Com o pé na estrada

Marta Fernandes de Sousa Costa

Com a intenção de preparar o café, optei por acordar às 5h, o que pareceu “programa de índio”, quando o despertador tocou. A essa hora, a cidade de São Paulo já despertou, pelo barulho dos motores de automóveis que ouço, no décimo terceiro andar, enquanto a cafeteira espalha o cheiro do café passado e o pão se torna crocante, no forninho elétrico.

A combinação é irmos de táxi até a casa dos amigos de quem seremos “caronas”, na viagem. Durante o trajeto até o Butantã, fica comprovada a necessidade de sair cedo, pois o trânsito já é intenso, apesar do horário. O banho matinal também cumpriu sua missão e já estou alerta e pronta para curtir cada novidade. O destino é Araxá, em Minas Gerais.
Às sete horas, saímos de São Paulo pela Rodovia dos Bandeirantes; logo o trânsito estará impraticável. Alguns quilômetros adiante, encontramos os outros companheiros de viagem. No meio da manhã, paramos para um café no Shopping Premium Outlet, localizado próximo a um parque aquático. Seguimos viagem.
A estrada, em duas vias, é bonita e bem cuidada, com grama aparada na lateral até os aramados de limitação. Há extensas plantações de cana-de-açúcar em ambos os lados da rodovia. A terra, chamada “roxa”, é avermelhada. Vejo alguns jequitibás, símbolo de São Paulo.
Continuamos pela Rodovia Cândido Portinari. Próximo a Franca, a paisagem fica ainda mais bonita, em virtude da topografia irregular, com os campos totalmente cultivados com cana. Até aqui, contamos com os conhecimentos do amigo-motorista sobre a região; na continuação, ele prefere ligar o GPS, que não se mostra tão eficiente como aqueles utilizados no exterior.
Em Rifaina, vemos um vale profundo e uma construção importante, com grande movimentação de máquinas. Procurando me informar, saberei, mais tarde, que, após grande demora, iniciou a obra de construção de viadutos, neste trecho, conhecido como “Curva da Morte”, em virtude da quantidade de acidentes ocorridos.
Atravessamos a ponte sobre o Reservatório Jaguara. Já estamos em Minas Gerais, na Rodovia MG 428, mas não notei nenhuma placa indicativa da divisão de território. Logo adiante, paramos para almoçar em um restaurante simples, à beira da barragem do Rio Grande, no Parque Náutico de Jaguara, a 88km de Araxá.
No final do 2º festival de Inverno, a região parece bem preparada para o turismo, demonstrando o senso de oportunidade dos locais no aproveitamento dos recursos topográficos. No Parque Náutico, há várias opções de programas: passeios de catamarã; esportes náuticos; mergulhos no Lago; aluguel de caiaques, mobiletes, bicicletas; trilhas na mata para caminhadas; passeios de charrete; visitas à Hidrelétrica, à gruta dos Palhares e à Serra da Canastra.
Depois, saberei que o potencial náutico de Rifaina é grande. A represa, que deu origem à praia de Rifaina, foi formada pela construção da Hidrelétrica de Jaguara, que entrou em operação em 1970. O reservatório de Jaguara possui cerca de 33 km² de extensão, com variação de apenas 2 metros em seu nível, tornando a região apropriada para investimentos turísticos. Mas nada teria acontecido, sem a conscientização e o empreendedorismo dos seus cidadãos.
Seguimos viagem e logo chegamos ao nosso destino, o Tauá Grande Hotel Termas & Convention, em Araxá, MG. Foi excelente a idéia de vir por terra. Gostei de conhecer um pouco do interior de São Paulo e de Minas Gerais.

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