Por Marilda Pansonato Pinheiro
Neste 21 de abril, dia em que as policias completam aniversário, a Polícia Civil do Estado de São Paulo não tem motivo para comemorar. O dia, contudo, é simbólico e merece nosso respeito. A data foi escolhida para homenagear o grande patrono das policias, o então alferes Tiradentes, símbolo de mártir durante a Inconfidência Mineira. E, passados mais de 200 anos do triste episódio, temos um novo símbolo de sofrimento: os profissionais da Policia Civil.
Os problemas da instituição vão desde os administrativos (estrutura precária e carência de tecnologia, dentre outros) até a falta de perspectiva na carreira. A figura do delegado, por exemplo, um dos responsáveis por garantir o Estado Democrático de Direito, está em extinção em São Paulo. Em cinco anos, o estado já perdeu 126 profissionais para carreiras e salários mais atrativos em outros estados. É como se um delegado deixasse o cargo a cada duas semanas. Sem contar os que se aposentam e os delegados que morrem depois de dedicar anos de suas vidas para a Polícia Civil.
O principal motivo se deve pelo aviltamento dos salários, que se agravou no último governo. Hoje, um delegado em começo de carreira recebe R$ 5,8 mil, isso se estiver lotado em cidades com mais de 500 mil habitantes. Em cidades menores, ganha R$4,5 mil. Já os Delegados da Polícia Federal ganham R$ 14 mil mensais. No Ministério Público – carreira tão importante quanto a de Delegado para a comunidade jurídica, o salário inicial é de R$ 19. É nítido o desprestigio e a discrepância no tratamento aqui no estado de São Paulo.
A remuneração dos delegados paulistas é menor que estados carentes como Piauí, Maranhão e Ceará. Esses profissionais também convivem com a realidade de dar suporte para 31% dos municípios do estado que não contam com delegados titulares. Como se não bastasse, ainda enfrentam uma crise de plantões do Decap e do Demacro.
O estado de SP necessita, urgentemente, de uma Política de Segurança séria e comprometida com a sociedade – principal prejudicada com a inércia dos nossos governantes.
E para um futuro bem próximo, nós da Polícia Civil, esperamos comemorar a consolidação da instituição e não a sua perda de identidade que é a vontade política de muitos ao tentar incorporá-la com a Polícia Militar.Queremos, ainda, assoprar as próximas velas do bolo comemorando o reconhecimento da nossa carreira como Jurídica e brindar com a aprovação do nosso Projeto de Reestruturação, que está parado há uma década por falta de vontade Política.
Por fim, o dia merece reflexão e não festa.
*Marilda Personato Pinheiro é Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP). Se precisar de foto em alta resolução, por favor, entrar em contato.
Neste 21 de abril, dia em que as policias completam aniversário, a Polícia Civil do Estado de São Paulo não tem motivo para comemorar. O dia, contudo, é simbólico e merece nosso respeito. A data foi escolhida para homenagear o grande patrono das policias, o então alferes Tiradentes, símbolo de mártir durante a Inconfidência Mineira. E, passados mais de 200 anos do triste episódio, temos um novo símbolo de sofrimento: os profissionais da Policia Civil.
Os problemas da instituição vão desde os administrativos (estrutura precária e carência de tecnologia, dentre outros) até a falta de perspectiva na carreira. A figura do delegado, por exemplo, um dos responsáveis por garantir o Estado Democrático de Direito, está em extinção em São Paulo. Em cinco anos, o estado já perdeu 126 profissionais para carreiras e salários mais atrativos em outros estados. É como se um delegado deixasse o cargo a cada duas semanas. Sem contar os que se aposentam e os delegados que morrem depois de dedicar anos de suas vidas para a Polícia Civil.
O principal motivo se deve pelo aviltamento dos salários, que se agravou no último governo. Hoje, um delegado em começo de carreira recebe R$ 5,8 mil, isso se estiver lotado em cidades com mais de 500 mil habitantes. Em cidades menores, ganha R$4,5 mil. Já os Delegados da Polícia Federal ganham R$ 14 mil mensais. No Ministério Público – carreira tão importante quanto a de Delegado para a comunidade jurídica, o salário inicial é de R$ 19. É nítido o desprestigio e a discrepância no tratamento aqui no estado de São Paulo.
A remuneração dos delegados paulistas é menor que estados carentes como Piauí, Maranhão e Ceará. Esses profissionais também convivem com a realidade de dar suporte para 31% dos municípios do estado que não contam com delegados titulares. Como se não bastasse, ainda enfrentam uma crise de plantões do Decap e do Demacro.
O estado de SP necessita, urgentemente, de uma Política de Segurança séria e comprometida com a sociedade – principal prejudicada com a inércia dos nossos governantes.
E para um futuro bem próximo, nós da Polícia Civil, esperamos comemorar a consolidação da instituição e não a sua perda de identidade que é a vontade política de muitos ao tentar incorporá-la com a Polícia Militar.Queremos, ainda, assoprar as próximas velas do bolo comemorando o reconhecimento da nossa carreira como Jurídica e brindar com a aprovação do nosso Projeto de Reestruturação, que está parado há uma década por falta de vontade Política.
Por fim, o dia merece reflexão e não festa.
*Marilda Personato Pinheiro é Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP). Se precisar de foto em alta resolução, por favor, entrar em contato.
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