Juiz de direito implanta “toque escolar” em Fernandópolis

Depois do ‘toque de recolher’, que proíbe crianças e adolescentes de andar sozinhos pela cidade após as 23h, o juiz da vara da Infância e Juventude de Fernandópolis, Evandro Pelarin, no interior de São Paulo, vai implantar o ‘toque escolar.’

A partir do dia 10 de agosto, policiais civis e militares terão mandados judiciais para obrigar alunos uniformizados que tenham fugido das aulas e estejam circulando pela cidade a voltar à escola.
Segundo o juiz, os estudantes serão levados para a escola nas viaturas e caso se recusem será registrado um boletim de ocorrência. “A orientação é para que o policial não pegue o aluno a força e não algeme. Tem de haver um diálogo”, disse Pelarin
Os casos reincidentes serão informados à Justiça que vai investigar o histórico familiar da criança para identificar se há negligência dos pais. Estes estão sujeitos ao pagamento de uma multa que pode variar entre três a 20 salários mínimos, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A medida foi criada pelo juiz após visitar duas escolas de Fernandópolis onde o problema de ‘matar’ aulas é mais recorrente. Nestas escolas, segundo Pelarin, os estudantes desafiam a direção e saem da escola para ir em lan-houses. “Não vivemos uma crise de alunos fujões, por isso esta será uma medida preventiva. O ‘toque’ carrega um conteúdo simbólico, que é a valorização da escola. O aluno não pode abandonar a escola na hora quer”, afirmou o juiz.
Evasão controlada – A dirigente de ensino de Fernandópolis, Adélia Menezes da Silva, disse que a evasão escolar no município é baixa – ela não soube informar o índice – mas acredita que o ‘toque’ trará benefícios.
“A evasão é controlada, mas eu vejo a educação como um hospital. Todos os doentes merecem atenção porque não se pode perde nenhuma vida. Não interessa se há apenas um aluno fora escola, não podemos perder ninguém porque isto pode trazer consequências graves”, disse Adélia.
O município com aproximadamente 64 mil habitantes, possui cerca de 24 escolas públicas (municipais e estaduais) que atendem em média 10 mil alunos, além da rede particular de ensino. Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo

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