Folha Geral

DERROTA PETISTA
Como já era esperado, os resultados que saíram das urnas de Jales não foram nada animadores para o PT, partido do prefeito Humberto Parini, que administra nossa cidade desde 2005. Na disputa pelo governo estadual, por exemplo, apenas 34% dos jalesenses se dispuseram a votar em Aluizio Mercadante, enquanto outros 57% preferiram Geraldo Alckimim. Em Fernandópolis, cidade administrada pelo DEM, Mercadante alcançou 43% da preferência dos eleitores, enquanto Geraldo ficou com 47%. Ou seja, se dependesse de Fernandópolis, Mercadante teria chegado ao segundo turno. Já se dependesse de Jales...

VITÓRIA TUCANA
Ao contrário da administração petista de Jales, que, apesar das carreatas, não conseguiu transferir muitos votos para seu candidato a governador, a administração tucana de Votuporanga pode se orgulhar de seu prestígio junto à população de lá. Nada menos do que 60% dos votuporanguenses votaram em Geraldo, percentual que só foi menor que o de Santa Fé do Sul, também administrada pelos tucanos, onde o candidato do PSDB obteve 62% dos votos válidos.

O MAIS VOTADO
Pior do que o resultado alcançado, em Jales, pelo petista Aluizio Mercadante, só mesmo a votação obtida nas urnas de nossa cidade pelos candidatos a deputado do PT. O mais votado entre os federais do partido foi João Paulo Cunha, com 514 votos. Para chegar a essa votação, João Paulo contou com o apoio de dezenas de cabos eleitorais, comandados pelo atual presidente da Câmara Municipal, Luís Especiato.

TUDO PELA UFSCAR
Newton Lima, ex-prefeito de São Carlos, que quase foi ministro da Educação no governo Lula, ficou em segundo lugar entre os petistas mais votados em Jales, para a Câmara Federal. Eleito com 110.207 votos, Newton Lima teve o apoio de apenas 217 jalesenses. Muito pouco, considerando-se que ele é o principal interlocutor do prefeito Parini junto à Universidade Federal de São Carlos, a UFSCAR, da qual se tenta trazer uma extensão para Jales.

MUITO APOIO PARA POUCO VOTO
Outro petista conhecido, o ex-presidente da Câmara Federal, Arlindo Chinaglia, foi um dos deputados que mais ajudou a administração Parini junto aos ministérios do governo Lula. Tanto que o próprio prefeito cuidou de negociar o apoio do Sindicato dos Servidores Municipais e da Associação dos Funcionários Públicos ao deputado petista. Apesar do apoio das duas entidades, as urnas jalesenses contabilizaram míseros 183 votos para Chinaglia, bem menos do que ele obteve em Santa Fé do Sul (318 votos) e Fernandópolis (587 votos). Em tempo: o secretário de Obras, Marcos Miranda, também foi escalado pelo prefeito para trabalhar como cabo-eleitoral de Chinaglia.

DIFERENÇA
Mas a pior performance nas urnas jalesenses, entre os candidatos mais prestigiados pelo petismo local, coube ao deputado federal Devanir Ribeiro. Ele foi, seguramente, o deputado petista que mais vezes esteve em Jales nos últimos quatro anos e, não bastasse isso, sabe-se que seu gabinete foi uma espécie de embaixada da administração Parini em Brasília. No entanto, toda a atenção dispensada aos jalesenses rendeu a Devanir escassos 131 votos, ou seja, menos da metade dos 280 votos obtidos em 2006. Menos mal, para ele, que em Fernandópolis seu trabalho foi bem melhor recompensado: no domingo passado, nada menos que 2.911 fernandopolenses digitaram o número de Devanir. Uma diferença, convenhamos, razoável.

QUEDA
Já entre os candidatos a deputado estadual, pelo PT, os mais votados foram Roberto Felício (437 votos), Zico Prado (257 votos), João Paulo Rillo (231 votos), Beth Sahão (143 votos) e Edinho Silva (119 votos). Em 2006, Zico Prado foi o petista mais votado, com 850 votos, enquanto o Padre Sardinha ficou em segundo lugar, com 706 votos. Como se nota, também na disputa por uma cadeira na Assembléia de São Paulo, a votação alcançada pelo PT, em Jales, caiu bastante. E nem poderia ser diferente, já que algumas lideranças petistas locais pareceram mais preocupadas em conseguir votos para Analice Fernandes (PSDB) e Paulo Mariani (PSB).

VEREANÇA
Paulo Mariani(PSB), por seu turno, conseguiu o voto de 4.927 eleitores jalesenses, ficando um pouco abaixo dos 4.960 votos obtidos por Claudir Aranda, candidato a deputado em 2006. A diferença é que, naquele ano, Claudir alcançou, no total, quase 17.000 votos, enquanto Mariani, contabilizadas todas as urnas do estado de São Paulo, não passou de 7.940 votos. De qualquer forma, a votação obtida por Mariani em Jales demonstra que ele seria um candidato competitivo, caso decidisse disputar uma vaga em 2012.

ABAIXO
O deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR) foi reeleito com 174.826 votos. Em Jales, onde ele contou com o apoio de alguns assessores do prefeito Humberto Parini, Valdemar foi o escolhido por 186 eleitores. Um crescimento superior a 1.000%, já que em 2006 apenas 16 jalesenses haviam votado nele. Apesar do crescimento, a votação de Valdemar ficou bem abaixo do esperado, considerando os investimentos que, segundo se comenta, teriam sido aplicados pela campanha do deputado em Jales.

SINAIS
Se é verdade que a disputa eleitoral de domingo passado sinalizaria a preferência dos jalesenses com relação às eleições municipais de 2012, o ex-vereador Flávio Prandi Franco já pode se considerar o futuro prefeito de Jales. Rodrigo Garcia (DEM), o candidato a deputado federal apoiado por Flá, foi o grande vencedor das eleições, pelo menos em termos de Jales. Ele saltou de 562 votos, em 2006, quando foi eleito deputado estadual, para 4.771 votos em 2010.

LEVE QUEDA
E se Flá conseguiu o milagre da multiplicação dos votos para Rodrigo Garcia, o mesmo já não se pode dizer da eterna prefeiturável Nice Mistilides, que, nestas eleições, colocou seu inegável carisma a serviço de João Dado(PDT), candidato à reeleição. O resultado – 517 votos – até que não foi tão ruim, mas em 2006, quando fez dobradinha com Claudir Aranda, Dado amealhara 542 votos em Jales.

EXPECTATIVA
E o deputado Vadão Gomes(PP) vive a expectativa de que Paulo Maluf consiga se livrar dos rigores da Lei da Ficha Limpa. Caso os quase 500 mil votos de Maluf sejam computados, a bancada do Partido Progressista poderá, segundo contas do site Região Noroeste, subir de 2 para 5 deputados, fato que recolocaria Vadão entre os 70 deputados paulistas eleitos para a Câmara Federal. E alguém duvida que Maluf conseguirá driblar a Lei?

SEGURA PEÃO
Falando em Vadão, parece que o ibope do deputado não anda muito alto lá pelos lados de Fernandópolis. Com 1.661 votos, ele ficou em quinto lugar na preferência dos fernandopolenses, atrás de Júlio Semeghini(PSDB), Devanir Ribeiro(PT), Dimas Ramalho(PPS) e, pasmem, do ex-peão de rodeio Laurindo Bernardes(PP). Em Jales, impulsionado pelo Hospital do Câncer, Vadão foi o mais votado, com 6.673 votos, ou 25,68% dos votos válidos para deputado federal.

Comentários