Licopeno


Patrícia Leite é Nutricionista, graduada e pós-graduada na Universidade Federal do Rio de Janeiro, especializada em Nutrição Esportiva na Universidade Miguel de Cervantes (Espanha), membro da International Society of Sports Nutrition (Estados Unidos) e consultora em saúde.

O licopeno é um pigmento vermelho essencial para nossa saúde, mas não é produzido no nosso corpo. Ele é obtido em alimentos – como tomate, goiaba vermelha, melancia, mamão, pitanga – e atinge níveis mais elevados no fígado, nos pulmões, na próstata, nas mamas, nas glândulas suprarrenais, na pele e no cólon.

Tem poderosa ação antioxidante, reduz o risco de doenças cardiovasculares e atua contra câncer de próstata, mama, pulmões, esôfago, bexiga, ovários, estômago e outros. Seus benefícios dependem de fatores como a quantidade de licopeno ingerida, o processamento dos alimentos consumidos, a presença de outros nutrientes na alimentação, a absorção intestinal e as condições biológicas dos indivíduos.

A ação antioxidante do licopeno é capaz de manter a espessura, a resistência e a permeabilidade das membranas das células. Assim, as membranas agem melhor como protetoras, selecionando o que entra e o que sai das células, permitindo a entrada dos bons nutrientes e removendo o lixo celular (como as toxinas).

Entre os alimentos, os derivados do tomate (suco, polpa, molho, ketchup, tomate seco) têm maior concentração de licopeno. Um copo de 240 ml de suco de tomate fornece 20 miligramas de licopeno, suficientes para suprir as necessidades. O cozimento dos tomates e a adição de gordura (óleo ou azeite), no preparo dos derivados, mudam a estrutura química do licopeno para uma forma mais fácil de ser absorvida pelo nosso corpo. Por isto, pelo menos, os tomates crus devem ser cozidos com adição de óleo ou azeite.

A absorção do licopeno varia de 10% a 30% do total ingerido. Os restantes 70% a 80% são excretado. Esta baixa absorção ocorre por causa de ligações químicas com outras moléculas de alimentos. Na absorção, o licopeno entra pela membrana celular na mucosa intestinal e é transportado para o fígado. Daí é liberado para a corrente sanguínea.

Os benefícios do licopeno são mais evidentes nos casos de câncer de próstata, pulmões e esôfago. Homens que recebem mais licopeno na dieta têm menos risco de câncer de próstata ou podem retardar a progressão da doença através da morte de células cancerosas. Mas estes benefícios também são constatados em outros casos de câncer. O licopeno reduz a quantidade e o tamanho dos tumores.

O consumo regular do licopeno ainda reduz os níveis do mau colesterol e da pressão arterial. Acompanhado de outros nutrientes – como betacaroteno, vitamina C e vitamina E – ele se mostra capaz de proteger a pele dos danos causados pelo sol. Suas propriedades antioxidantes atuam contra os radicais livres, formados pela exposição ao sol, que danificam as células que produzem o colágeno e a elastina. Nas pessoas mais idosas, o licopeno ainda previne a degradação das células ósseas.

O consumo do licopeno natural é melhor do que na forma de suplementos. O consumo exagerado – obviamente – pode trazer complicações à saúde. E há pessoas alérgicas ao licopeno. Tomando esses cuidados, o licopeno é um grande aliado da nossa saúde.

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