da International Seishinkai Karate Union (ISKU).


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