Ribeirão Preto e região registram alta na arrecadação de tributos federais

 


Alta regional foi mais expressiva do que no Brasil e no estado de São Paulo, como mostra levantamento do Ceper/Fundace


O Ceper/Fundace divulgou a décima edição do Boletim Termômetro Tributário de 2017. Os dados mostram que os municípios da região de Ribeirão Preto continuam a registrar um aumento na arrecadação de tributos federais, marcando o total de R$ 342,642 milhões, montante 9,0% superior quando comparado a agosto de 2016, com um aumento significativo na arrecadação do IRRF (+12,6%).
O município de Ribeirão Preto apresentou comportamento semelhante ao observado na região. A arrecadação atingiu a marca de R$ 177,468 milhões, valor 8,2% superior ao arrecadado em agosto de 2016, com o crescimento principalmente na arrecadação de IPI (50,2).
Ao longo desses oito meses de 2017, a arrecadação no Brasil atingiu a cifra de R$ 579,037 bilhões, representando um aumento de 1,0% frente às cifras registradas no mesmo período do ano anterior. A maioria dos impostos sofreu queda, nas seguintes proporções: o IRPJ (4,0%), a CSLL (3,0%), a COFINS (1,3%) e PIS/PASEP (0,1%). Por outro lado, o IRRF apontou crescimento de 6,1% e o IPI cresceu 1,2%.
No estado de São Paulo, igualmente ao cenário nacional, registrou-se aumento na arrecadação: o total observado arrecadado entre janeiro e agosto de 2017 foi da ordem de R$ 243,655 bilhões, valor 0,4% superior ao observado no mesmo período do ano anterior.
Na totalidade dos municípios da região de Ribeirão Preto, a arrecadação total acumulada ao longo do período analisado atingiu R$ 3,002 bilhões, valor este 7,9% superior ao acumulado entre janeiro e agosto de 2016.
Em Ribeirão Preto, o total foi de R$ 1,553 bilhões,representando um aumento de 7,2% na arrecadação acumulada entre janeiro e agosto de 2017 frente à arrecadação de R$ 1,449 bilhões acumulada ao longo do mesmo período do ano anterior. Igualmente ao que aconteceu na região, todas as rubricas evidenciadas sofreram aumento, sendo as mais significativas o aumento do IPI (10,8%) e o IRRF (8,4%).
Análise – O relatório divulgado pela Receita Federal apresenta indicadores que ajudam a compreender o aumento significativo de 13,8% nos impostos federais em agosto de 2017, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Dois dos principais responsáveis por esse resultado foram o IRPJ e o CSLL, cujo acréscimo real de 24,60% se deveu, principalmente, aos pagamentos à vista do Programa Especial de Regularização Tributária (PERT) e aos pagamentos de estimativa mensal, tanto por parte de empresas financeiras como por parte das não financeiras.
Outras informações permitem entender a alta na arrecadação tributária frente ao comportamento da economia brasileira como um todo. Segundo o IBGE, o setor de serviços apresentou em agosto de 2017 um recuo de 1,0% no volume de serviços prestados frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. No acumulado de 2017, a contração no volume de serviços prestados é ainda mais significativa: 3,8%. Analisando-se os resultados por setor de atividade, na comparação com julho de 2017, o segmento Serviços prestados às famílias contraiu 4,8%, interrompendo uma sequência de três meses consecutivos de crescimento. Por outro lado, o segmento Serviços profissionais, administrativos e complementares expandiu 1,6% em relação a julho de 2017, rompendo com o declínio de 1,9% que fora observado em julho de 2017 em comparação com junho de 2017.
Ainda segundo o IBGE, em agosto de 2017 a produção industrial mostrou variação negativa de 0,8% em relação ao mês imediatamente anterior. Entre as grandes categorias econômicas, os destaques ficam para a redução no indicador de produção de Bens Intermediários (-1,0%) e para o aumento do setor de Bens de Consumo (+0,3%), mais especificamente para os Bens de Consumo Duráveis (+4,1%).
No acumulado em 12 meses, o setor industrial ainda opera em queda (-0,1%), mas com recuperação no acumulado durante o ano de 2017 (1,5%). Entre os 24 ramos pesquisados, oito deles apresentaram queda entre julho e agosto de 2017, sendo que a principal influência negativa fora apresentada pelo setor de Produtos Alimentícios (-5,5%), interrompendo três meses consecutivos de expansão, quando acumulou alta de 9,3%. Por outro lado, o ramo de Veículos automotores, reboques e carrocerias avançou consideráveis 6,2%, eliminando a queda de 3,7% acumulada em junho e julho de 2017. 
O Boletim Termômetro Tributário na íntegra pode ser acessado no site da Fundace através do link: https://www.fundace.org.br/_up_ceper_boletim/ceper_201710_00321.pdf 
Ceper – O Centro de Pesquisa em Economia Regional foi criado em 2012 e tem como objetivo desenvolver análises regionais sobre o desempenho econômico e administrativo regional do País. Sua criação reúne a experiência de diversos pesquisadores da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) da Universidade de São Paulo em pesquisas relacionadas ao Desenvolvimento Econômico e Social em nível regional, a análise de Conjuntura Econômica, Financeira e Administrativa de municípios e Gestão de Organizações municipais, entre outros. A iniciativa de criação do Centro foi dos pesquisadores Rudinei Toneto Junior, Sérgio Sakurai, Luciano Nakabashi e André Lucirton Costa, todos da FEA-RP/USP. Os Boletins Ceper têm o apoio do Banco Ribeirão Preto, Stéfani Nogueira Incorporação e Construção, São Francisco Clínicas, Citröen Independance e CM Agropecuária e Participações.
Fundace – A Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) é uma instituição privada sem fins lucrativos criada em 1995 para facilitar o processo de integração entre a FEA-RP e a comunidade. Oferece cursos de pós-graduação (MBA) e extensão em diversas áreas. Também realiza projetos de pesquisa in company além do levantamento de indicadores econômicos e sociais nacionais regionais.

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