folhageral

Andar com fé

Não há nada como uma eleição para reaproximar os políticos das coisas de Deus. Entre as milhares de pessoas que desfilaram sua fé cristã durante a romaria de domingo passado, estava o prefeito Humberto Parini, o qual, durante todo o trajeto, fez-se acompanhar do candidato a deputado estadual, Paulinho Mariani. Ao fim da caminhada, eles percorreram algumas barracas instaladas nas proximidades da Igreja Matriz, cumprimentando os eleitores, aliás, os fiéis que por lá circulavam.
Oportunidade real
Não é segredo prá ninguém que Parini, não obstante compromissos partidários com o petista Zico Prado, está firmemente empenhado em emprestar seu prestígio para tonificar a candidatura de Mariani, que é filiado ao PSB. Em folheto de quatro páginas, distribuído pela campanha de Mariani nos quatro cantos da cidade, Parini enfeita a última página – ao lado de outros ilustres apoiadores da candidatura do médico jalesense – onde o prefeito assegura que “estamos diante da oportunidade real de elegermos um deputado prata da casa”.
Sucessão
No senadinho, os empresários Miltão Santana e Edmilson Lázaro e o ex-vereador Carlos Roberto Cardoso da Silva, entre outros analistas políticos locais, avaliam que Mariani necessitará de algo em torno de 35.000 votos para obter uma cadeira na Assembléia Legislativa. Tarefa nem tão difícil assim, na opinião deles, considerando que, além do fundamental apoio de Parini, Mariani está amparado por seu inegável carisma e pela força política da classe médica. Na pior das hipóteses, acreditam os citados analistas, Mariani sairá fortalecido para uma eventual disputa com Luis Especiato pela sucessão de Parini.
Time escalado
O prefeito Humberto Parini (PT) escalou alguns de seus principais auxiliares – Ronaldo Souza, Billy Carquejo e Jorge Valério, entre outros – para a difícil missão de amealhar alguns votinhos pro cesto do candidato à reeleição, Valdemar Costa Neto, deputado federal pelo Partido da República (PR). E, prá quem tá achando a atitude de Parini meio estranha, a explicação é simples: Valdemar é o manda-chuva do Dnit, e de seu humor pós-eleitoral vai depender a aprovação dos dois viadutos que o prefeito espera construir sobre os trilhos da Fepasa.
Mensaleiro
Para quem não se lembra, Valdemar Costa Neto abriu a temporada de renúncias de parlamentares envolvidos no escândalo do Mensalão. Ele foi o primeiro deputado a renunciar, depois de ser acusado de receber R$ 10,8 milhões das empresas do publicitário Marcos Valério. Na época, Valdemar era o presidente do Partido Liberal (PL), que, depois de fundir-se com o PRONA de Enéas Carneiro, passou a chamar-se Partido da República (PR). Apesar da renúncia e do escândalo, Valdemar – que foi prefeito de Mogi quatro vezes – foi novamente eleito deputado federal em 2006.
Vingança
Um ano antes da renúncia, Valdemar já havia se envolvido em um rumoroso embate com sua ex-mulher, a socialite Maria Christina Mendes Caldeira. Depois de uma paixão arrebatadora, que incluiu pedido de casamento durante um show do romântico Júlio Iglesias, no Caesars Park, em Las Vegas, o enlace entre os dois terminou cinco meses depois, quando Valdemar, sem dar maiores explicações, arrumou as malas, foi-se embora e, de quebra, mandou cortar a energia elétrica da casa, deixando Maria Christina às escuras. A vingança veio na CPI do Mensalão: a ex-mulher de Valdemar foi uma das principais testemunhas de acusação contra o deputado.
Perto do fim
Pelo andar da carruagem e das últimas pesquisas divulgadas, o candidato tucano José Serra e seus aliados, vão ter que suar muito a camisa e falar a língua do povão se quiserem chegar ao segundo turno. E a coluna já havia registrado que nessa sequência de pesquisas apontando um crescimento vertiginoso de Dilma Rousseff ,em fim de agosto a campanha perderia a tesão. E parece que a coisa descamba para isso. A não ser claro...
Seria a causa
E a novela da “revitalização” do centro comercial teve novos capítulos durante a semana. A gerência da J.Mahfuz, abespinhada com os incômodos que a paralisação da obra está causando à clientela da loja, tratou de enviar ofício ao prefeito – com cópia para setores da imprensa – protestando contra a falta de planejamento da Prefeitura. O gerente da loja confirmou que, diariamente, ocorrem pequenos acidentes com pessoas que circulam pelo local. Dizem, por sinal, que o comunicador Wanderley Garcia, que nos últimos dias vem exibindo alguns hematomas em um dos braços, teria sido uma das vítimas das obras da “revitalização”.
Sem comunicação
Aprovada pela Câmara de Vereadores em junho de 2009, através da Lei Municipal 3.619, a Secretaria de Comunicação Social continua – 14 meses depois – sem sair do papel. À época da votação na Câmara, a criação da Secretaria foi alvo de muitas críticas, inclusive de vereadores aliados, mas, no fim, prevaleceu a vontade do prefeito Parini. Tudo indica, no entanto, que o prefeito vai continuar na vontade por um bom período, já que a situação financeira da Prefeitura, pelo que se ouve falar, não recomenda a instalação da nova secretaria.
Processo crime
A reforma das praças providenciada logo no início do primeiro mandato de Parini, em 2005, que originou a chamada CPI das Praças, continua rendendo. Como se sabe, Parini, mais a primeira-dama Rosângela Parini, o secretário de finanças Rubens Chaparim, e o ex-chefe do setor de licitações, Valdir Cardoso, foram condenados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo ao pagamento de multa por conta das irregularidades cometidas na contratação de empresas, sem licitação. Agora, eles são alvo de um novo processo, dessa vez na esfera criminal, o que significa que o caso será investigado pela polícia. Segundo publicação no site do Tribunal de Justiça de quarta-feira (18/08), o novo processo foi distribuído, por sorteio, para a 3ª Vara Judicial de Jales e já encminhado para a Delegacia Seccional de Polícia.
Discriminação
O único órgão de imprensa da cidade que não recebeu qualquer informação sobre a eleição do Conselho Tutelar a realizar neste domingo, 22 de agosto, foi a Folha Noroeste. Sequer foi enviado pelos responsáveis pela eleição, a relação de candidatos para divulgação.
Contra ex-prefeito
O município detém legitimidade para executar título executivo do Tribunal de Contas que condena ex-prefeito ao pagamento de multa em razão de irregularidades de prestação de contas. O entendimento é da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao julgar o recurso proposto pelo Estado do Rio Grande do Sul.

Comentários