Relações de Gênero

Flávio Rodrigo Masson Carvalho - PHD, Professor e pesquisador do UNIBAVE/NUPEDI(Núcleo de Pesquisa e Extensão em Direito) – Orleans - SC equilibriumtc@hotmail.com

 
O momento vivido remete-nos à reflexões acerca de todos os avanços e transformações ocorridas ao longo das últimas décadas na sociedade.

Novos paradigmas estão sendo pretendidos. Na atualidade, como consequência do desenvolvimento da humanidade, a sociedade contemporânea, principalmente a partir da segunda metade do século XX, tem-se caracterizado pela crescente complexidade das relações humanas.

Em uma democracia humanista, respeitar o indivíduo em sua individualidade em confronto com a sociedade na qual está inserido, tem-se como, talvez, o único princípio coerente o respeito à dignidade da pessoa humana. É esta a razão pela qual os fatos sociais devem ser, sempre, analisados pela ótica dos Direitos Fundamentais, face a necessidade de equilíbrio entre a vida humana, a moral e os direitos do cidadão.

Segundo Frigga Haug, o conceito de relações de gênero deve permitir-nos estudar criticamente como os sexos servem para reproduzir o conjunto das relações sociais. Em algum sentido, então, tem que pressupor o que é um resultado das relações sociais, ou seja, a existência dos gêneros no sentido reconhecido historicamente como homem e mulher. Sobre a base de uma complementaridade na procriação, (uma base natural), o que é assumido como ser natural é também formado historicamente. A partir disso, os sexos saem do processo social como não iguais, e sua não-igualdade se converte no fundamento ou base de futuras formações. Desta maneira, as relações de gênero se convertem em relações reguladoras fundamentais em todas as formações sociais que conhecemos e são absolutamente centrais para perguntas referidas à divisão trabalhista, dominação, exploração, ideologia, política, lei, religião, moral, sexualidade, corpos-sentidos, e linguagem etc., ao mesmo tempo em que transcendem cada um destes âmbitos. Em breve, nenhuma área poderá ser estudada de maneira insensata sem pesquisar como as relações de gênero a moldam e são por sua vez moldadas.

Na Antropologia clássica a distinção de gênero é recorrente no estudo da organização social e do parentesco, mas a questão não é problematizada, ficando restrita a esses dois aspectos. Para Lewis Henry Morgan, antropólogo clássico do evolucionismo, a descendência pela linha feminina só é possível em sociedades "menos avançadas", sendo a passagem da descendência para a linha paterna o que marcaria a passagem à civilização e emergência de uma nova ordem social. Na tradição estruturalista, Lévi-Strauss percebe que a troca de mulheres através do casamento representa uma forma básica de garantir a aliança entre os grupos de parentesco e constituir, assim, a sociedade. A crítica feminista pontua que, assim como Morgan e Lévi-Strauss, a maior parte dos antropólogos clássicos observou e descreveu cuidadosamente o comportamento dos homens e das mulheres nas diversas esferas de atividade, seus desempenhos no ritual e sua presença no imaginário mítico. No entanto, essa descrição etnográfica é marcada pelo etnocentrismo, inclusive na abordagem das distinções de gênero e das relações entre homens e mulheres.

A diferença conceitual entre sexo e gênero foi estabelecida pelo psicólogo norte-americano Robert Stoller em 1968: sexo refere-se aos aspectos anatômicos, morfológicos e fisiológicos (genitália, gônadas, cromossomos sexuais, hormônios) da espécie humana. Stoller estudou casos de meninos e meninas classificados, à época, como hermafroditas (hoje em dia a expressão correta é "pessoas intersexo") ou que possuíam "genitais escondidos" e que foram educados de acordo com um gênero que não correspondia ao seu sexo biológico. Esses meninos e meninas, mesmo depois de saberem que suas genitálias externas eram mal formadas ou sofreram alguma mutilação acidental, empenhavam-se em manter os padrões de comportamento de acordo com os quais haviam sido educados, o que levou Stoller à conclusão de que seria "mais fácil mudar o sexo biológico do que o gênero de uma pessoa".

Ser heterossexual, ser homossexual, é uma escolha feita por um Ser Humano, e demanda em primeiro lugar muito Respeito. Devemos respeitar a escolha do outro. Se você não respeita, é você que está precisando de ajuda!

A termo Gay em inglês, significa ‘alegre, jovial’, proveniente do francês medieval gai, ‘que inspira alegria’.

O termo inglês foi incorporado em outras línguas, sendo usada com muita frequência no Brasil e em Portugal. Embora, algumas vezes, gay seja usado como denominador comum entre homens e mulheres homossexuais e bissexuais, tal uso tem sido constantemente rejeitado por implicar na invisibilidade ante a lesbianidade e a bissexualidade. Da mesma forma, o senso comum, algumas vezes, atribui a palavra a pessoas travestis ou transexuais, atribuição esta resultante do desconhecimento da distinção entre sexualidade e gênero.

Se ser Gay é ser alegre, que inspira alegria, Eu sou Gay!

Seja Gay você também!

Respeite as escolhas alheias, e vai ser FELIZ!

Comentários