APAE de São Paulo promove, em Jales, capacitação do projeto todos pelos direitos

Em seminário, a Organização vai treinar agentes para fortalecer a rede de proteção contra a violência com foco em Deficiência Intelectual e Defesa e Garantia de Direitos
A APAE DE SÃO PAULO promove nesta quarta-feira, 19 de outubro, em Jales, a capacitação dos agentes locais para fortalecer a rede de proteção nos 46 municípios envolvidos no projeto "Todos Pelos Direitos: Deficiência Intelectual, cidadania e combate à violência". Aberto ao público, o evento será realizado, das 8h às 17h, no Salão de Eventos da Associação Comercial e Empresarial de Jales, com a presença de palestrantes convidados que irão abordar os temas da deficiência intelectual e do sistema de defesa e garantia de direitos.
Idealizado pela APAE DE SÃO PAULO, com patrocínio da Petrobras, o projeto foi criado para fortalecer a rede de proteção à criança e ao adolescente com deficiência no Estado de São Paulo, prevenindo e enfrentando as ações de violência física e moral sofridas por essa população, bem como violações dos direitos associados. A iniciativa tem como objetivo central capacitar os potenciais multiplicadores da rede de proteção, contemplando ações de sensibilização e de intervenções destinadas às necessidades locais dos municípios envolvidos.
No período da manhã, das 9h às 10h15, a questão da deficiência intelectual será abordada pela terapeuta ocupacional Cassia Carolina Jardim de Barros, da APAE de Jales. Na sequência, das 10h30 às 11h45, o tema da violência será discutido pela psicóloga Beatriz Falchi e pela assistente social Daniela Oliveira Nunes, ambas do CREAS de Jales. À tarde, das 13h30 às 14h45, está programada uma palestra sobre Trabalho em Rede, ministrada pela professora Rosana Cardoso, Agente de Desenvolvimento Social da Diretoria Regional de Assistência e Desenvolvimento Social (DRADS) de Fernandópolis.
Para a coordenadora do serviço de Defesa e Garantia de Direitos da Pessoa com Deficiência Intelectual da APAE DE SÃO PAULO, Marilena Ardore, a relevância do projeto se dá na capacitação dos profissionais locais que atuam com crianças e jovens, para detectar a violência, pois muitas vezes a pessoa com deficiência relata os casos sofridos, mas não é ouvida. "Sensibilizando esses atores sociais para as especificidades da Deficiência Intelectual e fortalecendo a rede, conseguiremos fazer com que as práticas de prevenção e de encaminhamentos dos casos de violência contra crianças e adolescentes sejam melhor gerenciadas" explica.
Segundo o Censo 2000, 14,5% da população do Estado apresentam algum tipo de deficiência, sendo o grupo de crianças e adolescentes o mais vulnerável pela fragilidade físico-emocional, tornando-se alvo frequente da violência. Ao todo, foram ouvidos cerca de mil profissionais multidisciplinares das áreas de saúde, educação e assistência social, entre conselheiros tutelares e representantes de órgãos como Conselho Municipal da Pessoa Com Deficiência, Vara da Infância e Juventude e Segurança Pública, além de agentes das APAEs locais e demais ONGs.
Sobre o Projeto Todos Pelos Direitos
Durante dois meses, a Organização aplicou cerca de mil questionários em agentes locais, como conselheiros tutelares e representantes de alguns órgãos, como Conselho Municipal da Pessoa Com Deficiência; profissionais das áreas de Saúde, Educação e Assistência Social; Vara da Infância e Juventude e Segurança Pública, além de agentes das APAEs locais, em cada um dos municípios visitados, para conhecer a rede de proteção. Após reunir esses dados, a APAE DE SÃO PAULO realizará capacitações com esses potenciais multiplicadores, além de ações de sensibilização e intervenções destinadas às necessidades locais.
Como passo seguinte, a APAE DE SÃO PAULO planeja manter a integração e a comunicação entre os profissionais e serviços que atuam na rede de proteção e defesa dos direitos das crianças e adolescentes com Deficiência Intelectual. Além disso, a Organização irá disseminar para a sociedade o contato compilado nas práticas do projeto.
No final de 2012, será realizado um encontro, aberto ao público, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, para fechar o projeto. Na ocasião, será lançada uma publicação com conteúdo das capacitações, dados levantados e manuais de cada tipologia segundo os indicadores investigados.
Entenda o que é Deficiência Intelectual
A Deficiência Intelectual, segundo a Associação Americana sobre Deficiência Intelectual do Desenvolvimento (AAIDD), caracteriza-se por limitações significativas no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo, expresso nas habilidades práticas, sociais e conceituais, originando-se antes dos 18 anos de idade.
No dia a dia, isso significa que a pessoa com Deficiência Intelectual tem dificuldade para aprender, entender e realizar atividades comuns para as outras pessoas. Muitas vezes, essa pessoa se comporta como se tivesse menos idade do que realmente tem. A Deficiência Intelectual é resultado, quase sempre, de uma alteração no desempenho cerebral, provocada por fatores genéticos, distúrbios na gestação, problemas no parto ou na vida após o nascimento. Um dos maiores desafios enfrentados pelos pesquisadores da área é que em grande parte dos casos estudados essa alteração não tem uma causa co

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