FOLHAGERAL

Uma corrida
de olhos no link de registro de candidaturas, no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é suficiente para concluir que os candidatos – eleitos e reeleitos – para a próxima legislatura nas Câmaras Municipais brasileiras (2017 a 2020) não apresentaram nem vão apresentar bons projetos públicos à população.

Por tradição,
os candidatos a vereador vão às cegas representar o povo, não se preocupando em se preparar antes para assumir as responsabilidades. Com incentivo irrestrito dos partidos, sem treinamento prestado por instrutores competentes, eles concorrem ao legislativo mesmo sem conhecer o Regimento Interno das Câmaras.

Apoiado
por uma corrente formada por 13 partidos, o prefeito eleito Flá Prandi (DEM) declarou que seus assessores serão escolhidos pela competência. Ou seja, entre três candidatos a assessor (um aliado político, um bom amigo e um competente), ele vai escolher o competente. Se, de fato, ele fizer isso, será ótimo para o seu governo e para o povo.

Por lembrança,
o petista Humberto Parini foi eleito prefeito em 2004, na primeira vez. Antes da eleição, como candidato, ele disse a mesma coisa que Flá sobre a escolha de assessores. Falou, na frente de um mundo de gente, na Associação Comercial. Mas, na hora do vamos ver, não cumpriu o que disse. A tão prometida modernização da prefeitura nem se falou mais.

Sem dúvida,
cada assessor precisa ter competência no assunto vai trabalhar. Se é aliado político ou bom amigo, melhor ainda. Mas a fala de Flá não agradou todo mundo. Tem gente dizendo que, mirando na competência, ele vai escolher assessores fora dos partidos aliados e isso vai lhe custar perda de apoio político. Há "companheiros de Flá" nas redes sociais afirmando que será da futura cozinha do prefeito.

Os dois
candidatos a prefeito de Pontalinda foram julgados na sessão de quarta-feira, 05 de outubro, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Elvis Carlos de Sousa (eleito no dia 02 de outubro com 1.532 votos) teve a decisão anterior de deferimento alterada pela Corte e foi considerado inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. Este fato impede o postulante de participar do pleito.

A segunda
chapa de Pontalinda que concorria à eleição, formada pelos candidatos Sisinio de Oliveira Leão (a prefeito) e Marcelo Lima Rodrigues (a vice), que obteve 1.176 votos, teve o indeferimento do registro mantido pelo TRE. De acordo com os juízes, o candidato a vice-prefeito está com os direitos políticos suspensos e, por esse motivo, não preenche os requisitos de elegibilidade exigidos. Ambos vão recorrer ao TSE.

Em Aspásia,
graças ao PT, o prefeito Calango (DEM) conseguiu a sua reeleição (com 50,86% dos votos) ao derrotar o seu oponente Lia do Bar (PSDB) com 49,14% dos votos. Lia do Bar queria apoiar o PT contra Calango, mas não deu certo. Petistas históricos consideraram temerário o apoio de Lia Bar que durante a sua gestão colocou-os para escanteio

No universo
de 91 candidatos a vereador, eleitos nos dez municípios que formam a 152ª Zona Eleitoral com sede em Jales, nestas eleições municipais 2016, realizadas em 02 de outubro, 12 são mulheres. O município de Santa Salete elegeu quatro mulheres vereadoras e cinco mulheres como vereadoras suplentes.

A vereadora
 
Rosana Cristina Cocharro Preto (foto) servidora pública municipal, nível superior, é uma das quatro mulheres escolhidas para o cargo. Ela foi reeleita em primeiro lugar com 146 votos ou 8,93 % do votos válidos. Foram reeleitas ainda: Lucia Lopes e Marizete Costa, ambas do PMDB. Sinal que fizeram bom trabalho no Legislativo. Claudia Borges (PSD) é eleita pela primeira vez.

Querem saber
os partidos que elegeram mulheres vereadoras na região? Anotem aí. O PSD elegeu quatro mulheres. O PMDB elegeu três e DEM elegeu duas mulheres, cada um. O PP, o PT e o SD elegeram uma vereadora, cada um. A tendência de mais mulheres participarem da política vai deixar muitos marmanjos na pilotagem dos fogões.

Os analistas
políticos lá do botequim da vila vem comentando que a futura administração municipal de Jales – Flá / Garça – pode vir a contar com dois reforços vindos de fora. Um personagem qualificado, a pedido de um proeminente político, viria de Olímpia para a coordenação político-administrativa. Outro viria de Votuporanga, trazido por um partido da coligação para coordenar a área econômica. Uma ousadia que pode dar certo? Um pesadelo para políticos locais?

O assunto
dos reforços vindos de fora pode ser apenas uma possibilidade, um comentário, até uma fofoca política. Mas é oportuno e importante. De agora em diante, as eleições e a política partidária vão ficando fora do interesse do povo. A partir de janeiro, o povo vai focar o desempenho do novo prefeito. Como estará a avaliação do prefeito: no primeiro mês, nos primeiros cem dias, no primeiro ano?

Muito embora
seja comum – em cidades canadenses, norte-americanas e europeias – a figura do gerente municipal, com resultados administrativos e financeiros excelentes, aqui no Brasil isso não vai em frente e a maioria das prefeituras se eterniza em dívidas e desorganização. Mas já temos bons cursos de administração pública, gestão pública e gerente municipal. E as exigências da população, que paga impostos, só crescem. Os prefeitos que se cuidem.

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