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Leandro Novais



A economia compartilhada é uma tendência consistente entre os consumidores. Este novo modelo econômico permite que os consumidores reciclem e reutilizem produtos, dividam o uso de produtos e serviços, paguem por benefícios e não pela posse. Assim, as pessoas podem manter um bom estilo de vista, mas evitando aquisições desnecessárias e contribuindo com a sustentabilidade do planeta.

Na Europa, especialmente, a economia compartilhada está em franca ascensão com forte apelo para mudança comportamental de consumo. Nos países desenvolvidos, onde as necessidades básicas estão completamente satisfeitas, já se percebe que o uso de recursos escassos pode ser mais racionalizado. Estima-se que este novo modelo de negócio poderá alcançar 335 bilhões de dólares em 2025.

Um caso de compartilhamento de bens e serviços é o sistema coletivo de bicicletas que existe em inúmeras cidades. Ele é facilitado e potencializado por aplicativos na Internet que possibilitam uma grande integração das pessoas.

A inovação tecnológica tem causado importante influência na economia compartilhada. Os novos hábitos de consumo (modelo comportamental) se associam a inovações tecnológicas (modelo de negócio). Então, a economia compartilhada funciona nessa nova plataforma de fazer negócios.

Desse jeito, a economia compartilhada tem desafiado os modelos tradicionais de negócios. De uma hora para outra, ela coloca no mercado pessoas com novas estruturas de negócio, com preços competitivos, com qualidade diferenciada. Isso exige medidas regulatórias urgentes da parte do poder público.

Alguns setores sofrem maiores impactos. Há dois exemplos vigorosos da economia compartilhada com inovação tecnológica. O caso da Airbnb, sistema de aluguel de acomodações (na casa de pessoas), que funciona em mais de 190 países e tem desafiado o setor de hotelaria. E o caso do Uber, serviço de carona ou de compartilhamento de viagens, que tem provocado ampla resistência dos serviços de táxi em inúmeras cidades.

Falando sobre o Uber, você se cadastra no sistema, incluindo os dados do seu cartão de crédito. Pelo aplicativo, você se conecta a um motorista cadastrado no sistema. Quando você pede o serviço e fornece os dados de origem e destino, o aplicativo já lhe passa o preço, que costuma ser menor do que do serviço tradicional de táxi. No final, o motorista recebe o valor do serviço. E um pequeno percentual fica com o aplicativo.

A reação dos serviços tradicionais é visível. Alguns centros urbanos importantes já regularizaram o novo serviço, que hoje compete com os táxis, como em Londres e Nova Iorque. No Brasil os táxis movimentam R$ 15 bilhões de reais por ano. Antes, este modelo de negócio não era forçado a se melhorar.

Toda atividade econômica precisa ser regulada pelo Estado, seja do ponto de vista da segurança, da fiscalização e das regras trabalhistas. As novidades, como a economia compartilhada, chegam para ajudar. Leandro Novais e Silva, graduado em Direito, Mestre e Doutor em Direito Econômico pela Universidade Federal de MG. Fonte: Site Educando seu Bolso, 2017.

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