Votuporanga tem perda de água menor que média nacional

Bom índice deve-se à manutenção periódica da rede, combate à fraude, troca periódica de hidrômetros e equipe de operação treinada


Votuporanga comemora o Dia Mundial da Água, nesta terça-feira, com Índice de Perdas de Faturamento muito abaixo da média nacional e próximo dos bons padrões internacionais. O cálculo leva em conta a diferença entre o volume de água produzido para abastecimento e o volume de água consumido pelo morador. Segundo a Saev Ambiental, o município perde apenas 17% do total de água produzido, enquanto que a média nacional está próxima dos 40% e as companhias de estados do Norte e Nordeste têm perdas de mais de 70%.
O Ministério das Cidades considera tolerável a perda abaixo de 20%. A Sabesp, por exemplo, tem 26% de perda e pretende atingir os padrões internacionais de 13% até 2019, de acordo com matéria veiculada pelo Estado de São Paulo, no início deste mês.
Os fatores que podem provocar a perda são vazamentos, ligações clandestinas (chamados gatos), fraudes nos hidrômetros e erros de medição. O superintendente, Eng. Marcelo Marin Zeitune, explica que o bom índice de Votuporanga deve-se à manutenção periódica da rede, fiscalização constante para combate à fraude, troca periódica de hidrômetros, equipe de operação treinada e comprometida.
Documento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2008 indicou que no Brasil faltam investimentos em manutenção, fiscalização e atualização das redes de abastecimento para impedir vazamentos, “gatos” e erros de medição.
O Estado de S. Paulo apresentou cálculos que indicaram a perda de R$ 7,4 bilhões por ano no Brasil com vazamentos de água. Para chegar a esse valor, foram usados dados de 4.561 municípios constantes no documento mais recente SNIS, e considera a produção das cidades, tempo médio de abastecimento de 20 horas por dia, consumo autorizado não faturado, estimativa de perdas reais (vazamentos) e aparentes (fraudes nos hidrômetros e ramais clandestinos).
De acordo com os cálculos do jornal, do total de R$ 7,4 bilhões, R$ 4,4 bilhões são recuperáveis com medidas de gestão e investimentos. O número é considerado "avassalador" porque o País necessita de investimentos de cerca de R$ 10 bilhões ao ano para garantir a universalização dos serviços de água e esgoto até 2015.
Ainda de acordo com a publicação, o cenário é reflexo da cultura brasileira de investir na construção de obras novas e ignorar os sistemas já em funcionamento. O presidente do Instituto Trata Brasil - entidade que busca mobilização pela universalização do saneamento -, Édison Carlos, disse ao Estadão que o elevado índice de perda de faturamento das empresas também está relacionado à má qualidade dos produtos utilizados para a construção das redes de abastecimento.
Abastecimento
A água oferecida pela Saev Ambiental, para atender 100% de Votuporanga, sai de três pontos: da Estação de Tratamento de Água que produz 35% da água para a região central; o Poço Profundo da Zona Norte, com mais 30% e o Poço Profundo da Zona Sul, responsável por outros 35%. A rede de distribuição tem 420 km de tubulação e atende 32 mil ligações de água.
Violações e furtos
A Saev Ambiental conta com funcionários capacitados para detectar atividades de fraude nas redes ou hidrômetros. No mês de fevereiro, foram registrados apenas 0,07% de violações e furtos. Os números são atualizados mensalmente. Quem quiser acompanhar pode acessar o link “Nossos números” no site www.saev.com.br
Vazamentos
Os casos de vazamento são descobertos com ajuda de moradores pelo 0800 da Saev Ambiental, baixa da pressão de água ou pelo afundamento do asfalto. “Assim que recebemos a reclamação, comunicamos as equipes de operação e manutenção que trabalham 24 horas, inclusive finais de semana e feriados. O tempo médio entre a reclamação é o conserto pronto da rede é de quatro horas, o quê consideramos excelente. Alguns casos de vazamentos podem levar mais tempo dependendo do grau de dificuldade”, conta Zeitune, superintendente da autarquia.
Hidrômetros
Em fevereiro, a Saev Ambiental trocou 705 hidrômetros. Levando em conta que a média mensal será mantida, no ano serão trocados 8,4 mil hidrômetros e, nos quatro anos do prefeito Junior Marão, a autarquia substituirá 100% dos hidrômetros, ou seja, 32 mil por instrumentos mais novos e com maior precisão de medição.

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