Dom Reginaldo, na Alemanha, relata condições precárias de trabalho no Brasil

Dom Reginaldo (centro) junto com Pe. Michael (à direita) CEO 
da Adveniat e o Bispo Auxiliar Otto Georgens (à esquerda

Em uma coletiva de imprensa em Speyer, na Alemanha, o bispo  diocesano de Jales e Referencial da Pastoral Operaria Nacional, Dom José Reginaldo Andrietta, falou sobre a realidade do Brasil. Em razão da campanha de natal da Agência de ajuda da América Latina, Adveniat, ele expressa sua preocupação com o país, onde percebemos a sociedade brasileira em um plano oblíquo que está empurrando mais e mais pessoas para as margens. Dom Reginaldo falou da “escravidão moderna” causada pelas leis do “atual governo neoliberal”. Nas próximas eleições é necessário questionar o quão democrático são.
Uma preocupação especial do Bispo Andrietta é a situação dos jovens. Muitos jovens não concluem os estudos ou tem péssimas condições de Educação. O desemprego juvenil é de 28%, e o trabalho infantil é generalizado.
O próprio bispo vem de uma família da classe trabalhadora: o pai foi carpinteiro, e a mãe contribuiu com a costura para auxiliar na renda da família. No início, ele encontrou seu compromisso com a igreja e a sociedade. Entre outras coisas, ele trabalhou em uma favela onde os trabalhadores das fábricas viviam em condições precárias. “Lá entendi que as condições de vida eram o resultado das relações de trabalho”, diz o bispo Andrietta. Os baixos salários não permitiram que as famílias vivessem com dignidade.
As precárias condições de trabalho são o legado histórico da sociedade escrava no Brasil, disse o bispo, e resultado da exploração do país por corporações estrangeiras e capital estrangeiro, acrescentou. Através de extensas privatizações, o governo está apoiando esse desenvolvimento.
O Brasil é “campeão mundial em acidentes de trabalho”. Não há qualquer garantia para o acidentado. E com o salário mínimo você não pode alimentar sua família.
A igreja deve elevar sua voz profética quando se trata da luta por condições de vida digna, é papel dos bispos, padres e leigos, afirma Dom Reginaldo. (por Edivaldo Mella Janasco, com informações da Adveniat)

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