Educação: universalizar é incluir

*Linamara Battistella


Universalizar a educação é tema central de qualquer política que se pretenda integrada a uma idéia de futuro sustentável, com produção de riquezas, conhecimento e com a garantia dos direitos humanos. Os dados do IBGE, que comprovam o envelhecimento da população, apontam para uma oportunidade de qualificar o investimento na área.
Hoje há cerca de 5 milhões de crianças, de 0 a 14 anos, a menos no país do que havia no início da década. É o momento de consolidar a universalização da educação, já que a questão do número de vagas tende a se equacionar. Mas o processo só estará completo se contemplar as crianças com deficiência.
Para isso, o Governo do Estado de São Paulo trabalha de forma obstinada. Em parceria com a Secretaria da Educação, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência coloca em andamento um projeto para tornar mais acessíveis as escolas, tanto do ponto de vista arquitetônico quanto atitudinal, com capacitação de professores e funcionários para receber a criança com deficiência.
Neste sentido, foi feita uma pesquisa que detalhou o conhecimento dos professores com relação às deficiências. Sabendo quais são as carências e as potencialidades do corpo docente, iremos prepará-lo melhor.
A inclusão também não pode prescindir da tecnologia. Com ela, igualamos as condições de aprendizado entre alunos diferentes. Com um leitor digital de tela, a criança com deficiência visual pode ouvir o texto que está sendo lido pelos colegas. Ao mesmo tempo, na mesma sala. Sem exclusão.
O uso do contraturno, a parceria com a sociedade civil, a regionalização. Unindo experiência e pioneirismo realizaremos o sonho de termos uma escola para todos, onde as diferenças convivam num ambiente de tolerância e diversidade. Queremos, e iremos, dar uma aula de inclusão.
*Linamara Rizzo Battistella, professora da FMUSP, é secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência

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