Comissão aprova pedido de Dimas Ramalho e cria grupo de trabalho para apurar acidente da Gol

Deputado federal Dimas Ramalho
A Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (26), requerimento apresentado pelo deputado federal Dimas Ramalho (PPS-SP) que cria um Grupo de Trabalho para acompanhar junto à entidades governamentais e da sociedade civil as providências adotas pela Justiça em relação ao acidente com o Voo 1907 da Gol, ocorrido em setembro de 2006.
Segundo Dimas, o Grupo de Trabalho surgiu durante audiência pública na própria comissão para debater o trâmite do processo do acidente conduzido pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Além do deputado do PPS, o colegiado deve ser composto pelos deputados Dr. Rosinha (PT-PR) e Íris de Araújo (PMDB-GO). O objetivo, de acordo com Dimas, será também o de realizar missão oficial aos EUA para discutir com as autoridades aeroportuárias do país a penalização dos pilotos do jato executivo que provocou o acidente.
O deputado disse ainda que o Grupo de Trabalho pretende pedir a intervenção do Congresso dos EUA em relação aos pilotos norte-americanos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore. Para ele, a pena imposta a eles foi branda. Os dois foram condenados a quatro anos e quatro meses em regime prisional semi-aberto, mas a pena foi revertida em prestação de serviços comunitários em uma instituição brasileira nos EUA. Os pilotos e a ExcelAire, dona da aeronave, também foram multados pela Anac em R$ 3,5 mil e R$ 7 mil, respectivamente.
Dimas Ramalho lamenta, no entanto, que  condenação não foi suficiente para que os pilotos perdessem a habilitação para voar e continuam trabalhando normalmente em empresas norte-americanas, inclusive na American Airlines, que mantém rotas no Brasil.
“O acidente foi provocado por uma série de erros, principalmente por parte dos pilotos que, conforme foi apurado, não fizeram o treinamento para conduzir o jato da Embraer até os EUA para a empresa que o comprou”, disse Dimas, inconformado com o fato de Paladino e Lepore não terem sofrido nenhum tipo de sanção por parte da FAA, a agência reguladora de aviação norte-americana.
Para o parlamentar do PPS, a licença para voar dos pilotos deveria ter sido cassada ou mesmo suspensa, já que a imperícia deles provocou a morte de 154 pessoas do Voo 1907. “Como a FAA manteve o brevê [de Lepore e Paladino], vamos pedir a intervenção das autoridades americanas do setor e do Congresso neste caso”, disse o deputado

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