Frente parlamentar quer retomada do crescimento das ferrovias paulistas

Nesta quarta-feira, 23 de novembro, às 10 horas, no Plenário Dom Pedro I, na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado Mauro Bragato (PSDB)  (foto) lança a Frente Parlamentar em Defesa da Malha Ferroviária Paulista. A ação permitirá que parlamentares, juntamente com representantes do Poder Público, prefeitos, entidades sindicais, empresários e a sociedade civil, debatam o assunto e busquem soluções para os problemas que os municípios têm enfrentado em decorrência do abandono em que se encontram diversas linhas no Estado. O objetivo também é encontrar caminhos para a retomada do crescimento da malha ferroviária.
A Frente é uma continuidade da atuação de Bragato como relator da CPI das Ferrovias, que terminou em 2010, após seis meses de trabalho. No documento final, Bragato expôs um raio-X da situação da malha ferroviária paulista e trouxe a público o inquérito realizado pela Polícia Federal, na chamada operação ‘Fora dos Trilhos’, que apurou crimes praticados contra os bens da extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal) e da Fepasa (Ferrovias Paulistas). Mas o mais grave foi verificar que o relacionamento da concessionária da malha paulista com prefeitos e a população do Estado de São Paulo tem sido um desastre.
"O que vemos hoje são estações depredadas, máquinas enferrujando, pátios entulhados de composições, trilhos amontoados e material abandonado. Infelizmente, esse é um retrato de muitas regiões do Estado de São Paulo, que sofrem com esse descaso", afirma Bragato. Segundo a própria ANTT, agência reguladora encarregada de fiscalizar as concessionárias, os principais problemas da malha paulista estão concentrados nas linhas operadas pela ALL.
A malha ferroviária brasileira tem hoje por volta de 28 mil quilômetros de extensão. Porém, a ANTT acredita que somente 10 mil quilômetros são competitivos e os 18 mil restantes são subutilizados ou nem sequer são utilizados. Além disso, 90% da malha têm mais de 100 anos.
Apesar de as atividades de transporte ferroviário de carga no Brasil terem tido papel importante na história do País, hoje não é isso que se vê. Com o advento da indústria automobilística priorizou-se o transporte rodoviário e abandonou-se a ferrovia. Vale lembrar que, enquanto um caminhão transporta, no máximo, 35 toneladas, um só vagão transporta, em média, 130 toneladas.
Participantes – Josef Barat: ex-presidente da EMTU, ex-secretário de Transportes do Rio de Janeiro, consultor da empresas de energia do Estado de São Paulo, ex-superintendente do BNDES e atual sócio da Planam Planejamento.
Adriano Murgel Branco: ex-secretário estadual dos Transportes e da Habitação, administrador e engenheiro eletricista formado pelo Mackenzie. Professor universitário, ministrou palestras no Brasil, México, Colômbia, Venezuela, Equador, Paraguai, Argentina, Uruguai, Peru, Chile e Moçambique sobre transporte, segurança rodoviária e habitação.
Ralph Menucci Giesbrecht: escritor de três livros sobre ferrovias e sócio do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

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