Semana missionária desperta memória de Jales

Este final de semana é especial para Jales. Ela revive sua condição de cidade referência para toda a vasta região que compõe o território da diocese.

Este é o sentido e a finalidade da Semana Missionária, realizada na cidade de Jales. Foi iniciada com a missa de sábado à noite na catedral, prosseguindo o dia inteiro do domingo e se prolongando semana a dentro, até a próxima sexta-feira à noite, quando ela se emenda com a Festa do Motorista.
A escolha de Jales como local da Semana Missionária tem a evidente intenção de reviver o fato histórico mais significativo de toda a sua trajetória: ter sido escolhida como sede da diocese que agrupa ao seu redor quarenta e seis municípios.
Este fato ainda hoje projeta o nome da cidade no cenário mais amplo do contexto regional e nacional. A notoriedade de Jales decorre em primeiro lugar de sua condição de sede de diocese, que inclui cidades de renome como Fernandópolis, Santa Fé, Ilha Solteira, Pereira Barreto, Auriflama, General Salgado e todas as outras que tecem o mapa da diocese.
Há momentos que são vividos intensamente. Um deles foi a 15 de agosto de 1960, em Jales, por ocasião da instalação da diocese, com a posse do seu primeiro bispo. Dá para imaginar o alvoroço da população de toda a região, admirada com o privilégio da cidade, e da incumbência que ela assumia.
Todo encanto provoca identificação. Começou lá um processo de elaboração de uma nova entidade, a diocese, a partir de sua sede, atingindo todos os municípios, até os mais distantes. Imaginemos o Município de Itapura, a localidade mais antiga na Diocese, e a mais distante. Antes de ser criada a Diocese, Itapura não tinha nada a ver com Jales. Mas a partir da criação da diocese, foram se estabelecendo laços de vinculação e de pertença, que acabaram fazendo parte da identidade de Itapura, como da identidade de todos os outros municípios da Diocese. Uma identificação que pode ficar só na superfície, mas que, se bem cultivada, pode agregar valores significativos e importantes. Tanta gente sente a ufania de fazer parte da Diocese de Jales, pela proposta de Igreja que ela possibilita. Será que Jales sabe disto?
Este processo precisa ser cultivado, e avalizado por iniciativas que o justifiquem. Neste sentido, a cidade de Jales precisaria se dar conta que sobre ela pesa uma hipoteca permanente: justificar por que é sede da diocese que inclui nada menos do que 46 municípios.
Está nos objetivos desta Semana Missionária despertar a memória de Jales, para que a partir dela própria se impulsione a reafirmação da vocação e da missão da diocese que leva o seu nome.
A cidade de Jales está consciente desta sua responsabilidade singular no confronto com os outros municípios? Esta é uma pergunta cuja resposta depende de como será assumida esta Semana Missionária, e de como será revivida a instalação da diocese no seu jubileu de ouro que se aproxima.
Uma das comparações recorrentes do Evangelho é a imagem da rede. Também pudera, com tanto apóstolo pescador, escolhido por Jesus! Pois a Igreja de Cristo continua sendo uma rede. Nela acabamos sendo captados nós também. O que é uma diocese, senão uma teia de relacionamentos, que servem de identificação e de apoio mútuo, entre as diversas comunidades humanas que são chamadas a experimentar historicamente os laços da vocação comum a sermos Igreja, na realidade onde vivemos?
Esta rede foi lançada em 15 de agosto de 1960. De lá para cá, quantos peixes já caíram nesta rede! E quantos, talvez, caíram fora. O fato é que o jubileu nos diz que esta rede precisa ser lançada de novo, com a convicção e a confiança de sabermos que o fazemos em nome de Cristo, na esperança de que a pesca seja farta e a rede resistente.
A Semana Missionária repete o apelo de Cristo: “Lançai as redes”.
Como os apóstolos, também nós precisamos manifestar a mesma fé de Pedro: “Trabalhamos a noite toda, e nada apanhamos. Mas na tua palavra, lançarei a rede!”.

Comentários